O que os jovens esperam da Igreja?

O que os jovens esperam da Igreja?

Instrumento de Trabalho do Sínodo dos Bispos, que se realizará de 03 a 28 de outubro de 2018, com o tema: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, diz que os jovens procuram uma Igreja que os ajude a encontrar a sua vocação, em todos os seus significados.

A palavra “vocação”, se for entendida apenas como chamado à vida sacerdotal e religiosa, encontra uma certa resistência entre os jovens. Contudo, quando se aprofunda o significado do que é a vocação, abre-se uma nova perspectiva para os jovens. Por isso, a Igreja quer tratar no próximo Sínodo dos Bispos sobre o tema dos jovens e da vocação.

No Instrumento de Trabalho do Sínodo, no capítulo: A vocação à luz da fé, trata da vida humana no horizonte vocacional, mostrando que os jovens são chamados em Cristo a sair de si mesmos para a plenitude da alegria e do amor.

O mistério da vocação ilumina a existência de todo homem e de toda mulher. O Beato Papa Paulo VI afirmou que “toda vida é vocação”. Toda vida humana é um dom de Deus, é um chamado de Deus à comunhão com Ele e com os outros. E nesta comunhão está a alegria e a realização humana de cada homem e de cada mulher. Em Jesus Cristo, o ser humano descobre a sua vocação de filho e filha amado de Deus e de irmão e irmã dos outros. Na pessoa de Jesus há a revelação de quem é Deus e quem é o ser humano. Jesus revela que Deus é Pai e que o ser humano é seu filho.

Entender a vida como vocação ajuda a perceber que a vida não é determinada por um destino e nem é fruto de um acaso. Os jovens são chamados a sair de si mesmos, em Cristo, descobrindo que a vida encontra sentido quando é acolhida como dom para ser doado aos outros, como afirma Jesus: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me! Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; mas quem perder sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará” (Mc 8,34-35).

Acolher a vida como vocação é uma graça que leva para a plenitude da alegria e do amor. Os jovens só encontram a plenitude da alegria quando fazem a experiência de que são amados por Deus e, como consequência, são chamados a amar como Jesus.

“Toda vida é vocação”. E para que haja verdadeira vida, Jesus chama os jovens para segui-lo, isto é, para que sejam seus discípulos missionários. Esta é a vocação que nasce do sacramento do Batismo. Mergulhados em Cristo, como membros do seu Corpo, que é a Igreja, os jovens são chamados a viver em comunhão com Cristo e a serviço dos irmãos. O Papa Francisco diz que o Evangelho nos propõe duas coisas: a amizade com Jesus e o amor fraterno. Ser discípulo é cultivar esta relação de amizade com Jesus, que preenche o coração da pessoa de amor e de alegria. Ser missionário é testemunhar a alegria de ser amado e salvo por Jesus, amando e servindo os outros fraternalmente.

Jovens discípulos missionários de Jesus. Eis a vocação que dá sentido à vida. Respondendo a esta vocação fundamental, cada jovem, em seu caminho, vai discernindo sua vocação específica dentro da Igreja. Uns são chamados a seguir Jesus na vida matrimonial, outros na vocação sacerdotal ou na vida consagrada ou ainda em outras vocações.

O que os jovens esperam da Igreja?

Que ela lhes mostre Jesus. Ele, jovem entre os jovens, diz o Instrumento de Trabalho, quer encontrá-los caminhando com eles, como fez com os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Caminhando com Jesus, cada jovem descobre a beleza e a graça da sua vocação.

 

Pe. Joãozinho

Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB

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