Livre para amar!

Livre para amar!

Amar… Palavra tão simples, de duas sílabas, mas com demandas tão imensas e  sentidos tão complexos. Se torna fonte de inspiração de livros, letras de músicas, filmes e por ai vai. Todo mundo quer amar, mais ainda se sentir amado, porém nesta aventura muita coisa rola! Há choros, há risos, há dramas, há silêncio e também há muita “falação”. Mas na verdade o que rola por trás deste verbo que implica tanta ação ( fui redundante mesmo)? O que nos mobiliza a querer amar?

Cara, longe de querer explicar, pois não conseguiria, fico na tentativa de ir pelo caminho do impulso que acredito que nos leva a aventurar no amor e suas demandas! Na verdade, amo porque quero ser livre! Sou impulsionado à liberdade! Não tem como pensar o amor e a arte de amar se não pensar na busca mais intensa do homem em querer ser livre! De fato, após a vida, a liberdade é um dos maiores dons que Deus nos deu, e só nos deu por nos amar! Amando, nos libertou, tá escrito lá na carta de São Paulo aos Gálatas: “Foi para liberdade que Cristo nos libertou”. Ele morreu por amor e para nos fazer livres!

Amar é ser livre e é preciso ser livre para amar!

A liberdade de me conhecer, perceber meus dons, sonhos, qualidades, limites me faz buscar alguém a quem entregar o coração! É justamente quanto toco em tudo que sou, que me percebo limitado e ao mesmo tempo necessitado – daí, na liberdade, busco encontrar alguém a quem me doar! Amor é esta doação de si a alguém! E, para isso, requer liberdade! Esta lógica pode parecer estranha: tipo assim, se me percebo limitado e a partir desta percepção buscarei alguém para entregar meu coração, será que não perderei minha liberdade?

Não mesmo! Deus, quando morre na Cruz por nós, o faz de maneira livre e por amor! Se faz “necessitado”,  não se deixa vencer, mas se entrega! Na entrega da liberdade, Ele se torna livre para amar a todos!

Adriano, não entendi! Como assim?

Na lógica deste mundo, quando entrego minha liberdade, me torno alienado!
Mas, na lógica de Deus, a entrega se torna o ápice de um amor livre!

Como nos diz o Beato João Paulo II, “a forma de amor mais plena consiste precisamente na auto-doação, em fazer do inalienável e intransferível ‘eu’ uma propriedade de outra pessoa” ( in: Amor e Responsabilidade).

É justamente se dar ao outro!

Só é possível aprender a amar olhando para Cristo na Cruz! A entrega de uma liberdade em prol de um amor! Não deixo de ser eu ao me entregar, mas justamente por me entregar posso amar de maneira total!

Muita gente entrega o corpo, os sentimentos e emoções pensando que está amando! Não é assim! Há um treinamento na arte de amar! Entregar o coração requer entregar sonhos e projetos. E só é possível se há cumplicidade e entrega do outro também! Esperar, tolerar, suportar, desculpar são verbos que acompanham este treinamento! E tem que ser sempre entre os dois!

E te convido a pensar:

O amor tem me feito mais livre? Ou será que estou refém dos desejos, das emoções, das “cobranças”? Será que meus relacionamentos tem me feito mais eu ou mais o que o outro quer que eu seja?

Como disse nosso amigo Beato João Paulo II, “a liberdade existe para que se possa amar” (Amor e Responsabilidade).

Então, que tal ser livre para amar?

Adriano Gonçalves

Missionário Comunidade Canção Nova

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