Apresentação de Maria no Templo: o que nos ensina esta festa?

Apresentação de Maria no Templo: o que nos ensina esta festa?

No dia 21 de novembro, a Igreja comemora a apresentação de Maria no Templo, dia em que seus pais, Joaquim e Ana, levaram-na ao templo, com apenas três anos de idade, para lá crescer juntos às mulheres dedicadas ao serviço do culto. O fato não é narrado na Sagrada Escritura, mas consta na Tradição da Igreja desde os primeiros séculos e é solenemente celebrada pela Igreja Oriental.

Mas o que é Tradição? A Tradição é o conjunto de escritos que não foram incluídos na Escritura, testemunhos orais, costumes que foram sendo passados pelas gerações dos cristãos e confirmados pelos Apóstolos e seus sucessores que são os bispos reunidos no Colégio Universal.

Embora não saibamos ao certo como era o dia a dia de Maria no Templo, podemos imaginar como, desde criança, já nutria em seu coração um desejo de Deus que encantava seu coração. Assim, sempre procurou alimentar sua união com Ele, estando sempre atenta aos seus apelos. Esta experiência deve ter sido uma escola de escuta, de silêncio orante, de serviço e de fé.

Melhor do que imaginar ou discutir como teria sido a infância de Maria no Templo, é pensarmos o que esta festa nos ensina. Em primeiro lugar aprendemos a ser templos do Senhor! Lugar da presença constante de Deus. Lembremos que Deus “soprou-lhe nas narinas o sopro da vida” (Gn 2,7), ou seja, temos em nós o sopro da vida do Senhor! Temos também a alegria de comungar o Corpo e Sangue do Senhor e nos tornar sacrários vivos da sua presença. Será que temos consciência disso?

A Tradição entende que Maria já tinha a disposição de entregar-se ao Senhor desde criança. Sabemos que ao dar seu SIM ao Anjo Gabriel, ela assumiu um projeto para toda a sua vida: o projeto de Deus para salvação da humanidade. Ela não colocou no centro de seus interesses, a si mesma, mas a vontade do Senhor. Dispôs-se a servir, a amar, a perdoar, a acolher, a estar em íntima relação com Deus como e com seu filho Jesus. Este é o segundo aprendizado desta festa: somos convidados a entregar-nos inteiramente ao Senhor, fazendo dEle o centro de nossa vida tendo em nós “o mesmo sentir e pensar que do Cristo Jesus” (Fl 2, 5).

Que Maria interceda por nós! Que sejamos corajosos e generosos em doar nossa vida ao Senhor fazendo-nos servidores, de nos fazermos templos a irradiar sua presença no mundo para que outros saibam que nEle está a verdadeira felicidade.

Por Irmã Valéria Leal, Apóstola do Sagrado Coração de Jesus
e Assessoria Interna da Comissão Episcopal
Pastoral para a Juventude (CEPJ).

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Email