Juventude em Missão: a caminhada na Amazônia começou

Juventude em Missão: a caminhada na Amazônia começou

“Não há fronteiras, não há limites: envia-nos”!

Este é o lema da Missão Jovem na Amazônia 2019, que acontece na região Pan-Amazônica do “Bico do Papagaio”, Diocese de Tocantinópolis/TO. De 15 a 22 de dezembro os jovens missionários visitarão as casas das famílias e aldeias indígenas.

Parte dos jovens da Missão Jovem CNBB.

Neste domingo, 15, no período da manhã os jovens participaram de um momento  formativo. A missão será feita em diferentes cidades da região e diversas realidades da diocese de Tocantinópolis: povos indígenas, assentamentos, zona rural e zona urbana.

Padre Toninho, assessor externo da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, explicou aos presentes o que é a Missão Jovem, como foi pensada, seus objetivos e seus frutos desde 2014, quando se iniciou. Esta missão em Tocantinópolis já é a 4º Missão Jovem da Pastoral Juvenil da CNBB. “Na primeira Missão organizada, mais de três mil jovens se inscreveram e só tínhamos 72 vagas”, recorda Padre Toninho.

Testemunhos da Missão

Taillany Sousa de Mesquita, 25 anos, é secretária do Setor Juventude da Diocese de Tocantinópolis e organizadora da missão. Ela falou aos jovens presentes sobre o estado do Tocantins, a região do Bico do Papagaio e as diferentes realidades vividas no local, principalmente no que tange as dificuldades enfrentadas pelo povo e na evangelização da Igreja. “Falar sobre o Tocantins é importante para que os jovens missionários conheçam, mesmo que teoricamente, um pouco do chão onde estão pisando e quem eles poderão encontrar durante a experiência de missão. Falar disso é falar da história desse lugar e do rosto do nosso povo”, diz a organizadora.

Padre Vitor Chaves, assessor diocesano da juventude, apresentou a Diocese de Tocantinópolis e os povos com quem os jovens vão se encontrar nesta semana de missão. “Para respeitar o direito à dignidade das pessoas, foi preciso muita luta”, lembra ele. Assim, Padre Vítor falou dos assentamentos e povos indígenas e das ameaças que estes povos sofrem no território em que vivem, principalmente em perder a terra em que habitam. “Nós vamos levar a Jesus Cristo, mas também vamos encontra-lo no coração de cada um que estiver no nosso caminho”, declara ele, lembrando da importância de respeitar o sagrado de cada pessoa e suas características culturais. O padre trouxe a história e a figura de Padre Josimo Tavares, que lutou pelas causas sociais da região, uma figura importante para a Igreja local, que uniu o pastoreio às questões sociais necessárias e é um exemplo a ser seguido.

“Tenho que assumir. Se eu me calar, quem os defenderá? Quem lutará a seu favor?” Frase de Padre Josimo Tavares. O padre foi assassinado em 1986, na porta da Curia de Imperatriz, no Maranhão, depois de muito lutar pelos povos da terra.

Na parte da tarde, os missionários participaram da missa de envio, presidida pelo bispo local, Dom Giovanni. “Vou pedir a vocês que, durante esta semana, vocês levem no coração essas duas palavras ‘ver’ a realidade do local e ter ‘sensibilidade’ ao que vão viver. Olhar com clareza a realidade é deixar-se tocar por ela. Ser sensível com o coração”, pediu o bispo aos missionários. Agora, cada um parte para uma realidade diferente dentro da Diocese de Tocantinópolis. Dom Giovanni concluiu o envio à missão, pedindo que os jovens tenham uma palavra de incentivo aos que encontrarem pelo caminho. “Se preciso, dê uma palavra: uma palavra de esperança, uma palavra de vida”, finalizou o bispo.

A Pastoral Juvenil em Missão

“A Missão Jovem é uma proposta que a Pastoral Juvenil leva aos jovens dos regionais de todo Brasil. Uma proposta de viver a experiência de levar a palavra e o amor de Deus a diferentes lugares, apresentando um Cristo Jovem e comprometido com todos os seus filhos”, diz a jovem Mariana Ignacio, do Movimento TLC, representante dos movimentos na Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil.

Ela explica ainda que a Missão se destina aos jovens de várias representações. “São jovens representantes dos regionais, representantes locais, representantes de movimentos e congregações, grupos paroquiais, Pastorais da Juventude e novas comunidades. Podem participar os jovens de todos os regionais da CNBB, desde que indicados pelo regional. É necessário entrar em contato com os representantes do seu regional, caso queira participar da próxima”.

Para a edição 2019 da Missão, Mariana diz que é preciso participar de coração aberto. “É essencial que os jovens participem ativamente da missão, como forma de trazer consigo a beleza da juventude e suas formas de amar, e também de maneira a levar com amor e fé tudo o que a missão lhe proporcionou, experienciando novas realidades juvenis e culturais, fazendo com que esta vivência proporcione o engrandecimento da Igreja no Brasil”.

Irmã Valéria Andrade Leal , assessora da CEPJ, e os jovens começaram a chegar dias antes da Missão.

Padre Antônio Ramos Prado, sdb, também assessor da CEPJ, acompanha os jovens.

Como surgiu a “Missão Jovem na Amazônia”?

Com o objetivo de preparar a Semana Missionária, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013, as Comissões Episcopais para a Juventude e Animação Missionária da CNBB, em parceria com as Pontifícias Obras Missionárias, realizaram em 2012 o Seminário Juventude e Missão, com o lema: “A alegria de ser jovem, discípulo missionário de Cristo”.

Deste seminário, surgiu o desejo da juventude presente de fazer uma missão, para assim manifestar o compromisso e o protagonismo dos jovens com o chamado de Jesus Cristo, especialmente na Amazônia, onde a Igreja tem um olhar especial.

Essa inspiração foi reforçada na JMJ 2013 com o apelo do Papa Francisco: “Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria”.

Ele também exortou na ocasião sobre a necessidade de maior incentivo à participação da evangelização na Amazônia. “Fazem falta formadores qualificados, especialmente formadores e professores de teologia, para consolidar os resultados alcançados no campo da formação de um clero autóctone, inclusive para se ter sacerdotes adaptados às condições locais e consolidar por assim dizer o rosto amazônico da Igreja. Nisto lhes peço, por favor, para serem corajosos, para serem destemidos”, apontou o pontífice.

Portanto, com sensibilidade profética, essa missão foi abraçada pelas comissões responsáveis no 1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, ocorrido nos dias 28 a 31 de outubro de 2013, em Manaus, onde diversas dioceses se candidataram para receber o projeto. As selecionadas para a primeira experiência no ano de 2014 foram Roraima, Coari, Borba e Parintins.

>> LEIA MAIS: Identidade visual da Missão Jovem 2019

da redação – Jovens Conectados.

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