Testemunho Missionário: Lançar-se sem medo nos projetos de Deus!

Testemunho Missionário: Lançar-se sem medo nos projetos de Deus!

Quando descobrimos o que Deus tem para nós, somos chamados a nos lançarmos sem medo, neste projeto de Vida! Nossa série traz hoje, o testemunho de Gracielle Reis, missionária da Comunidade Católica Canção Nova, que atualmente reside na Terra Santa, onde atua voluntariamente como jornalista e consagrada da CN, vivendo diariamente este “lançar-se” na vontade do Senhor! Ah, não esqueça: Temos uma playlist especial para acompanhar esta leitura tão bela!

Umas das frases que mais ouvimos e falamos na Comunidade Canção Nova é a seguinte: “o inesperado é a regra da Providência”. Poderia destacar tantos momentos e história da minha vocação, mas gostaria de concentrar na experiência atual.

Faço parte da Comunidade Canção Nova na forma de pertença “segundo elo”, mais conhecida como “comunidade de aliança”. Somos aqueles que permanecem na sua realidade de família, trabalho, estudos, mas são os braços do carisma nos diversos contextos da sociedade. Sou jornalista e historiadora e, de fato, neste ano, tem sido esse me lançar em contextos diversos do mundo atual.

Como apontei no início, vivo um inesperado: em 2017, foi-me feito o convite de passar um ano na Terra Santa para uma experiência de trabalho voluntário. No local, a Canção Nova atua em parceria com a Custódia da Terra Santa (frades menores) no Christian Media Center e vim somar a equipe de voluntários. Conhecer a Terra Santa era um sonho distante, morar então, mais ainda! Um crescimento não somente profissional, mas sobretudo cultural e espiritual!

Com isso, interrompi minhas atividades na minha cidade (Rio de Janeiro) para me dedicar a esta experiência fantástica! Aqui, além de tocar e seguir os passos em lugares onde viveram e andaram Jesus, a Virgem Maria, São José, os apóstolos e tantos personagens bíblicos, tenho a missão de comunicar e levar pessoas de todo o mundo a tocarem na terra do “Quinto Evangelho”. Pessoas que, talvez, nunca pisarão na terra de Jesus, mas podem ser alcançados pelos meios de comunicação.
Aqui, o nosso ser eclesial, visão de mundo e relação com a diversidade também se alargam. Além da Igreja Católica de rito romano, temos presentes as Igrejas católicas de rito oriental e as ortodoxas, fora o contato com judeus e muçulmanos. Uma realidade que, primeiramente, pode parecer confusa e caótica. Entretanto, tocar na diversidade é uma riqueza. Como é interessante ver os detalhes, gestos e costumes das outras religiões. Algumas vezes, me dirijo ao Muro das Lamentações (o local hoje mais importante para os judeus), dentro da Cidade Velha de Jerusalém, e fico ali contemplando o modo como rezam, cantam e dançam. Ou entre os muçulmanos, como na festa do Ramadã, vimos como as cidades ficaram coloridas, as comidas típicas e tradições dessa época. E ainda os diferentes ritos cristãos e suas diferentes liturgias, como presenciamos na Basílica do Santo Sepulcro, onde coexistem varias denominações: as Igrejas Católica, Ortodoxa Grega, Armênia, Copta e Siríaca.
Contudo, fica a experiência maior de ver o quão pequena sou diante da diversidade do mundo! Aqui, os cristãos são minoria e até mesmo nós católicos de rito latino. A maioria dos cristãos faz parte das igrejas de rito oriental ou das ortodoxas. Com todo esse mosaico, posso afirmar que muito mais eu aprendo. Meu ser missionário cresce muito mais ao compreender que sou uma gota no meio deste oceano.
E de fato, é muito concreto fazer a experiência com os lugares santos. Aqui, aprendemos que, em cada santuário, se vive aquele acontecimento todos os dias. Por exemplo, no Santo Sepulcro pode-se falar que é Páscoa todos os dias. Não só o tempo e a história determinam o calendário litúrgico, mas, nos santuários, também o próprio lugar. A mesma lógica segue nos outros locais santos: em Belém, é Natal todos os dias; em Nazaré, se atualiza a anunciação todos os dias; em Ain Karen, todos os dias é a visitação de Maria a Isabel, e assim por diante. Nos lugares sagrados, a liturgia é marcada pelo “hic”, do latino “aqui”, e não determinado pelo tempo litúrgico que se celebra em toda a Igreja.
Deste modo, um ano que ficará marcado na minha vocação para sempre! Meu contato com a Palavra de Deus nunca mais será o mesmo! Vejo, assim, que é um grande investimento de Deus em minha vida e um solidificar da minha fé para tudo o que virá pela frente! Tocar neste solo santo é descobrir mais ainda quem eu sou diante de Deus.
Ver a beleza do Mar da Galileia, por exemplo, onde tantos eventos e milagres de Jesus aconteceram, é ouvir o Seu chamado todos os dias e de maneira muito mais concreta: “Vem e segue-me”; “Lançai as redes para águas mais profundas”; “Farei de vós pescadores de homens”.
Gracielle Reis, Comunidade Católica Canção Nova.
Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Email