Em seminário de bioética, arcebispo chileno fala sobre os desafios para formar uma cultura para a vida

Em seminário de bioética, arcebispo chileno fala sobre os desafios para formar uma cultura para a vida

DomChomali

O seminário é promovido pelas comissões para a Juventude e para a Vida e Família, da CNBB.

Baixe a apresentaçao de Dom Chomali (PDF)

Assista ao vídeo da apresentação

Segundo Dom Chomali, defender os princípios cristãos no campo da bioética é, na verdade, defender o óbvio, como o fato de que a vida começa na concepção e de que a natureza criou homem e mulher como complementares um ao outro.  No entanto, acrescentou, hoje em dia, defender tais fatos é difícil e demanda coragem.

O arcebispo, que tem formação em engenharia e também é professor universitário, destacou a relevância da ciência e explicou suas especificidades, como sua autonomia e a existência de um método próprio. Ainda recordou a todos que a Igreja não se opõe à ciência, mas na verdade a promove por meio de suas escolas, universidades e academias. Por outro lado, ele criticou a visão que relaciona conhecimento e poder, propondo uma abordagem que relaciona conhecimento e serviço.

– Quando a ciência prossegue com o método adequado, não apresenta problemas, ao contrário, se torna uma ajuda ao homem. O problema está quando se converte em fonte de poder dos mais fortes contra o mais fracos – disse.

Cabe ao homem, disse Dom Fernando Chomali, conhecer a realidade criada por Deus, analisando crítico e também observando os aspectos éticos das possibilidades que a tecnologia oferece.

– É uma atitude urgente que devemos assumir com muita responsabilidade e competência devido aos novos desafios que se apresentam – alertou.

Entre os novos desafios colocados pela ciência, o arcebispo chileno citou os dilemas que se relacionam ao princípio e ao fim da vida, como as possibilidades de manipulação e seleção genética, de aborto e de eutanásia. Que vida vale a pena ser vivida?, perguntou ele aos presentes, dizendo que essa pergunta está no cerne dos argumentos a favor do aborto e da seleção genética. Ele contou aos participantes a respeito de um projeto apoiado pela Arquidiocese de Concepción que busca incluir no mercado de trabalho pessoas com síndrome de down.

– Para ser feliz não é necessário ser são, ser bispo, presidente ou gerente de banco É apenas necessário poder amar e trabalhar – afirmou.

Outro desafio apontado por Dom Chomali é a visão centrada na ideia da competição, presente na nossa sociedade, que redunda num conceito de desenvolvimento que contempla apenas aspectos econômicos e tecnológicos. Ele alertou para a necessidade de se pensar em um desenvolvimento integral, que contemple todos os seres humanos e o ser humano como um todo.

– Hoje nossas sociedades sao pistas atléticas onde todos vamos correndo.  Essa pista precisa se converter numa grande mesa onde possamos nos ver uns aos outros. Temos que romper com a cultura da competência e começar com a cultura da partilha.

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