Como nos reconhecem como discípulos do Senhor? Muitos podem dizer que será pela cruz no peito, por uma corrente com cadeado no braço, uma camisa com bela estampa e frase do Evangelho ou de um santo de devoção. Mas não. Em primeiro lugar, o que nos caracteriza como cristãos é o amor. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35), disse Jesus. “Vede como eles se amam!”, exclamaram os pagãos vendo a Igreja no primeiro século. O que nos renova são também os percursos de fraternidade.
Papa Francisco nos recorda, na Exortação Christus Vivit, o que dizia São Paulo sobre o crescimento do amor fraterno, generoso e misericordioso: “O Senhor vos faça crescer abundantemente no amor de uns para com os outros e para com todos” (1 Ts 3,12). E o Santo Padre nos diz: “Oxalá que vivas cada vez mais este “êxtase” que é sair de si para buscar o bem dos outros, até dar a vida” (CV p.163).
Renovar-se pela fraternidade. Eis aí algo que deveria ser inerente a toda vida cristã. Mas, infelizmente, não é muitas vezes o que acontece. Tantos momentos, forjados em uma cultura da indiferença e descarte, não somos o bom samaritano. Passamos ao lado e olhamos, mas não vemos com o coração. Vamos para o outro lado. Pegamos a outra margem, a da indiferença, e pensamos: “Isso não é um problema meu!”. Mas Deus nos pergunta incansavelmente: “Onde está o teu irmão?” (Gn 4,9). Uma pergunta incômoda, mas que nos obriga a sair ao encontro.
Somos chamados a reconhecer no outro a beleza de Deus. Impulsionados pelo Espírito Santo, “saiamos de nós mesmos, abracemos os outros com amor e busquemos o seu bem” (CV p.164). A Igreja é o viver a fé em comunidade. É mais fácil andar juntos. A tentação do isolamento nos nossos problemas, nossas angústias, feridas e acomodações enfraquece nossa energia, nossos sonhos e o nosso entusiasmo. Já a fraternidade multiplica nossa capacidade de nos alegramos, em especial pelo bem do próximo. É a cultura do encontro!
Os percursos de fraternidade são a capacidade de sonhar unidos, olhar juntos para o horizonte, de ser portador da esperança e da alegria do Cristo na vida do irmão. E assim, renovar-se.
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Por Adilson Jorge, da Redação do Jovens Conectados.