Dicas de leitura: Por onde começar a ler?

Dicas de leitura: Por onde começar a ler?

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A vida é corrida, eu sei. Ainda mais para nós, jovens católicos, que estudamos, trabalhamos, vamos à missa com frequência, participamos de um grupo, praticamos esportes, convivemos com a família e os amigos, namoramos. São tantas coisas para fazer que, às vezes, nem sobra tempo para ler um pouquinho. Ainda mais com a concorrência da internet, da TV, do cinema… Ler toma tempo, requer uma paciência e uma quietude muito difíceis de cultivar nestes dias…

Mas eu sei que você gosta de ler e quer achar um tempinho. O problema é que há tanta coisa por aí… O que ler? Por onde começar? O que posso ler? O que devo? Você pode ler tudo o que quiser, mas será que vale a pena? São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, dá uma importante dica sobre isso: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada domine” (1Cor 6,12). Já se disse por aí: é importante escolher bem que livros você não vai ler, para ter tempo de ler outros. Muita gente se orienta pelas listas de mais vendidos, o que é um perigo: ali estão os livros da moda, que nem sempre são livros bons. Antes de começar a ler, vale sempre procurar saber um pouco sobre eles.

A primeira dica de leitura é também a mais óbvia: a Bíblia. Vamos parar de enrolar, de arrumar desculpas e começar a lê-la. Não há nenhuma regra: você pode ler na ordem em que quiser: do Gênesis ao Apocalipse, ou começando pelos evangelhos… Ali está a Palavra de Deus, os ensinamentos do próprio Cristo e os mistérios da História da salvação. Nela encontramos o amor e a sabedoria de Jesus. Nela vemos o amor transbordante de Deus, que escolhe os pequeninos e os torna grandes, como fez com Jacó, José, Moisés, Davi e tantos outros. Nela temos as doces histórias de amor de Rute, de Tobias, do Cântico dos Cânticos, e as histórias de coragem de Daniel, de Ester e de Judite; os testemunhos de fé de Abraão, de Samuel e de Jó. Há histórias belas e profundas que nos revelam o que Deus reservou para nós. Que motivo você tem para não ter começado a lê-las?

Leia também sobre os santos. Conheça a fundo a história maravilhosa de São Francisco, o jovem burguês que renunciou às riquezas e se lançou ao desafio de viver o Evangelho com tanto amor que chegou a sentir na própria carne as dores de Jesus. E que tal ler as Confissões de Santo Agostinho, um livro mais difícil, mas belíssimo, onde ele conta a jornada cheia de peripécias que o levou de adolescente rebelde amante das mulheres e das lutas na arena a grande bispo, filósofo e teólogo, um dos pais do pensamento cristão (o episódio de sua conversão, no jardim da casa onde morava, é emocionante)? E a história de São Patrício, jovem rico sequestrado e vendido como escravo aos 15 anos de idade, que conseguiu fugir, mas depois voltou às terras de seu cativeiro para levar a palavra de Deus? Há tantos santos com histórias fascinantes que poderíamos conhecer: Santa Teresa de Ávila, São Bernardo de Claraval, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier, Santa Faustina, Santa Edith Stein… a lista não tem fim.

O que você sabe sobre a história da Igreja? Que tal ler um pouco sobre ela, nem que seja para não cair nos enganos que a mídia e os professores mal informados acabam propagando? O que você sabe sobre os mártires, Constantino, a evangelização, as heresias, as Cruzadas, a Inquisição, a Reforma, os papas? Você sabia que um papa impediu Átila de devastar Roma? E que graças aos cristãos os livros dos filósofos gregos foram preservados? Que a Igreja sempre incentivou as artes, que ela criou as primeiras universidades e que muitos cientistas (como Copérnico e Mendel) eram padres? Há muitos bons livros sobre a História da Igreja que podem surpreender você.

E que tal ler também boas obras de ficção? Há muitas! Graças ao cinema, o Brasil descobriu os grandes autores britânicos Tolkien, o autor de O Senhor dos Anéis, e C. S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia. O primeiro, que era católico, construiu a maior obra de fantasia de todos os tempos para mostrar nela os valores cristãos da coragem, da amizade, da fé. Já Lewis era protestante, e fez uma bela alegoria da história de Cristo, personificado no leão Aslam. Esses dois autores têm muitas outras obras além das mais famosas e todas merecem ser lidas. Também vale a pena ler o clássico Quo Vadis, de Henryk Sienkiewikz, que conta a história da primeira grande perseguição aos cristãos em Roma. Ou O Manto de Cristo, de Lloyd Douglas, sobre o que aconteceu com o centurião que, no sorteio das vestes de Jesus durante a crucificação, ficou com seu manto.

Esses são só alguns exemplos, muito pouco na verdade, de livros que você pode ler e gostar. Há um vasto universo aguardando. Leia, aprenda, emocione-se, divirta-se, forme-se. Desligue um pouco a TV, deixe de lado um pouco o Facebook e o Whatsapp e você descobrirá como essas leituras poderão lhe fazer bem.

Por Moisés Nazário – Jornalista de Brasília (DF)

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