Cidades históricas de Minas acolhem a Cruz e o Ícone de Maria

Cidades históricas de Minas acolhem a Cruz e o Ícone de Maria

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A missa final em Mariana

Ouro Preto, com a sua beleza e história inconfundível, foi onde começou a segunda fase de peregrinação dos símbolos pela Arquidiocese de Mariana, que já tinham passado por Barbacena e Ouro Branco.

Os jovens, enquanto aguardavam na Rodoviária, começaram a entoar os seus cantos, independentemente do sol que fazia. (Tenho cada vez mais certeza de que o tempo não importa mais). Falaram representantes de movimentos, da Pastoral da Juventude, do Movimento Negro de Ouro Preto e sacerdotes da região. Todos na ânsia de receber os símbolos!

O povo mineiro, por natureza, já é bastante religioso. Com a chegada dos símbolos, a Cruz sendo montada para o povo ver, o lenho já era cuidadosamente carregado pelo povo que, por sua história e luta, já se emocionava só pelo fato de um presente do Beato João Paulo II estar lá. Com o Ícone, não foi diferente. Todos se aproximavam, faziam as suas orações, pediam a intercessão a Mãe do Pilar (padroeira de Ouro Preto).

E seguiu a procissão, rumo a Praça Tiradentes.

Durante o cortejo, um fato curioso, e que me emocionou: por onde os símbolos passavam, os sinos da igreja mais próxima tocavam.

Sou nordestino de nascença, e sempre aprendi desde criança que as coisas mais simples da vida são as que mais marcam. O badalar dos sinos em Ouro Preto, a peregrinação dos símbolos da JMJ, o carinho e a acolhida da juventude mineira foram fenomenais!

Para um nordestino se emocionar, basta ter verdade e sinceridade no sentimento. Uma lágrima no canto do olho, mesmo que tímida, já mexe.

A Cruz e o Ícone na Praça Tiradentes, na frente do Museu da Inconfidência (onde alguns inconfidentes estão enterrados), não poderia deixar de fazer memória àqueles que, um dia, lutaram pela liberdade do seu povo. Como sabiamente disse Tancredo Neves, na sua posse como governador de Minas: “O primeiro compromisso de Minas é com a liberdade!”.

Liberdade que até hoje é lema dos mineiros. Na sua bandeira, Libertas Quae Sera Tamen, nos recorda um princípio mineiro: Liberdade ainda que tardia.

Depois dos símbolos ficarem em Ouro Preto, com a liturgia e a benção do óleo, ungindo cada um dos presentes na fronte, chegou a vez dos símbolos visitarem a primeira cidade de Minas Gerais e sexta diocese do Brasil: Mariana.

Durante o percurso entre Ouro Preto e Mariana (são cidades vizinhas), houve uma parada na Mina da Passagem, onde houve simbolicamente a passagem dos símbolos dos jovens de Ouro Preto para os jovens de Mariana.

O primeiro ato em Mariana foi na Igreja de São Pedro dos Clérigos. Lá, os seminaristas da Arquidiocese (que tem um coro muito afinado), entoaram cantos, continuaram o momento de oração trazido de Ouro Preto, e deram um ânimo espiritual aos jovens para prosseguirem a caminhada pelas ladeiras.

Em Mariana, aconteceu algo muito especial: há uma praça, que se chama Praça Minas Gerais, onde ficam duas igrejas: São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo. Me explicaram que, por brigas das duas irmandades, foram construídas as duas igrejas. (Se cada briga resultasse em duas obras-primas, seria algo a ser incentivado sempre! Rs.)

O que aconteceu de especial nessa praça? Quando os símbolos passaram, os sinos das duas igrejas tocaram.
Uma imagem que marca, que não tem como esquecer. Talvez, quando voltar em Mariana (e pretendo voltar várias vezes), e já com os meus filhos, quero lhes dizer que, “um dia, eu vi os sinos dessas duas igrejas tocarem juntas, para a passagem dos símbolos da JMJ”.

Com um ato em um coreto na região Mariana Leste, por conta do horário, acompanhei pouco e logo estava indo para a Rodoviária. Sem deixar de  uma passada (já tinha ido antes de subir a ladeira) na Catedral de Mariana. Dessa vez, para algo que pra mim, era especial: visitar o túmulo de D. Luciano Mendes de Almeida, antigo arcebispo da cidade e presidente da CNBB.

Assim, antes da chuva e da missa de encerramento, tive de me despedir de Mariana, para não atrasar o vôo em Belo Horizonte.

Mas, posso dizer uma coisa:


Se o Cristo, em 2013, receberá a todos de braços abertos, saibam que, além dele, existem montanhas acolhedoras de um povo simples e que busca a liberdade esperando vocês.

Só que, ao invés dos braços, terá café, pão de queijo e bolo de fubá. Além da conversa, da força e da vitalidade mineira.

Eu garanto: Vocês também quererão fazer parte das Minas Gerais, e do povo mineiro.

De alguém apaixonado por Minas, e que aguarda a sexta vez que voltará lá,

Por Lucas Monteiro, mochileiro e jovem conectado.

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