Como transmitir e refletir o estilo cristão de ser nas redes sociais digitais? 4° texto da série Rumo à presença plena

Como transmitir e refletir o estilo cristão de ser nas redes sociais digitais? 4° texto da série Rumo à presença plena

Do capítulo: IV. Um estilo distintivo
Ame… e viverá (cf. Lc 10, 27-28)

por Janaína Gonçalves

“Proximidade, compaixão e ternura”: como transmitir e refletir o estilo cristão de ser, nas redes sociais digitais? Não se trata de estratégias, aqui se fala de testemunho que pode se tornar, inclusive, conteúdo para tantos ambientes virtuais católicos. Se postamos aquilo que somos e vivemos aquilo que acreditamos, os espaços que abarcam as redes sociais deveriam ser repletos de grandes histórias, ensinamentos, exemplos e cheios de discursos humanos.

A vida que dá trabalho está no off, e no on está a nossa compreensão daquilo que gostaríamos de ser, de fazer, de alcançar. Somos feitos de afetos e relações, as redes sociais colaboram para que essa nossa busca se torne real, como o próprio Papa Francisco define em sua carta para o 50º Dia Mundial das Comunicações sociais, em 2016: “…as redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral”.

Ao falarmos dessas relações, é necessário lembrar que nossa influência enquanto cristãos em rede tem papel fundamental, mas aqui há um questionamento a ser feito: pra você, o que é ser influenciador? Seria postar um viral? Criar memes? Tentar ser exemplo para alguém? Criar relacionamentos mútuos? Se tornar um verdadeiro caça-like? Eis o desafio. Estabelecer vínculos é um processo, e fazer desse processo uma ação ou efeito para influir, é uma responsabilidade. Esse comprometimento tende a crescer na mesma medida em que nossos fiéis seguidores aumentam, ou assim deveria ser. Precisamos reconhecer nosso estilo cristão em todo e qualquer espaço, sendo juventudes ou pastorais sociais, sendo pastoral litúrgica ou ministérios de música, dentro e fora das redes.

De que adianta sermos grandes influenciadores se, em algum momento, deixamos de escutar com o coração? Nosso distintivo que bate no peito é a marca da proximidade, da escuta, do falar com o coração, do ir e ver. É alcançar as pessoas por encantamento, sem sermos apenas vendedores de uma fé ou de um discurso religioso – e aqui principalmente se for um discurso fundamentalista.

É necessário pensarmos a compaixão como um propósito a ser cumprido diariamente nas estradas digitais, nosso testemunho cristão alimenta a existência humana, como uma revelação do amor de Deus em nossa vida, nossas caminhadas. Sabe aquelas boas histórias que cativam e despertam nossa imaginação? Não encontramos esse tipo de conteúdo com frequência, nem mesmo nas redes sociais das comunidades. Qual a sua história? De que forma a história narrada pode transformar a realidade de alguém? Somos todos construtores de uma comunicação humana, mas nem sempre sabemos ser humanizantes. Saber quem é o meu próximos já é um caminho promissor para reconstruir afetos em um mundo completamente fragmentado.

É a partir desse contexto que a comunicação nas redes sociais da Igreja está para além de homilias gravadas, salmo do dia e orações repetitivas. O conteúdo que evangeliza é a autenticidade, é aquele que dá visibilidade aos projetos que evidenciam a dignidade humana, que fomenta o ensino, que dá voz àqueles que não recebem “curtidas” da sociedade.

Deixemos de lado o preciosismo de nos tornarmos grandes influenciadores de pessoas e vidas, mas que saibamos impressionar como “tecelões da comunhão”, contribuindo positivamente para uma comunicação precisa, direta, objetiva, sem espaços para superficialidades ou para conteúdos difamadores, que mais nos separam do que nos unem.

Quer ser um jovem atrativo nas redes? Então comece por seu testemunho como um distintivo, por sua esperança que nos move, pela alegria que nos contagia, pelo Deus que você acredita, pela fé que professamos juntos! Sejamos todos uma presença amorosa de Deus nas redes sociais digitais!

| Leia aqui o documento na íntegra.

 

da redação, por Janaína Gonçalves

Jornalista, Mestra em Ciências da Religião, Especialista em Gestão de Mídias Digitais , Especialista em Teologia Pastoral
Vice-coordenadora Geral na Pascom Brasil, Coordenadora da Pascom na Arquidiocese de BH.
Leiga atuante nos trabalhos de comunicação da Igreja, adora ler, escrever, assistir séries e filmes, adora falar de religiões e política. É fã de Chaves, Chapolin e Harry Potter. Ah, e é claro, não deixa de jogar seu futebol no fim de semana e é torcedora raiz do Cruzeiro Esporte Clube, mais conhecido como Cruzeiro Cabuloso.

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Email