Os símbolos percorreram vários setores do presídio ao ritmo de orações e cânticos de louvor. No Pavilhão de Saúde – onde ficam custodiados que sofrem de alguma doença que necessita de maiores cuidados – os religiosos entraram no solário e rezaram junto com os internos. Nos demais pavilhões, a Cruz e o Ìcone de Nossa Senhora foram colocados junto às grades que dão acesso às galerias, para que os internos pudessem tocá-los.

Para os detentos, foram momentos de fé, emoção e agradecimentos por poderem participar dessa jornada organizada pela Igreja Católica. “Obrigada por vocês terem lembrado da gente”, agradeceu o interno César Leite, que, mesmo confessando não ter nenhuma religião, se disse muito tocado naquele momento. “Não dá nem pra explicar o que eu estou sentindo”. 

Segundo o arcebispo auxiliar da Aquidiocese de Campo Grande, Dom Eduardo Pinheiro da Silva, a escolha da unidade penal como um dos locais de passagem da Cruz Peregrina teve como objetivo mostrar a força divina. “Queremos demonstrar que podemos carregar todas as cruzes de nossas vidas, por mais pesadas que sejam, através do amor de Deus”, destacou. 

O arcebispo enfatizou ainda que a questão prisional é um assunto social que deve ser levado a sério por toda a comunidade. “A sociedade nem sempre ajuda essas pessoas, que necessitam de transformação, e nós, da Igreja, temos essa missão de contribuir. Aqui podemos fazer uma grande diferença”, afirmou. 
Acompanhando a passagem dos símbolos católicos pelo presídio, o diretor da unidade penal, João Bosco Correa, destacou a importância da assistência religiosa dentro do sistema prisional. “Nós estamos sendo privilegiados com essa visita, e as palavras de fé ajudam muito, acalmam e são muito importantes nesse ambiente”, disse. 

O Estabelecimento Penal “Máximo Romero”, em Jardim, também recebeu a passagem da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora. A visita aconteceu no último dia 19, com a realização também de uma celebração eucarística, pelo bispo Dom Jorge Alves Bezerra. 

Ao final da visita, o bispo abençoou os internos, motivando-os a serem “sal da terra e luz do mundo” e os estimulou a não perderem as esperanças em dias melhores. “Porque aqui é lugar de passagem, outro dia será bem melhor porque há uma esperança para o futuro”, concluiu, dando benção a todos os internos, direção e funcionários.

Por Keila Terezinha Rodrigues de Oliveira, do site MS Notícias