Sexta-feira Santa: dor e amor

Sexta-feira Santa: dor e amor

Hoje a humanidade de detém diante do Mestre crucificado. Hoje nossos corações de elevam aos céus em profunda adoração, gratidão e respeito ao amor que nos salvou. Hoje o mundo cansado encontra resposta na cruz de Cristo, porque sua vitória é a nossa e sua vida doada é a inspiração maior para não cruzemos os braços frente aos desafios da vida.

A cruz não expressa um ideal de vida. Deus não criou o ser humano para que ele aspire morrer na cruz. Nesse sentido, a cruz não foi buscada por Jesus como se fora a realização mais plena de sua vida e da sua personalidade. A cruz entrou na vida de Jesus pelo caminho do compromisso e da fidelidade ao amor. Ela não surgiu em Jesus como resposta a essa pergunta: “Que estilo de vida escolher para mim?” Senão como resposta a esta outra pergunta: “Até onde vou levar minha decisão de pôr minha vida a serviço de meus irmãos?”

Na pergunta: “Que estilo de vida escolherei para mim?” A pessoa está preocupada consigo mesma e está buscando o ideal para si mesma. Cristo nos ensinou que a vida só tem sentido se for para doada… Por isso, Ele fez do seu ideal um serviço aos demais e aí chegou à cruz, à morte; é como se Ele tivesse dito: “Se for necessário morrer para servir meus irmãos eu vou morrer”.

A cruz passou a ser para Jesus uma forma de entrega, o estilo de um compromisso, pois o Bom Pastor não escolheu a morte em primeiro lugar, mas as ovelhas; a morte veio pelo compromisso com o rebanho. Jesus foi à cruz para que não tenhamos que ir. Ele destruiu o seu poder maligno e fez da cruz, um sinal de benção e salvação.

A cruz é metodologia de seguimento, pois é preciso toma-la a cada dia e seguir o Mestre, para isso antecede a renúncia, pois as vontades próprias podem impedir que o seguimento seja verdadeiro, alegre e gratuito. Mas, não nos preocupemos, Jesus mesmo se oferece para ser o nosso descanso ao longo do caminho, pois nos convida: “Vinde a mim vós todos que estais cansados, sob o peso da cruz, e vos aliviarei”.

A cruz coloca diante dos nossos olhos que o sofrimento faz parte da existência humana e que há áreas que não podemos tomar nas próprias mãos. Quando tomamos essa consciência aprendemos a lidar melhor com o próprio existir, buscando o auxílio de Deus eliminando o pânico e adotando a leveza como estrada segura para atingir a felicidade.

A cruz nos fala da paixão de nossos tempos, mas simultaneamente, ela traz esperança para o sofrimento, porque foi superada na morte de Jesus na cruz. Num mundo de sofredores, a cruz mostra que não estamos esquecidos por Deus, pelo contrário, Deus é solidário com o ser humano que sofre, como esteve presente com o seu Filho na cruz.

A cruz ainda nos lembra que não devemos fechar os olhos diante da paixão do mundo, especialmente nestes tempos de pandemia… Somos protagonistas de uma nova história, uma história que se constrói com pequenos e grandes gestos de compaixão, proximidade e cuidado com o outro e com o planeta. Deixemos, neste dia, que a cruz fale profundamente aos nossos corações…

Quer saber mais sobre a Semana Santa? Você é convidado a acompanhar e a celebrar a Semana Santa com o Jovens Conectados. As reflexões, as orações e os propósitos desta campanha, irão lhe ajudar a mergulhar no mistério maior da nossa fé, que é a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Convide os jovens de seu grupo, pastoral, movimento ou comunidade para também abraçarem esta iniciativa, que trará muitos frutos para a nossa espiritualidade e vivência de fé!

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Dom Amilton Manoel da Silva, CP, bispo-auxiliar da Arquidiocese de Curitiba e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude CNBB

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