“Reiniciar o tempo comum, no incomum do tempo”: confira o artigo de Dom Amilton

“Reiniciar o tempo comum, no incomum do tempo”: confira o artigo de Dom Amilton

Estamos reiniciando, no calendário litúrgico da Igreja, o Tempo Comum, novamente em meio à pandemia do novo coronavírus.

Quando vivenciamos as 07 primeiras semanas, no início do ano, fomos tomados por uma grande alegria: a tão sonhada vacina estava chegando… A sensação de ter derrotado o inimigo invisível enchia o nosso coração de sonhos e projetos. Já era possível avistar o “novo normal”.

Dom Amilton Manoel

No entanto, não foi isso que aconteceu. A lentidão na fabricação e chegada das vacinas possibilitou que uma segunda onda da Covid-19 se expandisse pelo país… De alguma forma, fomos novamente tomados pelo sentimento de derrota, frente a um vírus insistente e letal.

Mas é preciso reconhecer e sermos gratos a Deus, pelo prazo recorde de vacinas, menos de um ano desde o início da pandemia, que chegaram a todos os países. Já é possível contemplar também a eficácia das mesmas, em algumas partes do mundo onde o “tempo novo” parece que chegou. Isso nos enche de júbilo e nossa fé garante que “esse tempo”, em breve chegará também para o Brasil, mesmo em meio à politização da vacina e os interesses mesquinhos de alguns líderes políticos e de alguns grupos.

Neste flagelo desesperador, temos aprendido que “o novo” depende do jeito que enfrentamos a pandemia agora, o que exige uma postura urgente: sanitária, política, ética e espiritual. Sanitária: porque não podemos nos descuidar das orientações dos agentes de saúde; política: porque devemos enxergar além de partidos e ideologias, uma vez que os que detentores do poder necessitam de um pacto com a vida; ética: porque os fins lucrativos não podem manipular o que é direito de todos; espiritual: porque há lições e oportunidades latentes que precisam ser investidas…

Contudo, reiniciemos o Tempo Comum com entusiasmo e esperança. Jesus que se fez igual a nós e enfrentou tantas pandemias políticas e religiosas, certamente nos iluminará, a cada dia, nas respostas de VIDA às surpresas da anormalidade do tempo. Sua Mãe, que celebramos, neste pós Pentecostes, como “Mãe da Igreja”, nos ajudará com amor maternal, a nos mantermos firmes e perseverantes nos passos do seu Filho, até a celebração do seu reinado (Cristo Rei – 21/11).

Bem-vindo, Tempo Comum!

Dom Amilton Manoel da Silva, CP, bispo de Guarapuava e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude CNBB.

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