Papa Francisco convida a ser “jovem jovem” e não “jovem envelhecido” para enfrentar os desafios.

Papa Francisco convida a ser “jovem jovem” e não “jovem envelhecido” para enfrentar os desafios.

Um convite a ser “jovem jovem” e não “jovem envelhecido” foi feito pelo Papa Francisco numa vídeomensagem aos jovens que participaram de um encontro organizado pela Conferência Episcopal das Antilhas na semana passada. Para enfrentar os desafios significativos serve “toda a força da juventude”. “Se você está sentado não funciona”, disse.

Francisco nas suas palavras cheias de afeto fez uma reflexão a todos nós sobre a família afirmando que o “amor tem uma força toda sua” e “nunca acaba”: no seu projeto de transformação da família vocês devem “compreender o presente” para enfrentar o “amanhã”, sem jamais esquecer o “passado”.

Não esquecer as raízes

Olhar então para o futuro, sem esquecer as raízes, é a exortação do Papa Francisco. “Olhem para seus avós, olhem para seus pais e conversem com eles”. Não se pode fazer nada no presente, nem no futuro, – disse – se você não está enraizado no passado, na sua história, na sua cultura, na sua família; se você não tem as raízes bem plantadas dentro. Da raiz você receberá a força para continuar. Todos, nós e vocês, não fomos feitos em um laboratório, nós temos história, temos raízes. E o que fazemos, os frutos que daremos, a beleza que poderemos criar no futuro, provém daquelas raízes”, afirmou Francisco.

O Papa recorda um poeta que conclui seu grande poema com este verso: “‘Tudo o que a árvore tem de florido, vem do que está  enterrado’.

Sínodo sobre a juventude

Vem em mente quando ouvimos palavras como essas do Papa Francisco o horizonte do próximo Sínodo sobre a juventude que se realizará aqui no Vaticano no mês de outubro. Uma oportunidade impar para refletir sobre o protagonismo de nossos jovens dentro da nossa realidade de Igreja. Um bilhão e 800 mil pessoas entre 16 e 29 anos, isto é, ¼ da humanidade, são os jovens do mundo, recorda o Instrumento de Trabalho do Sínodo. É o momento de convergência da escuta de todos os componentes da Igreja e também de vozes que não pertencem a ela.

E o que querem os jovens de hoje? Sobretudo, o que buscam na Igreja? Desejam uma “Igreja autêntica”, que brilhe por “exemplaridade, competência, corresponsabilidade e solidez cultural”, uma Igreja que compartilhe “sua situação de vida à luz do Evangelho ao invés de fazer pregações”; uma Igreja que seja “transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa”. Enfim, destaca o Instrumento de Trabalho, uma Igreja “menos institucional e mais relacional, capaz de acolher sem julgar previamente, amiga e próxima, acolhedora e misericordiosa”.

Mas há também quem não pede nada à Igreja ou pede que seja deixado em paz, considerando-a um interlocutor não significativo ou uma presença que “incomoda e irrita”. Um motivo para essa atitude está nos casos de escândalos sexuais e econômicos, sobre os quais os jovens pedem à Igreja que “reforce sua política de tolerância zero”.

Procurando a felicidade

A vida é uma jornada, sempre à frente, procurando a felicidade, para nós e para os outros disse tempos atrás Francisco aos participantes da tradicional Peregrinação Macerata-Loreto. “Homens corajosos em caminho … é um bom sinal” – disse o Papa – porque “na vida você não pode ficar parado e um jovem parado é como um aposentado de 20 anos… e esta é uma coisa ruim”. A juventude – especificou – deve ser vivida, “ir em frente e dar frutos”.

“A felicidade não é algo que pode ser comprado no supermercado; a felicidade só vem em amar e ser amado, amar os outros. Guerras não dão a você felicidade, inimizades não dão a você felicidade, conversa fiada não dá a você felicidade”.

E o que mais preocupa o jovem?  Em muitos existe o medo de não ser amado, mas a Igreja, disse tantas vezes Francisco confia neles e eles devem confiar na Igreja.

Não desanimem

Francisco certa vez em uma mensagem à juventude argentina exortou-os a perseverarem no caminho da fé cristã, sem desanimarem pelos possíveis obstáculos que podem surgir ao longo da vida. Sua palavras textuais: “Coloquem os tênis, saiam com a camiseta de Cristo e lutem por seus ideais. Vão com Ele curar as feridas de muitos dos nossos irmãos que estão à beira da estrada, vão com Ele para semear esperança nos nossos povos e cidades, vão com ele para renovar a história”, disse-lhes o Sucessor de Pedro.

Francisco quer o brilho da esperança nos olhos dos jovens. Quer os jovens protagonistas da Igreja, quer vê-los construindo uma sociedade que não seja alheia à pobreza, à exclusão. Quer ver os jovens amando a diversidade e que criem empatia com os mais vulneráveis. Quer o jovem sendo Igreja que sai às ruas, que luta por seus ideias e é fiel às suas convicções.

Francisco quer “jovem jovem” enfrentando os desafios da vida com “toda a força da juventude”. É hora de arregaçar as mangas e começar a lutar.

Por Silvonei José – Cidade do Vaticano | vaticannews.va

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