Como deve ser a relação entre os assessores da Igreja e os jornalistas?

Como deve ser a relação entre os assessores da Igreja e os jornalistas?

Os palestrantes destacaram a importância dos jornalistas prepararem o “porta-voz” da Igreja na hora de dar entrevista. “Conversar sobre o assunto, pensar em estratégias, avaliar questões que o jornalista deverá fazer.

“Ser o ‘advogado do diabo’, se necessário”, apontou e brincou Mozahir Salomão.

“É necessário acompanhar tudo que for publicado, mas não é necessário responder tudo”, destacou Ronaldo. A Igreja, assim como outras instituições, precisa estar preparada para os mais diversos assuntos a serem publicados pela mídia.

“É necessário estar atento às entrevistas, porque toda entrevista é um embate”, apontou Mozahir. Os assessores de imprensa, assim como padres e bispos, precisam manter um bom relacionamento com a imprensa, mas estar ciente de que o jornalista busca uma informação “vendável”, uma “informação produto”, apontaram os palestrantes.

Frases e informações destaques da palestra

O que querem os jornalistas?

  • “O trabalho do jornalista resulta de operações de desconstrução de real e da tentativa de representá-lo narrativamente”;
  • “Para fazer isso, ele mobiliza técnicas muito específicas e uma deontologia própria de sua profissão – o que ele constrói resulta da tentativa de uma objetivação do real, mas inevitavelmente opera esses procedimentos de maneira subjetiva”;

Ronaldo Martins sobre entrevista:

  • “é um risco e oportunidade. Toda entrevista é um embate. O jornalista quer transformar o produto em um produto vendável, atraente”

Busca pela novidade, de amplo interesse:

  • “Se for uma história impactante, melhor ainda”;
  • “O jornalista procura sempre uma boa história”;
  • “Enquandramentos e emoldurações muitas vezes se tornam, para o entrevistado, incompreensíveis e/ou injustas”;
  • “A dor da gente não sai no jornal” – citando Chico Buarque.

Sobre relações fonte/entrevistado e repórteres:

  • “Nem arrogância, nem humildade”;
  • “Contato profissional e ético”;
  • “O tratamento dispensado a repórteres deve ser igual para todos”;
  • “Transparência é a melhor postura”;
  • “Seja cordial, mas evite a intimidade”;
  • “Cuidado. Às vezes você pode ser entrevistado ou fonte… saiba cuidar disso”.

Sobre notícia: produto fabril e efêmero:

  • “Notícia é um produto á venda”;
  • “É resultado de rotinas de produção fragmentadas”;
  • “A notícia dá conta do singular, não do processo – o particular”;
  • “A pauta é uma possibilidade, uma tese que, muitas vezes, tem que ser comprovada a qualquer custo”.

Sobre emergências, crises e assunto público:

  • “Um fato inesperado e que não é positivo para a imagem da empresa exige ação/reação rápida e certeira. O primeiro passo é não errar na dose”;
  • “Mas nem sempre a avaliação a respeito dessa situação é tão simples assim. Muitas vezes o que se imagina ser pontual é, na verdade, um sintoma de uma questão bem mais complexa ou de uma crise que está se instalando; resumindo: nessas situações é imprescindível um diagnóstico correto e bem dimensionado”.

Sobre emergência:

  • “Ocorrência súbita, geralmente inesperada e que requer atenção imediata. Indica um acontecimento relevante e que se torna uma ameaça a imagem e também aos negócios da empresa. Muitas vezes, uma situação de emergência pode deflagrar, em termos da opinião pública, um debate a respeito de algo que envolve diretamente a empresa.

Por Fabiano Fachini, da Arquidiocese de Campinas

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