Manifestações do Grito dos Excluídos tomaram as ruas nesta segunda-feira

Manifestações do Grito dos Excluídos tomaram as ruas nesta segunda-feira

A 21ª edição do Grito dos Excluídos teve como lema “Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?” e como tema “A vida em primeiro lugar”

A 21ª edição do Grito dos Excluídos teve como lema “Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?” e como tema “A vida em primeiro lugar”

O genocídio da juventude negra invisibilizada pelas lentes da grande mídia, o modelo de organização do Estado que está a serviço da burguesia e o monopólio dos meios de comunicação estamparam faixas e cartazes das manifestações que ocuparam, nesta segunda-feira, 7 de setembro, as ruas de todo o País dentro da programação do Grito dos Excluídos e Excluídas 2015.
Para o bispo Dom Pedro Luís Stringhini, vice-presidente da regional sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “neste momento de crise é importante saber de que lado estamos. Pode-se estar com o povo ou com aqueles que querem retroceder. Nós não estamos do lado do quanto pior melhor, nem daqueles que não aceitam o resultado das eleições”, disse.
Os movimentos que compõem o Grito reconhecem os avanços sociais na última década, mas ressaltam que a onda de retrocesso em curso no Congresso Nacional, que tem afetado os direitos da classe trabalhadora como um todo, é o modelo de desenvolvimento que alimenta a burguesia, que extermina os povos das comunidades tradicionais, os jovens negros e pobres das periferias, violenta as mulheres e crianças e inviabiliza as relações nos territórios.
Para o jornalista Altamiro Borges, a imprensa cumpre um papel no mínimo perigoso ao exaltar a cobertura de manifestações conservadoras, que pedem o golpismo, a ditadura e perpetuam a discriminação.
“A mídia também poderia ajudar no combate à violência, mas o que faz é estimular o consumismo e os piores instintos dos seres humanos, com programas policialescos e coberturas omissas de casos como a recente chacina em Osasco, em que foram mortas 19 pessoas”, afirmou.
Com esta edição, o Grito dos Excluídos e Excluídas mais uma vez se afirma como um processo, como uma alternativa viável para todos que são afetados cotidianamente por injustiças e que lutam por um mundo justo. O 7 de setembro de 2015 foi um ponto culminante das manifestações populares, que desde o dia primeiro ocuparam ruas, avenidas e praças pelo Brasil. E elas não param aí. Movimentos populares em diversas cidades realizarão seus Gritos por justiça social e direitos ao longo da próxima semana e dos próximos meses. Assim vai se fortalecendo o processo de mobilização, de organização popular reivindicando a dignidade da pessoa humana e fazendo soar ainda mais forte o tema da maior manifestação popular do Brasil: Vida em primeiro lugar.

Confira as ações que aconteceram em todo o País:

SP
Em São Paulo, cerca de 10 mil pessoas saíram em caminhada da Praça Oswaldo Cruz, passaram pela Assembleia Legislativa e seguiram rumo ao Monumento das Bandeiras no Parque do Ibirapuera. Na Praça da Sé, cerca de 300 pessoas de movimentos populares, pastorais e centrais sindicais se reuniram em um ato que lembrou a morte de Francisco Lima, morador de rua que foi morto na última sexta-feira (4) ao tentar defender uma mulher que era mantida refém nas escadarias da igreja. Luiz Antônio da Silva, que mantinha a refém, também foi morto na ação da Polícia Militar. Os manifestantes terminaram o ato com um abraço simbólico à catedral, lembrando que os mortos dali são vítimas do mesmo sistema. Em Aparecida, no Vale do Paraíba, cerca de 10 mil pessoas compareceram ao Santuário Nacional de Aparecida. Os militantes reivindicaram maior participação popular e a democratização da mídia.

PR
O Grito dos Excluídos em Curitiba reuniu cerca de 200 pessoas na Igreja Nossa Senhora do Rosário do Belém, no bairro Centenário. O ato seguiu até a Vila São Domingos, onde há mais de 800 famílias que lutam pela regularização de suas moradias.

Em Curitiba, o Grito dos Excluídos pediu a regularização das moradias de 800 famílias que vivem na Vila São Domingos

Em Curitiba, o Grito dos Excluídos pediu a regularização das moradias de 800 famílias que vivem na Vila São Domingos

AL
Mais de 500 pessoas ligadas a movimentos sociais, pastorais, entidades e partidos marcharam em Maceió, seguindo o desfile oficial de 7 de setembro. Ao final do ato, o governador Renan Filho foi ao meio do povo ouvir as reivindicações de ampliação de direitos, de abertura de negociações com os professores grevistas, de paz nas favelas e justiça ao Caso Davi, jovem morto há um ano por policiais.

DF
Em Brasília, movimentos sociais, sindicatos e demais coletivos se articularam para a realização da manifestação do Grito dos Excluídos, que se iniciou às oito da manhã na Catedral Metropolitana, no Plano Piloto de Brasília. “O objetivo é expor e colocar em debate os reais problemas que afetam o povo, então diante dessa crise política, econômica, social e ambiental que vivemos, movimentos sociais, coletivos e sindicatos estão organizados e mobilizados para dar uma resposta propositiva para essa crise no sentido de melhorar a vida do povo e dar voz aos excluídos e excluídas”, ressaltou Fábio Miranda, membro da coordenação do Grito no DF.

RS
Em Porto Alegre, cerca de 250 pessoas participaram do 21º Grito dos Excluídos. A concentração começou na Rótula das Cuias, os militantes seguiram em caminhada até a Usina do Gasômetro, no Centro Histórico.

MG
Em Belo Horizonte (MG), cerca de 600 pessoas se concentraram na Praça Raul Soares e de lá seguiram em marcha até a praça sete, no centro da capital.

BA
Em Salvador, na Praça do Campo Grande, 20 mil pessoas de movimentos sociais, pastorais, sindicatos e demais coletivos se articularam para a realização da manifestação do Grito dos Excluídos. Os militantes denunciaram o genocídio da população jovem e negra, pediram atenção especial à economia solidária, e ao quilombo Rio dos Macacos, comunidade quilombola que há décadas luta pela regularização da área.

RR
Em Boa Vista, representantes de 50 entidades se reuniram na Praça Oswaldo Cruz, bairro da Boa Vista. De lá, os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista até a Praça do Carmo, onde aconteceu um ato público.

RJ
No Rio de Janeiro, cerca de 100 pessoas de movimentos sociais saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas no centro da cidade. A concentração começou às 9h na Rua Uruguaiana e a caminhada seguiu até a estátua de Zumbi dos Palmares. A manifestação contou com a participação de movimentos feministas, negros, indígenas, de juventude, sindicalistas, classistas e partidos de esquerda por moradia, educação e comunicação popular.

PE
Marchando pelas principais ruas e avenidas do Recife, cerca de 3500 pessoas gritaram em defesa da democracia, da ética na mídia e por investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), por mais educação, reforma agrária, demarcação de terras indígenas e direito à cidade. Vários movimentos sociais, pastorais sociais da Igreja Católica, sindicatos, grupos de jovens, mulheres e indígenas gritaram também pela prevenção e combate à violência contra os jovens e as mulheres, e contra a violência policial.

PA
Cerca de 500 marcharam pelas ruas da capital Belém. Os manifestantes pediram o fim do extermínio da juventude e da violência contra mulher. Durante o trajeto, os manifestantes pararam enfrente à Rede Globo e pediram a democratização dos meios de comunicação.

GO
Em Goiânia, 150 pessoas se reuniram em um seminário que contou com a participação de moradores das periferias da cidade. O evento debateu os principais temas do 21º Grito dos Excluídos.

*Da Assessoria de Imprensa da Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos

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