Documento Final do Sínodo é aprovado

Documento Final do Sínodo é aprovado

Defesa dos povos indígenas, rito amazônico, novos ministérios, diaconato das mulheres, inculturação e ecologia integral são alguns dos temas que passaram pela aprovação da assembleia do Sínodo para Amazônia, depois de três semanas de discussões.

Todos os 120 pontos do Documento foram aprovados. O quórum mínimo de aprovação era de 120 votos a favor, dois terços do total de 181 padres sinodais votantes. Depois da aprovação, realizada no penúltimo dia do Sínodo, haverá ainda a publicação do texto final do Documento aprovado.

Urgência de uma pastoral indígena e de um ministério juvenil

O Documento recorda a urgência de uma pastoral indígena que tenha um lugar específico na Igreja: é necessário criar ou manter, de fato, “uma opção preferencial pelas populações indígenas”, dando também maior impulso missionário às vocações autóctones, porque a Amazônia também deve ser evangelizada pelos amazônicos. Depois, dar espaço aos jovens amazônicos, com suas luzes e sombras. Divididos entre tradição e inovação, imersos numa intenda crise de valores, vítimas de realidades tristes como a pobreza, violência, desemprego, novas formas de escravidão e dificuldade de acesso à educação, muitas vezes acabam na prisão ou em mortos por suicídio. E, no entanto, os jovens amazônicos têm os mesmos sonhos e as mesmas esperanças que os outros jovens do mundo e da Igreja. Chamada a ser uma presença profética, deve acompanhá-los em seu caminho, para impedir que sua identidade e sua autoestima sejam prejudicadas ou destruídas.

Em particular, o Documento sugere “um renovado e ousado ministério juvenil”, com uma pastoral sempre ativa e centrada em Jesus. De fato, os jovens, lugar teológico e profetas da esperança, querem ser protagonistas e a Igreja na Amazônica quer reconhecer o seu espaço. Por isso, o convite a promover novas formas de evangelização também através das mídias sociais e ajudar os jovens indígenas a alcançar uma interculturalidade saudável.

Ecologia integral, único caminho possível

Diante de “uma crise social e ambiental sem precedentes”, o Sínodo apela a uma Igreja amazônica capaz de promover uma ecologia integral e uma conversão ecológica segundo a qual “tudo está intimamente conectado”.

A esperança é que, reconhecendo “as feridas causadas pelo ser humano” ao território, sejam procurados “modelos de desenvolvimento justo e solidário”. Isto traduz-se numa atitude que colega o cuidado pastoral da natureza à justiça para com as pessoas mais pobres e desfavorecidas da terra.

A ecologia integral não deve ser entendida como um caminho extra que a Igreja pode escolher para o futuro, mas como a única forma possível para salvar a região do extrativismo predatório, do derramamento de sangue inocente e da criminalização dos defensores da Amazônia. A Igreja, como “parte de uma solidariedade internacional”, deve promover o papel central do bioma amazônico para o equilíbrio do planeta e encorajar a comunidade internacional a fornecer novos recursos econômicos para sua proteção, fortalecendo os instrumentos da Convenção-Quadro sobre Mudança Climática.

Com informações da CNBB.

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