Começa, em Brasília, Curso de Formação Missionária com enfoque na Amazônia

Começa, em Brasília, Curso de Formação Missionária com enfoque na Amazônia

Aprofundar as motivações e a compreensão da missão, bem como a visão dos desafios missionários, seus fundamentos bíblicos e teológicos, são os principais objetivos do Curso de Formação Missionária, com enfoque na Amazônia, edição 2013. Promovido pelo Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília (DF), o curso teve início na tarde deste domingo, dia 2, e se estenderá até o dia 27 de junho.

Na sua primeira semana, o curso, que conta com a participação de 20 pessoas, entre religiosas, presbíteros e leigos, se concentra na dimensão humano-afetiva da missão, reflexão conduzida pela Irmã Maria de Fátima Morais, IASCJ, psicóloga e assessora da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

“Como sinal de maturidade o missionário deve assumir a missão com tudo o que ela comporta. A responsabilidade é da pessoa e a obediência é em função da missão”, diz a assessora. “Neste primeiro bloco trabalhamos os sentimentos e as relações, como as pessoas se relacionam com elas mesmas, com os outros, com Deus e também com o Universo. Isso é importante porque tomamos consciência sobre o quanto essas mesmas relações se humanizam e ajudam as pessoas a se humanizarem. É um exercício de percepção sobre nossas relações, seus vínculos e intensidade”, afirma Irmã Maria de Fátima.

Uma das dificuldades na missão é o processo de relacionamento. Ao falar sobre os conflitos, a psicóloga destaca que “a tendência do ser humano é o de querer mudar os outros, mas na verdade, o que nós conseguimos é apenas mudar a nós mesmos. Percebendo isso, as outras pessoas também vão mudar. Isso é fundamental para a convivência na missão. Aceitar o outro, as suas diferenças, naquilo que ele ou ela tem como pessoa. Querer que o outro mude de acordo com a minha maneira de ser é o que faz com que o outro não me aceite como sou”, observa.

As demais dimensões da missão a serem abordadas ao longo do curso, com a ajuda de assessores, são a bíblica, a teológica, a geográfica, a histórica, a antropológica, a socioambiental, a ecumênica e a espiritual. No final, os participantes receberão um certificado de extensão universitária reconhecido pelo MEC.

Padre Osvaldo Vieira da Costa, da diocese de Santo Amaro (SP), participou do Encontro Nacional dos presbíteros onde circulou uma carta do bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Edson Damian, convidando padres para a missão na Amazônia. Padre Osvaldo decidiu somar-se à equipe do Projeto entre os regionais Sul 1 – Norte 1 da CNBB. O seu destino é São Paulo de Olivença no Alto do Solimões, sudoeste da Amazônia. “Uma coisa é praticar a missão, outra é ouvir falar e outra ainda é estar nela”, comenta. “Este curso já nos insere na missão e isso é encantador. Temos aqui teoria e prática por conta das pessoas que já viveram na missão e pela capacidade que os assessores têm de nela nos inserir”, avalia.

A bancária Carolina Behenck Reck residente na cidade de Torres, na diocese de Osório (RS), deixou o trabalho para se dedicar à missão em São Gabriel da Cachoeira (AM). “Quem vai para a missão deve estar bem preparado e este curso nos dá as bases para isso. Para eu que estou começando está sendo muito bom para entender certas questões que eu não conseguia entender antes. Eu larguei o Banco faz uma semana e estou aqui me preparando para partir”, explica a leiga missionária. A motivação principal, segundo ela, vem da família. “Os meus pais plantaram a sementinha da missão que foi se desenvolvendo. Há algum tempo venho trabalhando com o nosso bispo, dom Jaime Pedro Kohl, para ver se é isso que quero mesmo. Estou feliz por que acho que esse é o meu caminho”, ressalta e conclui. “Como é gratificante quando a gente se doa!”

Pertencente à congregação das Filhas da Caridade São Vicente de Paula, Irmã Neusa Procópio dos Santos é originária do Sul de Minas e trabalha em Tocantins. A religiosa explica que se interessou pelo curso para aprimorar sua prática na missão. “Quero aprender como trabalhar melhor com o povo, saber como entender a maneira de ser do povo na missão”, relata.

O estudo é uma parceria entre o Centro de Animação e Estudos Missionários, Conferência dos Religiosos do Brasil, Comissão Episcopal para Amazônia da CNBB e Instituto Superior de Filosofia Berthier de Passo Fundo (RS).

Por Jaime C. Patias

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