Dom Eduardo fala sobre os jovens e as perspectivas de uma JMJ no Brasil

Dom Eduardo fala sobre os jovens e as perspectivas de uma JMJ no Brasil

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A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude?

O episcopado reconheceu nesta assembleia, mais uma vez, a importância da juventude no processo de evangelização na Igreja do Brasil. Tivemos, em 2007, um grade momento que foi a aprovação do Documento 85, sobre evangelização da juventude. É um documento que fala para todas as expressões que trabalham com os jovens. Isso já foi um sinal de que o episcopado tem um carinho especial para com a juventude. E agora temos esta manifestação maciça desejando que se tenha uma comissão para a juventude, para ter um olhar mais constante, para que a organização da CNBB pense, respire, sinta juventude o tempo todo.

Essa comissão é a consequência de amadurecimento do episcopado, que está interessado em atingir cada vez mais a juventude.

O primeiro passo agora é constituir essa comissão. Temos que ver quais são os outros dois bispos que deverão compô-la, ratificar a presença dos dois assessores que nos temos, padre Sávio e padre Toninho, que são dois braços fundamentais nesse processo. Olhando o que o Setor Juventude está fazendo, e o que precisa continuar fazendo, dar maior força a tudo o que o Documento 85 determinou pelas suas linhas de ação, e fazer com que juventude seja sempre um tema central nas discussões da CNBB.

A juventude brasileira

A nossa juventude é muito diversificada. Tanto é que falamos “as juventudes”, tanto na questão da idade, mas principalmente na questão social. Temos as juventude pobres; as juventudes de classe média; as juventudes que não têm que se preocupar com estudo; temos suma juventude trabalhadora; temos uma juventude violentada por tantas situações que nossa sociedade injusta provoca; temos uma juventude conectada 24 horas; temos a juventude religiosa: muitos jovens sensibilizados pela dimensão religiosa têm procurado os movimentos, as comunidades, as pastorais da juventude.

Um traço em comum é o desejo de ser feliz. O jovem luta por isso. É uma juventude simpática, a nossa juventude brasileira. Está disposta a contribuir com a Igreja e a sociedade. Não é participativa na área política e social como já aconteceu na década de 70 e 80. Mas é uma juventude que, se você dá oportunidade, acredita e favorece, tem muito a contribuir para o crescimento da sociedade e da Igreja.

A violência

Estamos muito preocupados com isso. As pastorais da juventude lançaram uma campanha que está a pleno vapor em vista justamente disso: é a Campanha contra a Violência e o Extermínio de Jovens. Sabemos quantas violências os jovens sofrem: desde a perseguição, mortes injustas, até a provocada pelo tráfico de drogas; a violência de uma sociedade consumista que exclui certos jovens. Temos a juventude violentada diante de seus valores. A Juventude quer crescer, ser feliz, mas está numa cultura hedonista. Sem perceber, a juventude acaba sendo dizimada pelos contravalores, principalmente com relação aos valores da vida, da solidariedade, da paz. É uma juventude que deseja paz, não é uma juventude que quer brigar. Se a gente conseguir dar caminhos, teremos um crescimento dessa juventude.

Drogas

O Papa disse que a droga é uma mancha que invade tudo. Ela não respeita nada, invade todas as idades, todas as classes sociais. Todas as classes estão vulneráveis diante desse mal terrível, que dizima o jovem em sua vida biológica e em seus valores e sonhos. O jovem que se deixa levar por esse mal vai perdendo a capacidade de se projetar, de desejar um futuro melhor. O único sonho dele passa a ser conseguir droga naquela noite, naquele dia.  Além disso, a droga acaba favorecendo o desenvolvimento da dimensão hedonista, da busca do prazer muito momentâneo, sem pensar nas consequências.  A droga tem acabado com a beleza dessa juventude, esse dinamismo, esse ardor, esse sonhos, essa criatividade, esse impulso. A droga acaba com esse dinamismo que é necessário para avida da sociedade.

O Brasil na JMJDomEduardoEntrevista

Estamos muito esperançosos com essa Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Ela tem características próprias quando se vê a situação do Brasil. Uma delas é que temos o maior número de jovens participantes. Já temos mais de dez mil jovens brasileiros inscritos e mais de 60 bispos e acreditamos que esse número possa aumentar. Temos também uma novidade: é a primeira vez que a CNBB organiza uma delegação oficial. São mais de 350 jovens escolhidos pelas dioceses para compô-la, que estarão presentes  não só nos dias com o Papa, mas também fazendo uma experiência na Pré-Jornada, que é um evento que acontece nas dioceses locais dias antes.

Os sacrifícios dos jovens para ir à JMJ

A gente vê cada caso! Tem jovem vendendo pastel, fazendo bombom, “chorando” aos pais para que deem uma mesada um pouco maior… Tem jovens economizando o que ganham do seu salário – que às vezes não é lá essas coisas –, fazendo sacrifícios. Tem jovens entrando em diálogo com seus párocos e bispos para ver o que aa dioceses pode favorecer. Você sabe que quando o jovem deseja alguma coisa, se segure, porque o jovem é criativo, é insistente, é persistente, ele faz acontecer. Isso é a dinamicidade da juventude, e, em vista dessa jornada, ficamos muito contentes com esse impulso que o jovem dá, inclusive como lição para os adultos.

Cresce no Brasil a consciência de que a Jornada Mundial da Juventude é um momento significativo na evangelização. É o maior evento católico que temos, sistematicamente organizado pela Santa Sé. Os jovens se sacrificam para participar pela perspectiva do envolvimento, do conhecimento, de estar em relação com outras culturas. Esse jovens vão voltar às nossas dioceses entusiasmados com esse dinamismo evangelizador.

A Jornada no Brasil

Não podemos esconder que desejamos que o Papa aceite nosso pedido, feito oficialmente no Pacaembu em 10 de maio de 2007, de fazer a Jornada no brasil. Estamos muito esperançoso de que esse pedido seja aceito e acreditamos que o Papa está olhando com muito carinho. Se Deus quiser, teremos um resultado positivo.

Mas, independentemente desse resultado, estamos organizando, para o dia 21 de agosto, uma grande festa da juventude, numa região da capital da Espanha chamada Madrid-Río . Estamos esperando muita gente para esse show, quando teremos muitos artistas católicos cantando. Se o Papa aceitar o pedido, será um momento de congraçamento, de festa. Se não, será festa do mesmo jeito, pois o jovem sempre encontra um motivo pra manifestar a sua beleza.

A Cruz da Jornada

Tenho lembrado sempre a CNBB de que este pedido não foi feito pelo Setor Juventude, mas pela  CNBB. Uma vez o Papa acolhendo esse pedido, todos entram na dança. Uma coisa que a gente sabe que acontece no país em que a Jornada é realizada é a peregrinação da Cruz concedida pelo Beato João Paulo II aos jovens. Isso acontece de maneira muito concreta e visível, passando a cruz em todas as dioceses. No Brasil, isso é um grande desafio, pois temos quase 300 dioceses e o tempo é pouco. Essa cruz será um grande momento não só para os jovens, mas para as igrejas locais que a receberão junto com o Ícone de Nossa Senhora.

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