Quando ele tinha 19 anos, a Polônia foi ocupada pela Alemanha de Hitler e pela União Soviética de Stalin, que a dividiram entre si. Karol tinha amigos judeus, que foram presos e mandados para campos de concentração. Nessa época, ele frequentava um grupo de teatro clandestino chamado “Teatro Rapsódico”, que era uma forma de manter acesas as chamas da religiosidade e do nacionalismo dos poloneses, um povo bastante católico.
Wojtyla entrou no seminário clandestinamente aos 22 anos, após ouvir o chamado de Deus. Foi ordenado sacerdote em 1° de novembro de 1946. Na diocese de Cracóvia, foi vigário em várias paroquias e capelão de universitários – parte de seu rebanho pelo qual sempre manifestou particular carinho. Em 1958 foi sagrado bispo, tornando-se bispo-auxiliar de Cracóvia – em 1964 tornou-se arcebispo. Em 1967 foi feito cardeal pelo Papa Paulo VI.
Seu vigor físico impressionava a todos, pois costumava praticar ciclismo, alpinismo, esqui, grandes marchas a pé, canoagem em caiaques, e, sempre que possível, estava em contato com o ar livre. Isso continuou mesmo depois que ele se tornou papa em 1978 – o primeiro não italiano em quase 500 anos. João Paulo II costumava esquiar nas montanhas italianas. Isso era tão inacreditável que demorou para as pessoas o reconhecerem.
A Igreja precisava, naquele tempo, de um homem moderno e saudável, que unisse a cultura de um homem formado e o dinamismo de um jovem, segundo o escritor brasileiro Carlos Heitor Cony, em seu livro “Nos passos de João de Deus”. Para Cony, que escreveu no mesmo ano em que o Papa sofreu o atentado (1981).
O atentado aconteceu no dia 13 de maio de 1981, dia de Nossa Senhora de Fátima. O Papa levou dois tiros, esteve entre a vida e a morte, mas sobreviveu.
João Paulo II ficou conhecido como o papa com o terceiro pontificado mais longo da história (quase 27 anos), o primeiro papa não italiano em quase 500 anos, o papa que mais viajou, o que mais canonizou santos. Foi também o papa que impulsionou nos século XX a devoção mariana. Foi o papa dos jovens. Foi ainda o papa que conviveu com a dor e o sofrimento desde cedo, e, com seu exemplo, nos ensinou a superar todas as dificuldades para permanecer anunciando o Evangelho de Cristo.
Por Felipe Rodrigues
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