JMJ passa por Valência

JMJ passa por Valência

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Uma missa com a participação de mais de 20 mil jovens marcou o último dia de pré-jornada na cidade de Valência, Espanha. As atividades do chamado “Dias nas Dioceses”, que antecede a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), acolheu 15 mil peregrinos de 45 países.

A celebração aconteceu na “Plaza de la Virgen” e foi presidida pelo arcebispo de Valência, dom Carlos Osoro e concelebrada por mais de seis bispos e 300 sacerdotes que acompanham os peregrinos na JMJ.

Na homilia, o arcebispo agradeceu especialmente a presença e testemunho de jovens de países “onde não há autorização para a presença de Jesus Cristo ou o homem não pode falar sobre Ele, porque significa arriscar a sua vida”. A partir do caso desses países, o arcebispo exortou todos os jovens a serem “testemunhas fortes da glória de Jesus Cristo” e a “dar testemunho da fé em todas as circunstâncias, em todos os lugares, em todos os tempos”.

Por fim, dom Osoro chamou a atenção para a urgência de testemunhar “aqui e agora, na Europa e na Espanha, um Deus que é real e existe, não está ausente, é verdade a manifestar a verdade do homem”. Além de Jesus, “o homem vai para a história como um desconhecido”, explicou.

jmj_gran_paellaEm seguida, o conjunto de música valenciano “Alborada” interpretou canções que foram cantadas por todos os participantes. Para marcar a confraternização do encontro, foi oferecida a todos os peregrinos a Gran” Paella Valenciana” (foto ao lado).

Desde o dia 11, os milhares de peregrinos, entre eles os representates da Delegação Oficial da CNBB na Região Sudeste, participaram de atividades culturais e religiosas, além de um forte momento de integração com jovens de outras partes do mundo.

O primeiro encontro entre os peregrinos aconteceu na Catedral de Valência – uma construção de mais de 700 anos – onde aconteceu uma celebração também presidida pelo arcebispo da cidade, dom Carlos Osoro. Na homilia, além de dar as boas-vindas à juventude, ele destacou o derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos, quando todos falaram a mesma língua.

Nos demais dias, aconteceram por toda a Arquidiocese de Valência missas em diversos idiomas. A Eucaristia em português aconteceu na Paróquia da Santíssima Trindade e São José, em Pobla de Valbona, onde os delegados brasileiros ficaram. A celebração foi presidida pelo padre Manoel Carlos Nery de Souza, da Diocese de Marília (SP).

Padre Manuel ressaltou aos peregrinos sobre a importância que é participar da JMJ. “Temos de levar a experiência que vivemos aqui para os jovens de todo o Brasil”, disse.

Tal missão foi assumida por jovens como Daniel Fraga Gonçalves, que é o único jovem da Arquidiocese de Sorocaba (SP) que participa JMJ. “Não tenho nem palavras para expressar como me sinto em representar nossa arquidiocese, com todas as suas pastorais e movimentos da juventude”, contou o jovem que nunca participou de uma Jornada.

Os dias em Valência também foram ricos em atividades culturais, como concertos e apresentações teatrais. Os momentos de oração também foram fortes na diocese, entre eles uma oração com a espiritualidade da comunidade de Taizè, realizada na Igreja de Santa Catarina.

No início da noite do domingo (14), todos os peregrinos se reuniram na praia de “Malvarrosa” para a oração do terço.

Diversidade de expressões

Quem se encontra com um grupo de jovens peregrinos pelas ruas de Valência, sempre observa características em comum: disposição, alegria estampada no rosto e a vontade de conhecer a realidade local.

Mas a diversidade também é um ponto marcante da juventude que se prepara para viver momentos especiais durante essa semana em Madri. “Não sei como expressar o que sinto me encontrando com tantos jovens,que apesar de serem de realidades diferentes comungam o mesmo ideal: mostrar a alegria de ser cristão”, comenta a jovem Fernanda Martins, da Pastoral da Juventude do Rio de Janeiro. Enquanto era entrevistada, os demais jovens do grupo cantavam musicas brasileiras em pleno metrô da região central de Valência.

Encontros

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As praças da Espanha retratam que a Jornada é o encontro da diversidade. Peregrinos de todo o mundo se reúnem para celebrar a unidade da juventude católica no mundo. E para conhecer um outro jovem não tem segredo. “É muito simples. Você se aproxima, conhece de onde a pessoa veio e o nome dela, e em segundos já está tirando foto juntos e trocando lembranças”, conta Cristine Duran, da Itália. Ela se encontrou com um grupo de brasileiros e em seguida ja anotava os contatos deles se comprometendo a adcioná-los no Facebook.

Os Dias nas Dioceses são uma opção para peregrinos que chegam a Madri. Eles participam de celebrações,apresentações culturais e visitas a paróquias.

Para viver a Jornada Mundial da Juventude é preciso praticar o desapego. A prova disto são as condições de hospedagem dos peregrinos, que ficam em paróquias e escolas. Em Valência, por exemplo, o grupo da delegação brasileira dorme em um ginásio, em sacos de dormir.

A comida é distribuída pela manhã e à noite. Mas mesmo assim, a juventude revela que se sente bem em estar na JMJ. “É um privilégio estarmos na Jornada. Tudo que vivemos é aprendizado que marca nossas vidas”, comenta o jovem Tiago Silva, de São Paulo.

Um dos momentos marcantes vividos no alojamento dos peregrinos, foi uma experiência de oração na noite do sábado (13). A convite dos jovens brasileiros, o grupo da delegação da Áustria, que dividiu o mesmo local de hospedagem, participou de um momento de partilha do qual eles mesmos afirmaram ser diferente e edificante. “Como é bom descobrir a diversidade de expressões da mesma fé”, afirmou a austríaca Simone Bräuer, que espera viver mais experiências como essa em Madri.

Vida de peregrino

Peregrinar, andar e andar. Essa é uma prática comum entre os jovens que participam da JMJ. Eles saem cedo dos alojamentos e só retornam à noite. Nesse intervalo muita disposição. E os espanhóis percebem essa disponibilidade. “É bonito ver essa animação, principalmente para um evento religioso. Os brasileiros são muito felizes”, comenta Magdalena Gonzalez, de 63 anos, que observava um grupo de jovens na estação de metrô “Las Carolinas”, perto do centro de Valência.

 

Por Fernando Geronazzo e Ricardo Fonseca

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