Depois de uma missa na Catedral da Sé, às 18h, presidida pelo arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer, os símbolos da JMJ, a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora, foram levados à Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, também na região central.
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Os jovens iniciaram a meditação dos mistérios dolorosos do Rosário diante do Pátio do Colégio, local da fundação da cidade de São Paulo, e da Igreja do Beato José de Anchieta. Em seguida passaram pelo Largo do Paissandu, onde fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
O momento marcante da procissão foi quando a Cruz Peregrina entrou na Favela do Moinho. Os jovens tiveram que passar debaixo de uma ponte e atravessar a linha férrea com a Cruz para entrar na comunidade carente. Enquanto passavam entre os inúmeros barracos da favela, com velas acesas, a juventude entoava o hino da JMJ de 2000, “Emmanuel”.
– Esta música expressa o que estamos vivendo aqui neste momento. É o Emanuel, o Deus Conosco que vem ao encontro dos mais sofredores – afirmou, emocionado, dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e referencial do Setor Juventude Arquidiocesano, que acompanhou toda a caminhada. Em seguida, o bispo pediu para que todos os jovens estendessem as mãos e orassem pela comunidade. Dom Tarcísio também convidou os moradores da favela a se aproximarem e tocarem a Cruz.
Depois de deixar a Comunidade do Moinho, a Cruz seguiu para uma das regiões mais precárias da cidade, a chamada Cracolândia. O símbolo da JMJ passou por uma rua tomada por centenas de usuários de crack espalhados pelas calçadas. Enquanto um dos jovens conduzia um momento de oração, ouviu-se do meio dos usuários alguém que disse: “Jesus morreu na cruz por mim”. Apesar de visivelmente alterados pelo efeito da droga, alguns acompanharam a oração do 5º mistério doloroso do Rosário, chegando a recitar a “Ave-Maria”. Em seguida, abriram espaço para que a Cruz continuasse sua caminhada.
O vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, padre Julio Lancellotti, afirmou que a peregrinação da cruz pelas ruas da cidade de São Paulo deve ser um sinal de compromisso da Igreja para com os que sofrem.
– É a cruz indo ao encontro dos crucificados, é a vida indo ao encontro da morte. É o amor indo ao encontro da dor – disse.
A procissão chegou ao seu destino por volta das 23h, quando foi recebida com uma queima de fogos na Igreja da Boa Morte, uma construção de mais 200 anos. Depois da missa, os jovens das novas comunidades da arquidiocese permaneceram em vigília até as 6h desta terça-feira (20).
Cruz e Ícone na Catedral da Sé
Desde as 7h da manhã da segunda-feira, quando a Catedral da Sé abriu suas portas, fiéis vindos de todas as partes da cidade chegaram para participar das diversas celebrações com a Cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora. Todas as cerimônias com centenas de pessoas. Foram celebradas missas às 7h30, 9h, 12h, 15h e 18h. A Cruz e o Ícone chegaram à catedral na noite do domingo, dia 18, vindos do Campo de Marte, onde foram acolhidos no evento Bote Fé.
Às 15 h, foi celebrada uma missa em rito maronita presidida por Dom Edgar Madi. Ele ressaltou que a Igreja Católica Maronita se alegra com passagem dos símbolos pela cidade de São Paulo, bem como com a realização da JMJ no Brasil.
O bispo oriental explicou que no calendário litúrgico da Igreja Maronita, do dia 14 de setembro (Festa da Exaltação da Santa Cruz) até o Advento, é vivido o “Tempo da Cruz”.
– Neste período nós contemplamos a cada domingo o sentido da cruz e sobre a segunda vinda de Jesus Cristo. Por isso a Igreja Maronita tem uma devoção muito forte para a Santa Cruz – explicou.
Ao longo do dia, uma grande fila de fiéis tomou o corredor central da catedral, para se aproximar dos símbolos e fazerem suas orações. Durante todo o dia também houve padres nos confessionários.
A dona de casa Ninfa Galvão Souza Silva, ficou muito emocionada ao se aproximar dos da Cruz e do Ícone. Ela veio do bairro do Tatuapé para participar da celebração.
– Espero que com a presença desses símbolos em nossa cidade a juventude tenha mais fé – disse.
Às 17h aconteceu uma paraliturgia organizada pela Pastoral da Juventude da Região Episcopal Brasilândia, e presidida por dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese.
A liturgia da palavra preparada pelos jovens partiu da parábola do semeador, apresentada no Evangelho segundo Mateus, e incentivou os jovens a refletiram em quem eles depositam sua fé e sobre o compromisso de serem propagadores da semente da Boa Nova, seguindo a proposta do tema da JMJ Rio 2013. “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.