Congresso de Universidades Católicas busca novos tempos em meio a novos sentidos

Congresso de Universidades Católicas busca novos tempos em meio a novos sentidos

bannerCMUCCerta vez Guimarães Rosa, ao falar sobre as mudanças ao longo da vida e da história, descreve que as coisas mudam no devagar e depressa do tempo. Nessa perspectiva, já apoiado em pesquisas científicas das descobertas de Galileu, o planeta Terra tem o formato de elipse e gira. O mundo gira. Caminha em torno do próprio eixo. Nessas voltas que a Terra d· em torno de si, surgem o tempo, as mudanças climáticas, o homem e suas complexidades. … a vida humana que por sobrevivência parte em busca de novos tempos e novos sentidos. Com esta mesma problemática de encontrar sentido ao que, muitas vezes, não tem nenhum, que o Congresso Mundial de Universidades Católicas (CMUC), pretende reunir em Belo Horizonte, Minas Gerais, em julho de 2013, milhares de jovens e pessoas ligadas ao meio acadêmico com o objetivo comum de partilhar experiências, questioná-las e, a partir delas, encontrar, como destaca o tema do evento: “Novos tempos, novos sentidos”.

Segundo a assessora nacional do Setor Universidades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irmã Maria Eugênia Lloris, esta será a segunda edição do CMUC, uma vez que, o primeiro encontro aconteceu durante a Jornada Mundial da Juventude 2011, na Espanha. “Ele aconteceu em Ávila, durante a Semana Missionária, lá nós já divulgamos que o Congresso seria em Belo Horizonte. E que, nesse encontro, estariam reunidos representantes de Universidades do mundo inteiro”, afirma Eugênia.

Apesar do encontro estar voltado para Universidades Católicas, segundo Lloris, ele também pretende reunir universitários de centros de ensino superior diversos, sejam públicos ou privados que, em comum, tenham o objetivo de encontrar respostas as perguntas que nortearam os eixos deste evento: A vivência da fé em nossa cultura tem se tornado um desafio para muitos? A Universidade tem a função de contribuir com a humanização do ser humano? É possível viver o amor integral? A academia é espaço para o protagonismo juvenil?

Esses questionamentos norteiam os quatro eixos que integram a proposta de discussão do Congresso Mundial: A fé e crise de sentido; A Universidade: lócus de construção do humano; Desafios para um amor integral; e Universidade, sociedade e protagonismo juvenil.

Novos tempos, novos sentidos
Se na pré-história o ser humano buscava dar sentido nos primeiros “grunhidos e palavras” e tentava sobreviver da caça e da pesca, na sociedade contemporânea ele busca o sentido filosófico nas palavras inventadas por seus ancestrais a milhares de anos atrás. Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, o homem moderno, permanece refém dos meios midiáticos e, como consequência aprendeu a resolver problemas com base em clicks e velocidade do provedor. Na agilidade da web ele chega a universidade, estuda em aulas virtuais, se relaciona com as pessoas, faz amizades, namora, termina e descobre que com a contemporaneidade surge também a “fragilidade dos laços afetivos”.

Para além da complexidade do virtual, o jovem moderno, fruto da geração “Coca- Cola” e da “web” convive com o dilema de se descobrir em meio aos principais fatos que acontecem no mundo todos os dias. Estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que 77,3 milhões de estudantes estão matriculados em universidades e 800 milhões de pessoas sofrem de analfabetismo no mundo. Um mundo virtual em que Jesus Cristo tem mais seguidores no facebook que Justin Beaber e Lady Gaga, o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela queda no índice de católicos no Brasil.

Esses são apenas alguns exemplos da complexidade em torno do jovem moderno que, segundo Eugênia Lloris, em meio a tudo isso, busca entender os novos tempos e partir em busca de novos sentidos. “Esse tema é importante porque ele traz uma visão nova da universidade. Ela pode ajudar a juventude a descobrir seu protagonismo e, ao mesmo tempo, o jovem é convidado junto com a academia a pensar novas alternativas para a vivência da fé no meio universitário, a partilha, a descoberta de alternativas diante dos problemas apresentados”, destaca a assessora da CNBB.

O evento
O Congresso Mundial de Universidades Católicas é um evento que antecede a Jornada Mundial da Juventude. O evento acontece na PUC Minas, entre os dias 18 e 21 de julho de 2013, no campus Coração Eucarístico. O evento deve reunir cerca de três mil pessoas de várias partes do mundo.

Inscrições
Os valores das inscrições para participar no evento são: estudantes, R$ 90; membros de pastorais universitárias, religiosos e correlatos, R$ 90; funcionários de universidades católicas, R$ 250; docentes, R$ 250; e gestores, R$ 500.

Trabalhos
A submissão de trabalhos para as Arenas Temáticas (que serão publicados no livro digital do evento) e de propostas de atividades variadas (minicursos, painéis, fóruns e mostras artístico-culturais) poderão ser feitas até 18 de fevereiro. São quatro eixos temáticos: A fé e crise de sentido; A Universidade: locus de construção do humano; Desafios para um amor integral; e Universidade, sociedade e protagonismo juvenil.

A PUC Minas, instituição da Arquidiocese de Belo Horizonte, realiza o CMUC junto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Federação Internacional de Universidades Católicas (Fiuc), a Organização de Universidades Católicas da América Latina e Caribe (Oducal) e a Associação Nacional de Educação Católica (Anec). O Congresso tem o apoio de órgãos públicos brasileiros nas esferas estadual e municipal e também de organismos nacionais e internacionais, como a Congregação para a Educação Católica e Pontifício Conselho para os Leigos.

Voluntariado
Como são esperados mais de 3 mil pessoas para este evento, também será necessário muitas pessoas disponíveis a servir. Segundo a organização do CMUC, pode atuar como voluntário qualquer pessoa que esteja ligada de alguma maneira ao mundo da universidade, de qualquer país do mundo, seja ou não de instituição católica como não. O importante é que a pessoa compartilhe os ideais e motivações de evangelização da Igreja Católica, tenha o desejo de colaborar com este projeto e queira participar de forma ativa do mesmo.

Por Rafaela Carvello
Assessoria de comunicação – Setor Universidades CNBB

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