Veja como foi, passo a passo, a acolhida da Cruz e do Ícone em Goiânia

Veja como foi, passo a passo, a acolhida da Cruz e do Ícone em Goiânia

CruzgoianiaDurante quatro dias a Arquidiocese de Goiânia recebeu a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora, Símbolos da Jornada Mundial da Juventude. Foram dias intensos, de extensa programação. Os símbolos passaram por igrejas, santuários, asilo, creche, clínica de recuperação de usuários de drogas, emissora de televisão, presídio, ruas das cidades de Silvânia, Inhumas, Trindade, Aparecida de Goiânia e Goiânia.

Veja a seguir como foi a peregrinação, passo a passo

No dia 25 de maio de 2012, uma comitiva seguiu viagem rumo a Pires do Rio, munícipio localizado a 142 quilômetros de Goiânia. O objetivo era buscar os Símbolos da JMJ. Na cidade, fiéis preparavam a última missa em que a Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora estariam presentes na Diocese de Ipameri. Ao final da celebração, Dom Guilherme Antônio Werlang entregou ao padre Rodrigo de Castro, coordenador do Setor de Juventude da Arquidiocese de Goiânia, os símbolos da Jornada. Na ocasião colocou em seu pescoço uma cruz, confiando-lhe a responsabilidade sobre estes símbolos. Em seguida o grupo iniciou o seu itinerário, levando em um caminhão plotado “Bote Fé Goiânia” a Cruz e o Ícone até a cidade de Silvânia, onde iniciaria a peregrinação pela arquidiocese.

À zero hora do dia 26 de maio, os Símbolos chegaram ao trevo de Silvânia, onde uma equipe de jovens e líderes paroquiais, conduzida pelo padre Jovandir Batista da Silva, aguardava. Uma queima de fogos recepcionou a Cruz e o Ícone, que seguiram em carreata pela cidade até o Instituto Maria Auxiliadora. No local, uma grande festa foi preparada. Ao entrar no ginásio um grupo de fanfarra do instituto acolheu os símbolos, com a dança típica da região. Em seguida jovens fizeram um flashmob e todos, em um só coro e coreografia, apresentaram a música Nova Geração.

Depois, momento de oração e abertura da visitação aos Símbolos. Após, padre Rodrigo de Castro contou aos presentes a importância destes símbolos para a Igreja e para os jovens. A banda Alis de Valparaíso cantou ritmados ao som da chuva que caia forte do lado de fora do ginásio.

Por volta das oito horas da manhã do dia 26 de maio, os Símbolos foram recepcionados pelos seminaristas e pelas irmãs do Convento Mãe Dolorosa, no Centro Pastoral Dom Fernando. De lá saíram em carreata até a Praça Universitária, onde jovens, com caras pintadas, da Paróquia Universitária São João Evangelista, os aguardavam com alegria.

Em caminhada, jovens carregaram a Cruz e Ícone de Nossa Senhora até a Catedral de Goiânia. Chegando ao local, momento de veneração conduzido pelo padre José Luiz da Silva.

Às onze horas e trinta minutos, os símbolos, em carreata, foram levados até o Trevo Padre Pelágio, onde em romaria seguiram até a Basílica do Divino Pai Eterno. Cerca de dois mil e quinhentos jovens, de acordo com dados da Polícia Militar de Goiás, participaram desta peregrinação. O percurso previsto para iniciar ao meio dia começou às treze horas. Na concentração, jovens cantavam com vigor a música: “no peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”. Até uma coreografia fizeram para esquentar ainda mais o clima de festa. Os dezoito quilômetros até o Santuário foram realizados com muita oração. A equipe da rádio Vox Patriz Fm rezou o terço, meditando e contemplando cada mistério.

O tempo previsto para a caminhada de trevo a trevo era uma média de quatro horas, mas os jovens realizaram este percurso em menos de três horas. Mesmo em baixo de um sol quente e carregando os símbolos. O grupo de jovens Compromisso de Trindade acolheram os símbolos no trevo da cidade. Caminhando e cantando chegaram à basílica.

Às dezessete horas e trinta minutos foi realizada uma missa campal no estacionamento do santuário, cerca de trinta mil pessoas participaram da celebração que também foi transmitida pela Rede Vida de Televisão para todo o território brasileiro. Padre Robson de Oliveira, Reitor da Basílica do Divino Pai Eterno presidiu a missa. Durante a homilia ele ressaltou a importância de cada um assumir a sua cruz e seguir a Cristo.

E depois, o momento mais esperado o Bote Fé. Padre Cleidimar Moreira, pároco da Paróquia Sagrada Família cantou e encantou os presentes com músicas que levaram os jovens a refletirem a Palavra de Deus. O Ministério Nova Aliança, de Anápolis, também subiu ao palco trazendo em seu repertório músicas que faziam memória à expressão do amor: Jesus.

E encerrando o Bote Fé, o Missionário Shalom, que por meio das canções levaram aos jovens a mensagem de viver a santidade. Eles ainda fizeram um intenso momento de oração com os jovens. “Aqui estamos, diante de Ti, nosso Deus. Com nossas vidas e nossa alegria pra Te oferecer. Quando estamos na Tua presença, nosso coração se enche de gratidão. E nós erguemos a Ti um grande louvor”. De fato, foi em clima de louvor que os jovens seguirão em procissão para o Carmelo da Santíssima Trindade para participarem da Vigília de Pentecostes.

Aproximadamente cem jovens iluminados pelo Espírito Santo e diante da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora pediram a libertação e a intercessão da Mãe de Deus sobre a Igreja, sobre aqueles que estão no mundo das drogas, por aqueles que praticam á violência… Por volta das cinco horas da manhã do dia vinte e sete os símbolos da juventude foram levados ao santuário para a Santa Missa transmitida pela TV Anhanguera para todo o Estado de Goiás. Após a celebração, em carreata, seguiram para o Ginásio Municipal Firmo Luiz de Melo em Inhumas. No local, fiéis veneraram os símbolos, contemplaram os mistérios gloriosos do terço e participaram da missa presidida por Dom Antonio Ribeiro, bispo emérito de Goiânia. “Esteja em cada coração dos jovens a única verdade que é Jesus Cristo… Que vocês sejam amanhã as futuras famílias cristãs, que vocês continuem nas universidades e sejam construtores de dias felizes… Que todas as nações falem a mesma língua: a linguagem do Amor… É hora da Juventude falar a mesma língua do Cristianismo… A Cruz passa deixando uma grande luz dizendo que o mundo precisa ser melhor…”, disse o bispo aos jovens do município.

Na tarde do dia vinte e sete, a Cruz e o Ícone foram levados a Paróquia Santa Cruz em Aparecida de Goiânia. Às quinze horas jovens rezaram o terço invocando a presença materna de Maria junto à juventude excluída e oprimida pela sociedade. A banda Anjos da Canção fez o clima esquentar ainda mais no domingo de Pentecostes, colocando a juventude para cantar e dançar.

O bispo auxiliar Dom Waldemar Passini Dalbello presidiu a celebração para mais de duas mil pessoas. Os padres Rodrigo, Carlos e João Otávio e o Diácono Vitor Simões concelebraram animados assim como toda a juventude ali reunida. “Que bom estarmos reunidos aqui junto ao Senhor Jesus Cristo… O ressuscitado aparece e nos dá a paz. Inaugura-se um tempo novo, marcado pela Paz do ressuscitado… A cruz peregrina nos diz que o Pai enviou o Cristo para nos libertar do fardo do pecado. Carregar a cruz do Senhor é leve para nós… Maria participa da fecundidade de Deus. Os filhos de Deus também são filhos de Maria. Maria é nossa mãe! Jesus é a nossa paz!… O Espírito Santo nos instrui. O Espírito Santo nos capacita. Por isso, aceitemos a missão que o Senhor nos deu… Pela graça do Espírito Santo queremos assumir que Jesus é o melhor para nossa família, para a nossa juventude, para a nossa eternidade… Acolhamos totalmente os Dons de Deus”, concluiu Dom Waldemar em sua homilia direcionada aos jovens.

Integrantes de diversas pastorais da Paróquia Santa Cruz organizaram uma quermesse, após a missa, com algumas comidas típicas do nosso estado. Enquanto todos se deliciavam com os quitutes Davidson Silva cantavam aos jovens a história de Tomé, um discípulo que precisou tocar nas chagas de Cristo para acreditar que de fato ele era o Messias, o filho de Deus. O cantor, por meio de suas canções ensinava aos jovens que esta peregrinação da Cruz é uma oportunidade para tocar em Cristo e deixar Cristo fazer morada em nós.

O domingo foi um verdadeiro pentecostes de unção e alegria para toda a juventude.

Na segunda-feira, dia vinte e oito, os símbolos da juventude percorreram em via-sacra a periferia de Goiânia, passando pelo Jardim Curitiba IV, Jardim Liberdade e Vila Mutirão. A Cruz e o Ícone de Nossa Senhora saíram do Centro de Evangelização Nova Aliança, seguiram até a Associação Beija Flor, um asilo que presta assistência social a mais setenta idosos. Quando a Cruz peregrina chegou ao local um senhor que carregava uma vela na mão veio correndo para tocar o símbolo, todos que participavam da via-sacra perceberam a presença de Deus naquele lugar, através de um simples gesto de fé e devoção. Alguns comovidos com a ação choraram. Por onde os símbolos passavam pessoas se sentiam convidadas a caminhar. Outro momento que também chamou à atenção foi quando uma senhora protestante perguntou se podia participar da caminhada. A via-sacra encerrou-se no Lar Pio XII, creche que atendem mais de cem crianças. Ao final, todos receberão a cruz do Bote Fé.

Em seguida os símbolos foram levados ao local onde está sendo construída a Clínica São José da Comunidade Luz da Vida, um projeto para recuperação de dependentes químicos. De lá a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora foram aos estúdios da comunidade para gravação ao vivo do Programa Lançai as Redes, transmitido todas as manhãs pela TV Capital. Padre Rodrigo participou do programa e rezou por todas as intenções colocadas pelos telespectadores e pela obra da Clínica São José. Aproveitou para ressaltar que a cruz é um símbolo de libertação, de um Cristo que morreu em redenção dos pecados do mundo inteiro e que esse mistério só foi capaz de ser realizado graças ao sim de Maria, que aceitou a condição de ser a mãe do filho de Deus.

Na tarde desta segunda-feira, os símbolos foram levados a Casa de Prisão Provisória. Dom Washington, alguns seminaristas, padres, religiosas e a equipe de comunicação da arquidiocese acompanharam esta visita que foi a mais emocionante de toda a peregrinação da Cruz e do Ícone na Igreja de Goiânia. Este foi o encontro de jovens com outros jovens marginalizados e excluídos da sociedade. Não teve aquele que conteve as lágrimas. O olhar dos jovens daquele lugar pediam liberdade, suscitavam paz e foi esta paz que este pequeno grupo foi levar a penitenciária, por meios destes símbolos. Além da visita inusitada destes símbolos todos os detentos ganharam a cruz do Bote Fé, como sinal de esperança de um Cristo que vem em socorro deles.

No final da tarde a Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora chegaram a Paróquia Universitária São João Evangelista. Entre as dezessete e dezoito horas, jovens puderam venerar os símbolos, tocar e fazer suas orações. Às dezoito horas, Dom Waldemar presidiu a celebração para aproximadamente mil e quinhentos jovens. Durante a homilia, o bispo enfatizou que “Os Ícones nos ajuda a encontrar nosso porto seguro, que é Deus”. Disse ainda que, “nós vivemos em um tempo de uma forte propaganda materialista. Damos valor na aparência, o que é ‘feio’ é vendido na TV e o que tem ‘valor’ é brega”. Aproveitou para convidar os jovens a terem disposição a ouvir e viver a palavra de Jesus, manter o vinculo com a forca da cruz”. Segundo ele “é preciso em primeiro lugar manter a oração pessoal e comunitária, escutando a voz de Jesus”, concluiu.

Após a Santa Missa três jovens deram testemunhos de sua vida. Padre Luiz Henrique foi o primeiro a contar a sua trajetória até o sacerdócio. Depois, Luciana Shuster do MUR relatou como a Cruz de Cristo é à base do amor para sua caminhada cristã. E a última a testemunhar foi Rafaela que falou como conseguiu a cura do câncer, pela Cruz de Jesus.

Dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou o encontro falando que o amor tem rosto e esse rosto é Jesus. “O amor é visível. O amor é concreto. O amor passa pelo nosso rosto. O Amor tem um rosto, o rosto de Cristo. Deus é amor”, declarou Dom Eduardo. Ele indagou a juventude perguntando: “que rosto de Jesus Cristo está gravado em seu coração, em sua mente?”. A resposta para essa pergunta é simples… “Quando encontramos Jesus, sabemos quem é Deus, e quem somos nós… Sabendo que o rosto de Jesus é para nós, surge outra indagação: Qual é o rosto do jovem de hoje?… O rosto do jovem deve ser um rosto iluminado por Cristo… Sem o rosto do jovem a Igreja se encontraria desfigurada… A Cruz e o Ícone de Nossa Senhora devem deixar uma perene missão para os jovens. A Cruz passa aqui e cria raiz, deixa frutos… Os jovens entram nas redes sociais, e as redes sociais entram na vida dos jovens… Mas os jovens não conseguem entrar em Cristo e não deixam Cristo fazer morada neles”, enfatizou.

Dom Eduardo finalizou a sua reflexão ressaltando que “o rosto mais bonito de Jesus é o rosto do Crucificado… Que ao olharmos no espelho possamos agradecer a Deus não só pelo nosso rosto bonito, mas pelo rosto dele em nós”. O coral completou a fala do bispo cantando: “E aqui, sob esta mesma luz, sob esta mesma cruz, cantamos a uma voz: Emanuel, Emanuel, Emanuel, Emanuel, Emanuel”. E a Igreja toda entoou este cântico.

O caminhão do Bote Fé levou os símbolos para a Igreja Matriz de Campinas, onde um grupo aguardava felicitado. Paroquianos prepararam o Santuário do Perpétuo Socorro para acolher a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora.

Às seis horas da manhã do dia vinte e nove, fiéis que todas as terças-feiras participam da Novena do Perpétuo Socorro tiveram a honra de venerar os símbolos da juventude. Durante as dezesseis novenas realizadas ao longo do dia, milhares de pessoas tocaram na Cruz peregrina e no Ícone de Nossa Senhora, alguns choravam, outros faziam suas orações, uns tiravam fotos, e, ainda teve aqueles que apenas contemplavam maravilhados os símbolos. E na última novena eles foram entregues a Diocese de Anápolis.

Por Karina Santos, da Arquidiocese de Goiânia

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