Escolhi ser mãe

Escolhi ser mãe

Vivo, pela segunda vez, a melhor fase da vida de uma mulher: sim, a gestação. Com sete meses, barrigão e muita coisa vivida enquanto mãe de dois, eu só agradeço a Deus e compartilho essa experiência maravilhosa. Até porque, nós mulheres, fomos apresentadas à uma ‘maternidade real’; sofrida, trabalhosa e desnecessária.

Percebo isso nas conversas com amigas grávidas, principalmente as mães de primeira viagem, ou àquelas que tentam engravidar. Sem terrorismo, provo que para uma maternidade real você só precisa amar e se doar à essa vocação.

Um dos pontos que mais pesa na balança, quando o assunto é maternidade, para algumas de nós, é a carreira profissional. A gente passa a vida estudando, trabalhando e sendo instruída a ser competente, responsável e independente. Então, adiamos o “ser mãe” porque ele não estava incluso no projeto de vida que foi idealizado para nós, mulheres.

escolhi ser mãeA cada escolha há sim uma renúncia. Mas é possível viver, ser boa mãe, boa profissional, boa dona de casa e boa esposa. Tá bom… não é todo dia que vai dar para ser boa em tudo: a louça vai ficar na pia e o trabalho de hoje será concluído amanhã. E daí? O importante é conseguir conciliar a competência com a responsabilidade e a independência.

Outro terrorismo que as pessoas fazem abala nossa autoestima. São muitas mudanças em nosso corpo: os hormônios nos deixam loucas e as pessoas não têm discernimento para controlar o que falam. Como passei, e passo por essa ebulição de emoções, sou caridosa com essas mães.

Agora, se você é dessas que enaltecem maldosamente as mudanças do ‘corpo mulher’ para o ‘corpo mãe’, saiba que é responsável por abalar profundamente nosso emocional. Principalmente se for ressaltar o excesso de peso.

Com os quilinhos a mais chegam sim as estrias e as celulites. A genética nem sempre vai te ajudar, então, aceite. A certeza é que elas aparecerão: sobreviva!

Da primeira vez eu fiquei chateada. Poucas estrias apareceram. Só o marido as vê. Mas elas estão lá, marcando minha história de maternidade.

Conheço mulheres que passaram cremes caríssimos, óleos, hidratantes, receitas caseiras e nada. As danadas chegam sem se importar com sua intervenção ou prevenção. Eu passo óleo para dar uma hidratada na pele quando o tempo está muito seco, e se ainda estiver disposta. Agora, já as entreguei para Deus!

Um dia, bem antes de a atriz Paloma Duarte tornar essa frase conhecida ao mundo, meu marido disse-me:

“Não há nada mais feminino que celulite e nada mais maternal que as estrias”. Isso me confortou e espero que te ampare também.

Claro que nem tudo são flores. Há desconfortos, que são passageiros, e precisamos passar por eles. A perda do sono, por exemplo: fase que estou vivendo nesse momento. Trato como parte do processo de adaptação da nova rotina. Tenho que lembrar sempre que é um carinho de Deus comigo. Assim, entre as infinitas idas ao banheiro, vou reeducando meu corpo a levantar durante as madrugadas.

Ainda têm os enjoos, cãibras, gazes, dores nas costas, inflamação no ciático, pés inchados, varizes, hemorroidas, entre tantos outros pequenos sinais, suportáveis, da vivência concreta de um milagre de Deus.

Minha dica sempre é: aproveite tudo que a maternidade lhe proporcionar. Parece uma eternidade, mas passa tão rápido que ainda dentro da maternidade você sentirá falta do barrigão.

Chame o marido para fazer massagem em suas pernas e pés. Os filhos para passar óleo na barriga, a mãe para ajudar você a cuidar das roupas do bebê e preparar o quarto. Porque é divino viver tudo isso e incluir as pessoas que amamos.

Hoje, a minha preocupação é dar a atenção necessária ao meu filho, instruí-lo a receber bem e respeitar sua irmã. E quando falam que cuidar de recém-nascido é “punk”, confirmo: é mesmo. Cansaço físico a gente resolve descansando. O desafio maior é educar e proteger fora da barriga. Aqui, mãe, você precisa ser muito mais forte para sobreviver, enfrentar o mundo e educar seu filho.

Por, Simone Guedes

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