Primeiro assessor da CNBB para a juventude recorda trabalho

Primeiro assessor da CNBB para a juventude recorda trabalho

Primeiro assessor da CNBB para a juventude recorda trabalho

O padre jesuíta Luiz Arnaldo Sefrin, que hoje dedica-se à paróquia Nossa Senhora de Montes Claros e São José de Anchieta, na arquidiocese de Montes Claros (MG), falou ao portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o seu trabalho como primeiro assessor da conferência dedicado à juventude em 1978, sobre o papel da juventude e sobre o padre jesuíta Luís Gonzaga, padroeiro dos estudantes e jovens católicos.

“Realizamos, naquela época, o chamado 3º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude. As conclusões deste encontro foram entregues na Assembleia Nacional da CNBB, aos nossos bispos, que foram delegados à Conferência do Episcopado da América Latina, em Puebla, em 1979, com a presença do Papa São João Paulo II”, relembra.

Padre Sefrin recordou que, para sua surpresa, em Puebla, os bispos da América Latina reafirmaram a opção pelos pobres, assumida em Medellín, e fizeram a opção preferencial pelos jovens. “Eu colaborei, na CNBB, para ajudar a construir esta bela história da PJ. Agora é de vocês continuarem a construir esta animadora história que não tem fim e vai sempre se renovando”, disse.

Aos jovens ele dirigiu as mesmas palavras que o Papa Francisco disse na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em julho de 2013: “Vejo em vocês a beleza do rosto jovem de Cristo e meu coração se enche de alegria”. Hoje Jesus continua perguntando a vocês, como perguntou aos seus primeiros discípulos: ‘Queres ser meu discípulo, minha discípula? Queres ser meu amigo, minha amiga, querem ser testemunhas de meu Evangelho?”’.

Padroeiro dos Estudantes e da juventude católica

“Eu quero apresentar para vocês a história do padre Luís Gonzaga, padroeiro da juventude e dos estudantes. Vocês já ouviram falar dele? Provavelmente, poucos de vocês! Justamente porque a juventude não conhece o seu padroeiro, vou falar dele a vocês”, com essas palavras padre Sefrin introduziu a história do padroeiro da Juventude, cuja festa se celebra dia 21 de junho.

“Ele foi um jovem que lutou contra todo mundo. Um jovem corajoso e decidido, que teve a coragem de dizer ‘não!’ para os valores que seu ambiente lhe apresentava. Ele abraçou, contra todos, um modo de vida que o levou a imitar a Cristo dando sua vida pelos demais”, reforça.

Contexto familiar

O primeiro assessor da CNBB para juventude conta que o padre Luís Gonzaga nasceu em 9 março de 1568 em Mântua, no norte da Itália. “Entre os Gonzagas, seus antepassados, todos oriundos de família de soberanos, existiram os tiranos, aproveitadores e, até, assassinos. Não faltaram os artistas e os jovens de Igreja”, disse. “Seus pais eram duques em Mântua. Seu pai, dom Luiz Fernando, sonhava com o poder e a glória para o seu filho primogênito. Sua mãe, dona Marta, era uma mulher de fé. Ensinou Luiz Gonzaga a rezar e estar sempre perto de Deus. Seus pais tiveram mais sete filhos. Ele viveu em várias cortes da nobreza e da realeza na Itália e também na Espanha, no período do imperador Felipe II”, recorda.

Crítica à sociedade de seu tempo

O jovem Luís Gonzaga percebeu sua sociedade corrompida pela luxúria e pela vaidade. Com tão pouca idade, aos 14 anos, percebeu que aquela sociedade sobrecarregava de impostos os pobres e vassalos, fato que ocultava uma degradação moral. Começou a mostrar aberta oposição à toda a situação e repugnava-se de tanto luxo e vaidade dos quais se afastava constantemente para rezar.

Ele censurou a vida mundana de um duque e se insurgiu contra este mundo. Sendo príncipe, chegou montado em um burro para o cortejo de Gala em Milão e não em um cavalo de raça como se esperava. Os cavaleiros e as damas da corte fizeram chacota dele. Mas ele dizia não ter importância. Ele queria mesmo era parecer-se com Cristo que sofreu humilhações.

Espiritualidade, vocação e missão

Ele rezava as meditações do jesuíta Pedro Canísio, depois canonizado. Lia com entusiasmo as cartas dos missionários na Índia, como Francisco Xavier, mais tarde também canonizado. Luiz escutou o chamado de Deus. Aos 15 anos, decidiu ser jesuíta. Foi um jovem sadio com personalidade bem definida. Ele compreendeu prematuramente a futilidade da vida e disse não a tudo isto, deixando-se impregnar totalmente pelo espírito de Jesus Cristo.

Lutou durante muito tempo contra a oposição de seu pai à sua vocação. O pai tentou de várias maneiras fazer com que ele desistisse deste projeto de vida. Por fim, ao ver que ele não desistia, aceitou seu caminho ao vê-lo fazer penitência em seu quarto pelo buraco da fechadura. Isto arrefeceu o coração do pai que escreveu uma carta ao padre geral dos Jesuítas à época, Claudio Águaviva, datada de 3 de novembro de 1585.

Na carta, o pai disse ao padre geral dos Jesuítas que ele teria em suas mãos a prenda mais cara do mundo, seu filho. Em nome de seu projeto, Luiz Gonzaga desistiu de ser duque de Mântua. Entrou para o noviciado jesuíta em novembro de 1585, com 17 anos. Dois anos depois fez seus primeiros votos. Dedicou-se em sua formação inteiramente ao estudo da Filosofia e Teologia, à oração e à caridade. Em seu último ano de Teologia, sonhava ser missionário.

Em 1591, Roma foi afetada por uma epidemia de febre, os jesuítas abriram um hospital onde os membros da ordem atendiam. Luís começou a mendigar mantimentos para os doentes e conseguiu cuidar dos enfermos até que contraiu a doença. Dedicou-se com fortaleza e caridade ao serviço aos doentes. Dedicou-se tanto que acabou também se contaminando, morrendo e se tornando um mártir com 23 anos.

Abaixo segue o vídeo do padre jesuíta Luiz Arnaldo Sefrin:

Por CNBB

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