JMJ contará com Centro Internacional de Evangelização

JMJ contará com Centro Internacional de Evangelização

Foto: JB

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Uma Jornada Mundial da Juventude vai além do objetivo de reunir os jovens da fé católica para se transformar em oportunidade de evangelização para aqueles que ainda não tiveram um encontro pessoal com Deus. Para responder a essa necessidade, a JMJ 2016 vai contar com o Centro Internacional de Evangelização, que receberá grupos do mundo todo que terão a missão de evangelizar.

Mas como o Centro Internacional vai funcionar? De onde surgiu a ideia? A língua pode ser uma barreira? O bispo auxiliar de Cracóvia e presidente do Grupo para Assuntos de Evangelização, da Conferência Episcopal da Polônia, Dom Grzegorz Ryś, respondeu a essa e a outras questões como a necessidade do cuidado espiritual dos peregrinos em Cracóvia e do carisma de proclamação do querigma.

Confira a entrevista

De onde vem a ideia para o Centro Internacional de Evangelização?

Dom Grzegorz Ryś: A ideia nasceu no Grupo para Assuntos de Evangelização, da Conferência Episcopal da Polônia – então surgiu muito naturalmente. Praticamente todos que estão no grupo estiveram na Jornada Mundial da Juventude, e procuravam por um lugar na JMJ que viesse ao encontro do carisma que eles possuem. Ninguém acredita que alguém virá para Cracóvia antes da segunda semana da JMJ, quando o Santo Padre chegará. Até agora a experiência mostra que das pessoas que vem para a JMJ, apenas um quarto fazem a inscrição. E o restante que virá? Seria estranho supor que ninguém viria para Cracóvia neste período. E mesmo se isso fosse verdade, nós queremos lidar com este “ninguém”.

Fora isso, essa iniciativa é uma resposta a uma necessidade. Uma nova necessidade surgiu com o Festival da Juventude, que terá todos os tipos de eventos, centenas de variados acontecimentos, mas se esses eventos não são somente, por exemplo, concertos ou shows, seria bom se cada um desses eventos começasse com uma oração curta, adoração a Deus, declaração do querigma, que é curto mas forte. Há uma necessidade para as pessoas aqui, que são milhares em quantidade, porque o evento é muito grande…

Então, dessa forma existem dois objetivos: na primeira semana queremos sair para a evangelização em Cracóvia. Por isso somos vários grupos de organizadores convidando para o Centro as pessoas que tem alguma experiência com evangelização, que tem seus próprios métodos de conduzir isso. Em termos de inscrições, nós também estamos curiosos sobre o que está sendo proposto, dentro dos limites dessa evangelização. Algumas pessoas têm a sua própria forma de evangelizar nas ruas, outros são muito bons com a evangelização individual. Existem vários métodos e nós gostaríamos de ter essas ideias um pouco mais cedo, porque dessa forma o que vamos propor será incrivelmente variado, etc. Na primeira semana haverão diferentes formas de evangelização acontecendo em Cracóvia. Nós queremos montar quatro, ou talvez cinco palcos, em diferentes lugares da cidade onde a evangelização estaria constantemente acontecendo, próximos a eles, nos palcos, perto dos palcos, etc. O segundo estágio seria a forma como os participantes do Centro poderiam ajudar o Festival da Juventude, e também o comitê, geralmente na organização das Catequeses que os bispos vão conduzir, nas áreas onde os bispos poderão ir para falar, de uma forma que haja um ambiente de oração, e eles possam dar seus testemunhos. Existem muitas coisas que podem ser feitas com a ajuda dessas pessoas.

É a primeira vez que uma iniciativa desse tipo é criada?

Não haviam iniciativas desse tipo, mas sempre houve uma necessidade. Eu conversei com pessoas e estava em Czestochowa, 25 anos atrás para a JMJ, eu estava com minha comunidade. Aqueles que lembram daquela JMJ lembram a grande necessidade para a evangelização, a qual foi necessária em grande número até o último minuto, porque um grande número de pessoas do leste vieram até nós e até aquele momento, nos locais de onde eles vieram, não tiveram uma oportunidade de realmente encontrar até mesmo os mais básicos elementos de fé, catequeses… e eles tinham muita boa vontade, perguntas, curiosidades. Alguém tem que vir e encontrar essas pessoas, não tem somente que dar a essas pessoas um lugar para dormir e tomar banho.

O que os participantes devem esperar?

É uma pergunta difícil, porque é difícil saber o que esperar, mas com a experiência é mais fácil dizer. Primeiro, eles devem esperar ansiosamente pelo encontro espiritual que iremos experienciar juntos – esta é a experiência do “Przystanek Jesus” no campo Woodstock. É difícil dar um passo para a evangelização se não temos a experiência atual de conversão, e aquilo que é realmente necessário para nós. Isto é perfeitamente compreensível, porque todos os outros voluntários frequentarão cursos que os estão preparando para o trabalho. Ser um evangelizador é um pouco da área específica do voluntariado, e será muito importante para todos eles vivenciarem os retiros que nós iremos sugerir.
Além disso, vamos propor que eles vivam comunitariamente. O Centro estará provavelmente localizado na rua Piastowska, no Centro Esportivo da Universidade Jaguelônica e da Universidade AGH. É realmente uma boa área que não somente proporciona a todos estarem juntos, mas onde também podemos nos encontrar para oração de manhã e à tarde, por exemplo para a oração das Laudes e adoração, e alguma experiência da Palavra. Então seria a hora de sair para evangelizar a cidade; depois novamente à tarde eles viriam juntos para a Eucaristia comum, então os próprios organizadores poderiam experienciar a singularidade da unidade na diversidade de métodos, formações, línguas e culturas, porque pessoas de todo o mundo estarão lá. Não é sem razão que o local é chamado Centro Internacional de Evangelização. Nós já sabemos que haverão pessoas da Malásia, França, Canadá e certamente haverão ainda outros. Queremos que este Centro tenha um cárater ecumênico, de modo que seja um valor adicional unido à Igreja, uma dimensão adicional de experienciar a Igreja, com o qual é mais fácil dizer do que fazer, que resulta em evangelizar juntos. Isso é o que tem acontecido na Igreja ao redor do mundo, como com o futebol, por exemplo. Havia grupos de evangelização organizados na Áustria. Então é possível tentar algo desta forma conjunta. Nós estamos também convidando grupos de evangelização de outras denominações cristãs. Então, isso é definitivamente o que eles podem esperar, e podem esperar que o Espírito Santo irá guiá-los em direção às pessoas que necessitam de evangelização.

E o que é a evangelização em Cracóvia? Porque existem duas partes para esta evangelização: a primeira, são os jovens que precisarão se encontrar com Cristo, e a segunda são os moradores de Cracóvia.

Isto é certo. Se estamos falando de cinco palcos em Cracóvia, sobre a evangelização que é aberta e pública. Queremos que estes palcos estejam em lugares-chave de modo que haverá mais do que menos pessoas. Então se será na Rynek Podgórski ou na Rynek Główny, não sei – isso ainda está em estágio de consideração, mas as decisões serão tomadas razoavelmente rápido em breve, porque os evangelizadores estarão onde eles podem encontrar pessoas. Eles não estarão pedindo certidões de nascimento e verificando se alguém se encaixa na categoria “jovem”. Os evangelizadores serão também provavelmente mais do que apenas jovens.

A língua pode ser uma barreira?

Bem, não haverão barreiras da língua, porque este será um grupo internacional e nós vamos misturar os grupos. Por causa disso é que queremos saber com antecedência quem quer vir, grupos de quantas pessoas, etc. De qualquer forma, a barreira da língua entre os jovens é menor do que em minha geração e nas gerações anteriores. Hoje, os jovens podem falar duas ou três línguas – é assim que eles são, é uma bênção. As barreiras estão desaparecendo. Eu me lembro, uma vez mais, em Częstochowa quão grande foi a nossa alegria por sermos, talvez o único grupo em todo o encontro, de jovens vindos de várias partes do mundo, que podiam falar inglês, alemão e russo. Então em Częstochowa, os poloneses tiveram o papel de serem tradutores. Isso permitiu a eles um encontro desses dois mundos, leste e oeste, porque eles sabiam os dois idiomas necessários para esta conversa. Isso foi realmente uma linda experiência. Parece que isso não será um problema, provavelmente há mais receio sobre isso do que o necessário.

E sobre as tendas que serão montadas na rua Piastowka?

Estou um pouco receoso sobre isso. Na Piastowska existem grandes espaços que podem ser usados como alojamentos, mas eu também acho que há lugar nas áreas verdes onde algumas pessoas poderão dormir em barracas, então talvez algo ainda irá acontecer em relação a isso. A barraca era algo muito natural quando nós estávamos considerando a primeira ideia de onde iríamos ficar, no estádio próximo ao Wawel. Existem muitos espaços grandes, enquanto que os tipos de lugares como os edifícios que poderíamos usar para alojamentos eram relativamente poucos – não muitos. Aqui, é provável que nem todo mundo ficará nos edifícios, mas nós veremos também como serão as inscrições. Nós queremos oferecer os lugares nos edifícios esportivos primeiramente para as pessoas que vêm do exterior, pois assim eles não precisariam trazer barracas com eles.

Por JMJ 2016

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