O Panamá, escolhido para ser a “capital” da juventude católica no mundo em 2019

O Panamá, escolhido para ser a “capital” da juventude católica no mundo em 2019

Em 1985, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o Ano Internacional da Juventude. Nessa ocasião, o papa São João Paulo II dedicou uma Carta Apostólica aos Jovens, convidando-os para um encontro em Roma (Itália), no ano seguinte. Nascia, assim, a primeira Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Reunindo jovens católicos dos quatro cantos do planeta com o papa, a JMJ é realizada a cada três anos em um país escolhido pelo pontífice. A última ocorreu em Cracóvia, na Polônia, em 2016. Na missa de envio dos jovens, Francisco anunciou que o Panamá seria sede da próxima Jornada em 2019. Sendo a primeira vez na História que uma JMJ acontecerá na América Central e terá como ponto de reflexão um tema mariano.

 

Cidade do Panamá

O Panamá é um pequeno país da América Central, onde fica localizado o canal que liga os Oceanos Atlântico e Pacífico. A nação também une as Américas do Norte e do Sul e, no próximo ano, entre os dias 22 e 27 de janeiro, será ponto de união dos jovens do mundo inteiro na 32ª edição da JMJ. Os eventos centrais da Jornada são antecedidos nas dioceses (de 16 a 19 de janeiro de 2019) e acontecerão em diversas dioceses do Panamá, Costa Rica e Nicarágua. Nesses dias, os peregrinos convivem com as famílias que os acolhem e aprofundam a fé com as comunidades locais em que estarão inseridos. O segundo momento são os atos centrais da Jornada, que consistem nas atividades programadas na cidade principal. O lema é centrado na figura de Maria, “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

Padre Antônio Ramos Prado, assessor da Comissão Episcopal para a Juventude

Sobre os temas escolhidos para as Jornadas em âmbito diocesano, nos anos de 2017, 2018 e 2019, todos têm uma referência mariana. Padre Antônio Ramos Prado, assessor da Comissão Episcopal para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirma que “o papa Francisco tem feito propostas de evangelização que tenham continuidade. No tríduo preparatório da JMJ 2019, reflete-se sobre as bem-aventuranças de Nossa Senhora. Esse caminho mariano quer levar os jovens a ter em Maria um modelo de santidade que alimenta a vida de fé e impulsiona-os no seguimento de Jesus Cristo”, enfatiza o assessor.

Jovens no Panamá

Houve um concurso entre os jovens panamenhos para escolher a logomarca da Jornada. Ambar Calvo, 21 anos, estudante de Arquitetura da Universidade do Panamá, foi a vencedora. Ela participou das Jornadas no Rio de Janeiro (RJ) e na de Madri (Espanha). Explica que o processo de criação se tornou intenso, exigiu muita pesquisa e foi importante ter participado das Jornadas anteriores. “Tudo isso tem sido uma experiência muito gratificante para conhecer pessoas de todo o mundo e me preencher com o amor de Deus em todo o seu esplendor”, afirma a jovem Bárbara de Melo Freitas, membro do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ, é cearense, missionária da Comunidade Católica Shalom e há oito meses reside no Panamá. Diante da realidade de pobreza, crise política e narcotráfico vivida nesse continente, a voluntária afirma que são reais os desafios estruturais e financeiros na organização. “Esperamos que o fato de termos uma Jornada no Panamá facilite para que muitos jovens de países vizinhos possam participar.”

Jovens no Brasil


A Arquidiocese de Curitiba (PR) tem buscado fornecer aos jovens apoio e formação para preparação espiritual, financeira, logística e demais detalhes. Sissy Tufanini, coordenadora da equipe, destaca que “além do oferecimento de formações, também tem se buscado a unidade de toda a Arquidiocese para vivenciar esses momentos, com a Jornada Diocesana da Juventude, o Dia Nacional da Juventude e a preparação para a JMJ 2019”. O secretário do Setor Juventude da Diocese de Nova Iguaçu (RJ), Eloi Farias, 29 anos, espera que a ida ao Panamá possa ajudar a viver uma transformação na sua caminhada de fé.

Para a jovem Lidiane de Aleluia Cristo, 29 anos, que mora em Manaus (AM), a Jornada representa comunhão e conhecimento da Igreja jovem do mundo. É a primeira vez que Natanael Monteiro, 27 anos, da Paróquia São João Batista, em Fortaleza (CE), irá participar de uma Jornada Mundial da Juventude, e está vivendo um momento de grande expectativa. “Representa um novo sim e um marco para seguir com alegria a caminhada.” Assim como Natanael, o seminarista do 2º ano de Filosofia da Arquidiocese de Fortaleza, Francisco Vinicius Ferreira da Silva, 22 anos, também participará pela primeira vez da Jornada. “Tenho expectativas de fazer uma experiência concreta com Jesus em diversas situações: na alegria com a juventude de várias realidades, carismas, vocações, na jovialidade do papa Francisco”, salienta o seminarista. Em âmbito nacional, a animação para a participação na Jornada, de acordo com Layla Santos, vice-coordenadora da equipe de Comunicação Jovens Conectados, acontece da seguinte forma: “A Comissão Episcopal para a Juventude, da CNBB, junto com a Pastoral Juvenil do Brasil, está sempre atenta às orientações oriundas do Panamá que repassamos para os regionais, setores de juventude diocesanos e também publicamos em nossos canais de comunicação, com a finalidade de promover a JMJ entre os jovens brasileiros”, explica a jovem.

A jovem Layla Santos (ao lado esquerdo do cardeal dom Sergio da Rocha),
na Polônia, em uma das catequeses em língua portuguesa.

Para a jovem Jeisabel, 28 anos, de Salvador (BA), não pretendia ir à JMJ, mas foi em um encontro de preparação para esse evento que a despertou para o desejo de estar no Panamá em 2019. “Vale a pena os esforços, buscar padrinhos, dormir às duas horas da madrugada preparando as trufas, para depois vendê-las nos eventos e nas missas dos domingos”, diz a jovem. Vitor Aragão de Carvalho, 27 anos, coordenador dos peregrinos Shalom, afirma que essa JMJ será especial para a juventude católica do mundo inteiro. “Sendo o Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, realizado em outubro deste ano, tudo o que for inspirado por Deus para a juventude e, em especial, o envio missionário encontrará seu grande ápice na JMJ do Panamá”, exclama Vitor.

A religiosa colombiana Luz Inés Valdés Zapata, que mora em São Gabriel da Cachoeira (AM), e trabalha na Pastoral Juvenil Salesiana, espera que essa Jornada tenha um despertar vocacional. “Espero um despertar vocacional na nossa Igreja”, afirma a religiosa. Além dos jovens, a cantora católica Ziza Fernandes foi convidada pela direção artística da JMJ do Panamá a fazer a versão do hino da Jornada para a língua portuguesa. Também dirigiu a gravação do áudio de 29 artistas dentro desse projeto, além da direção artística da campanha de publicidade e da produção do videoclipe. “Eu não tinha ideia do convite que estava recebendo e até onde esse convite me levaria enquanto compromisso como artista, como compositora, como cantora. Estar à frente dessa versão me fez de novo ampliar horizontes, me comprometer mais com a Igreja”, pontua a cantora.

Artigo publicado pela Irmã Viviani Moura, fsp.
Fonte: Revista Família Cristã, edição de junho/2018.

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