Estou namorando. Como saber se está na hora de me casar?

Estou namorando. Como saber se está na hora de me casar?

A Igreja no Brasil fixa as idades mínimas para alguém receber o Sacramento do matrimônio: 18 anos para o homem e 16 anos para a mulher. Antes disso, só com autorização expressa do Bispo diocesano. Se a Igreja fixa essa idade mínima, então, ela está dizendo que não se deve casar antes, falta maturidade. A Igreja também não fixa a idade máxima para se casar.

Mas, qual deve ser o tempo ideal do namoro?

Isso é muito relativo e depende de muitos fatores que se referem à vida dos namorados. Penso que um namoro normalmente deve durar cerca de três a quatro anos antes do casamento, mas isso não é algo rígido; depende da situação pessoal de cada um, dos estudos, da situação financeira, da maturidade do casal, do seu bom entendimento, das dúvidas que possam ter, etc. O casal deve se casar logo que chegar à conclusão que encontraram-se mutuamente como a “pessoa adequada” para cada um, além de já terem meios financeiros para construírem um novo lar.

O momento certo do noivado é aquele em que os dois estão maduros e prontos para assumir o matrimônio e uma nova família. Ao celebrar o noivado, os noivos já devem marcar a data do casamento; penso que sem isso o noivado não deve acontecer. Cada um tem um tempo mesmo, mas reflitam sobre as inconveniências de se adiar cada vez mais o casamento. A melhor época para se ter os filhos, por exemplo, é quando a mulher é jovem; e é muito mais fácil criar os filhos quando os pais ainda são jovens, saudáveis, etc.

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Mas então, quando sabemos se estamos prontos para o casamento? Como superar o medo da convivência a dois?

Um casal está pronto para o casamento quando ambos desejam se casar, querem mesmo, não têm dúvidas sobre a pessoa do outro; cada um conhece bem o outro, suas qualidades, seus defeitos, seus anseios, sua história, seus problemas, etc., e cada um aceita o outro como ele é, com seus defeitos e qualidades; enfim, quando a vida de cada um é um livro aberto para o outro, sem segredos; e assim, se deseja viver com o outro e para o outro; quando sente-se alegria de estar com ele ou ela, e se deseja ter filhos.

Além disso, é preciso que haja o sustento material e financeiro garantido, sem depender dos outros, dos pais principalmente. O povo diz que “quem casa quer casa”. Esse grau de liberdade é importante para a vida do casal. Podem até morar um pouco de tempo com os pais, talvez até porque o pai ou a mãe são doentes e já não podem viver sozinhos. Mas a convivência com os pais ou outras pessoas não deve dificultar o relacionamento do novo casal.

Sempre haverá um pouco de receio do futuro, mas o amor do casal deve superar esse medo, com fé em Deus. O Sacramento do matrimônio é um suplemento de graça para o casal enfrentar com a força de Cristo todas as dificuldades do casamento (doenças, problemas de relacionamento, dinheiro, etc.). São Paulo diz que “O justo vive pela fé” (Rom 1, 17), e pergunta: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rom 8,31).

Quanto tempo é necessário para se conhecer uma pessoa, para casar?

Esse tempo vai depender do perfil de cada um. É preciso que cada um conheça o outro muito bem antes de se casar, sua família, suas qualidades, seus defeitos. O mistério que é cada um deve ser revelado; a história de cada um deve ser bem contada ao outro e bem entendida e aceita.

O que faz um casamento ser válido é o SIM que um diz ao outro no altar, isto é o consentimento pleno, o desejo real de se casar com o outro sem estar enganado, pressionado, chantageado ou ameaçado. Ao celebrar o matrimônio o sacerdote faz três perguntas chaves, exatamente para checar se os noivos estão preparados para o casamento. A primeira é esta: “Fulano e fulana, viestes aqui para unir-vos em matrimônio. Por isso, eu vos pergunto perante a Igreja: É de livre e espontânea vontade que o fazeis?” E os noivos devem responder convictamente: Sim!

Depois o padre pergunta: “Abraçando o matrimônio, ides prometer amor e fidelidade um ao outro. É por toda a vida que o prometeis?” Noivos: Sim!

E por fim o sacerdote pergunta: “Estais dispostos a receber com amor os filhos que Deus vos confiar, educando-os na lei de Cristo e da Igreja?” Noivos: Sim!

Então, o casal só deve se casar quando sente segurança em poder cumprir bem tudo o que vai prometer no altar a Deus, diante do seu ministro e do sue povo. A palavra chave é “maturidade”. Nós já temos maturidade para assumirmos um lar, sermos esposos, pai e mãe?

Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI”. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Escreveu 73 livros de formação católica.

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