RDJ: Jovens que sejam protagonistas da mudança

RDJ: Jovens que sejam protagonistas da mudança

Uma juventude protagonista e transformadora da sociedade à luz do Evangelho. Colocando na centralidade das reflexões o desejo do Papa Francisco para uma juventude cada vez mais voltada ao bem comum com o entusiasmo com a qual se caracteriza, a programação do XVIII Encontro Nacional dos Responsáveis pela Juventude, realizado nos últimos dias 7 e 8 de setembro, trouxe os temas: Economia de Francisco e Clara, Pastoral da Criança, Pacto Educativo Global e Movimento Laudato Si`. O encontro nacional foi promovido pela Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB e realizado no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida com mais de quatrocentos participantes de diversas dioceses, movimentos e expressões juvenis. Os assuntos estão relacionados com os eixos 1, 2 e 4 do plano de evangelização “ao seu lado”.

Para o jovem Jeferson Lucinda de Souza, de 25 anos e Diocese da Campanha (MG), os temas abordados trazem a importância do envolvimento dos jovens católicos em oração e ação, sendo “sal da terra e luz do mundo” (cf Mt 5:13,14).  Ele faz parte dos escoteiros católicos, convidados a participar do encontro nacional, e do EJC – Encontro de Jovens com Cristo.

“Creio que os jovens podem contribuir em forma de orações, pois sem elas não vamos a lugar algum. Também creio que as pastorais devem se unir para o bem maior, e mostrar a outros jovens que não participam de movimentos dentro da Igreja Católica o quão é bom está participando e buscando a Cristo”, testemunha.

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Uma juventude para “realmar” a economia

O primeiro tema foi a “Economia de Francisco e Clara”, apresentado pelo sociólogo Eduardo Brasileiro e integrante da articulação brasileira do movimento. Para ele, a ideia de uma economia mais fraterna e que faça frente ao um modelo que não privilegia o bem comum não é um sonho utópico, mas a possibilidade de uma abertura metabólica no atual sistema.

“Estudos mostram que a experiência do modelo de economia franciscana, realizada pela comunidade há séculos, foi uma ação política profunda que provocou mudanças econômicas na região italiana na qual viviam. Eles construíram uma experiência de cuidado entre eles e cuidado com o bem comum, como o controle sobre uso das sementes, de distribuição, controle da partilha da produção, instrumentos do cuidado do plantio e partilha de colocar tudo em comum. É um modelo de sermos irmãos e fazermos o milagre da multiplicação e construir uma economia que não seja de sobrevivência, mas de convivência”, refletiu. 

Para o sociólogo, a atuação das juventudes é fundamental para a ruptura do sistema, de denúncia das injustiças e anúncio de uma nova sociedade possível, porque a crise sempre é uma oportunidade para organização popular que promova mudanças.

A juventude a a educação

O Pacto Educativo Global é um chamado do Papa Francisco para que todos pensem e priorizem uma educação humanista e solidária que transforme a sociedade. Para Carlos Eduardo Morais, que apresentou o tema aos presentes no encontro, é preciso que “samaritemos” a educação.

“É necessário ressignificar o modelo escolar para uma educação que gere pessoas mais solidárias e compassivos, ter pessoas sensíveis a dor dos outros, sendo ela um bem comum e direito universal. O pacto propõe a urgência de uma educação que coloque a pessoa no centro, gere compromisso comunitário, comprometida com o diálogo e paz e com uma economia solidária”, disse.

Cuidar da casa comum

A urgência para o cuidado com a casa comum foi abordada pelo arquiteto e urbanista Eduardo Nischespois Scorsatto, do Movimento Laudato Sì’. A inspiração vem da encíclica do Papa Francisco de 2015, que terá uma continuação anunciada pelo próprio pontífice no próximo dia 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis.

Além da entrega de materiais para divulgação e formação sobre o Movimento Laudato Sì’, Eduardo fez um convite a todos para assistiram ao filme-documentário “A carta”, que conta a viagem de diversos líderes para Roma com o objetivo de refletir com o Papa Francisco a encíclica, oferecendo diálogo e uma visão da história pessoa do pontífice. (Assista aqui)

Outros dois convites feitos pelo jovem referem-se ao curso de animação sobre o documento, a vim de que as juventudes possam se mobilizar para celebrar e sensibilizar sobre nossa relação com a casa comum e a proposta de que seja feita uma romaria nacional da juventude católica para participar da reunião da COP30, promovida pela ONU e que será realizada em 2025 na cidade de Belém (PA).

A Pastoral da Criança

O médico Nelson Arns Neumann compartilhou com os participantes a ação da Pastoral da Criança, fundada por sua mãe, a médica Zilda Arns, em 1983. Hoje coordenador nacional adjunto da pastoral, ele trouxe a experiência do aplicativo para celular que usam para orientação de gestantes, mãos e famílias, levando informação em cuidado para milhões de pessoas. Ao final de sua colocação, diante da importância do trabalho, que impacta na saúde, bem-estar e desenvolvimento que terá consequências durante toda a vida desde a formação da pessoa dentro do útero, o médico fez um convite para os jovens : “Vocês podem me ajudar?”

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