Dom Óscar Romero, patrono da JMJ, é canonizado no Vaticano

Dom Óscar Romero, patrono da JMJ, é canonizado no Vaticano

Em missa solene na Praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco canonizou na manhã deste domingo, 14, sete beatos, entre europeus e americanos. Dentre eles, destacam-se Papa Paulo VI, Dom Oscar Romero e o jovem Nunzio Sulprizio. Durante a cerimônia, o Pontífice lembrou que “Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo (…). Não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada”, lembrando a todos que somos chamados a viver também uma vida para a santidade.

Paulo VI e Dom Oscar Romero foram beatificados pelo próprio Papa Francisco nos anos de 2014 e 2015, respectivamente. A primeira aconteceu na presença do Papa Emérito Bento XVI. Já Nunzio Sulprizio, o santo jovem de apenas 19 anos de idade, foi proclamado beato em 1963 pelo Papa Paulo VI, mas o reconhecimento de seus milagres foi feito pelo Papa João XXIII, em 1962, pouco antes de falecer.

Os Santos

Dentre os santos canonizados na manhã deste domingo, três deles têm uma conexão. Paulo VI nomeou Dom Romero Arcebispo de San Salvador, que durante o seu arcebispado, denunciou as injustiças sociais que aconteciam no país, recebendo o apoio do pontífice para continuar a luta contra a violência desenfreada em El Salvador.E foi também Paulo VI quem proclamou Nunzio Sulprizio beato no ano de 1963, logo que assumiu o pontificado. Em meio ao Sínodo dos Bispos, que tem como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, Sulprizio é exemplo de jovem que seguiu o caminho para a santidade, sendo exemplo com tão pouca idade.

Após o Concílio Vaticano II, estes santos mostram que é possível viver um caminho para a santidade mesmo diante das dificuldades vividos no mundo. “A santidade é para todos”.

Foto: Divulgação/VaticanNews.

Papa Paulo VI – Giovanni Montini nasceu em 1897 em Concesio, próximo a Brescia, norte da Itália. Ingressou no seminário aos 19 anos de idade, sendo ordenado padre aos 22. Doutor em filosofia, direito civil e canônico, serviu a Santa Sé, participou da pastoral universitária e, em 1937 passou a ser colaborador direto do Papa Pio XII, se destacando na ajuda aos refugiados e judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi nomeado arcebispo de Milão em 1954, onde se aproximou dos trabalhadores e da Democracia Cristã, ficando conhecido como o homem do diálogo. Em 1958 tornou-se Cardeal pelo Papa João XXIII, trabalhando nos projetos preparatórios do Concílio Vaticano II, o qual deu continuidade quando foi eleito pontífice em 1963, substituindo o seu criador. Foi o primeiro Papa a viajar de avião e a visitar os cinco continentes.

Durante seu pontificado, escreveu sete encíclicas. Entre elas, destacam-se ‘Humanae vitae’ (1968), que trata dos métodos contraceptivos e o aborto e a ‘Populorum progressio’ (1967), que trata das questões sociais e dos povos do mundo todo.

Papa Francisco evidenciou na homilia de beatificação a maestria com que Santo Paulo VI comandou a Igreja enquanto esteve à frente da Santa Sé: “enquanto se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, ele soube reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”, completando que “verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus»”.

Morreu em 1978, em Castelgandolfo, aos 80 anos de idade e está sepultado na Basílica de São Pedro, em um tumulo simples, como pedia em seu testamento.

O Papa Paulo VI, Dom Oscar Romero, Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazária Inácia e Núncio Sulprizio foram canonizados pelo Papa Francisco na manhã deste domingo, 14 , na Praça São Pedro na presença de 70 mil fiéis.☺️#Santidade #ConectadosNoSinodo ??

Publiée par Jovens Conectados sur Dimanche 14 octobre 2018

Dom Óscar Romero – Oscar Arnolfo Romero Galdámez nasceu em 1917 em Ciudad Barrios, El Salvador. Em 1942 foi ordenado padre, sendo nomeado bispo no ano de 1974. Em 1977 tornou-se arcebispo de San Salvador, capital do país.

Quando era arcebispo, Dom Óscar Romero viu seu amigo ser assassinado e junto com ele centenas de outros cidadãos. El Salvador enfrentava uma ditadura de centro-direita. Dieante daquela situação, passou a celebrar missas todos os dias, que eram transmitidas ao vivo pelo rádio. Suas homilias denunciavam as injustiças sociais, o que o tornou muito conhecido. Foi baleado durante a celebração da Santa Missa na capela do Hospital da Divina Providência, em 1980, por um atirador de elite do Exército do Governo de El Salvador, que se incomodava com as manifestações do arcebispo.

Diante da sua bravura em defesa da justiça social, Dom Romero foi nomeado um dos patronos da JMJ Panamá 2019. É exemplo de seguidor de Cristo, que optou pelos pobres, chamando os que agiam com violência e injustiças para a conversão. Sua vida convida ao diálogo e à paz.

Nunzio Sulprizio – Nascido em 1817 na província de Pescara, Nunzio Sulprizio foi um jovem trabalhador de muita garra. Ainda criança, perdeu os pais e a avó materna que o assumiu após a morte dos pais.

Aos nove anos de idade foi trabalhar como aprendiz na oficina do tio, que era marceneiro e ferreiro, fazendo mais do que suas condições físicas o permitia. Por este motivo, foi hospitalizado por três meses com problemas na tíbia esquerda. Ainda assim retornou para o trabalho na oficina por mais seis anos. Em 1832 mudou-se para Nápoles a pedido de outro tio. E foi lá que encontrou o coronel Felice Wochinger, que passou a gostar do jovem como se fosse um filho. Graças a ele, foi assistido por dois hospitais, tendo a hipótese de amputação da perna doente, que foi descartada devido a fraqueza do jovem, que o levou a morte em 1836.

Sua regra de vida era evitar até mesmo os menores defeitos, empenhando-se no trabalho, mesmo diante do sofrimento que isso lhe custaria. O próprio Papa Leão VIII declarou Nunzio como o modelo da juventude operária, durante o decreto de heroicidade das virtudes.

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