Christus Vivit: uma opção pela juventude

Christus Vivit: uma opção pela juventude

A exortação apostólica pós-sinodal Christus Vivit (CV), do Papa Francisco, publicada recentemente, vem ao encontro de todo o trabalho já percorrido enquanto igreja do Brasil na evangelização da juventude.

Em primeiro lugar, o papa ressalta que “existe uma pluralidade de mundos juvenis” (CV 68) reafirmando assim o conceito de juventudes no plural, conceito esse entendido por nossa pastoral juvenil como um termo abrangente que abrange todas as manifestações juvenis, pois há muitos rostos jovens na sociedade atual e singularizar isso é minimizar a juventude.

Em segundo lugar, Francisco nos pede que a juventude não seja analisada de forma abstrata, mas que se use os recursos da ciência para compreendê-la, e, principalmente, insiste em dizer que “a juventude não existe, o que há são jovens com as suas vidas concretas” (CV 71). Enquanto pastoral juvenil o incentivo a cursos, escolas, formações de pessoas que compreendam, saibam e se apaixonem pelas juventudes é crescente, mas mais importante do que o saber teórico é que os assessores e acompanhantes da juventude conheçam e estejam com os jovens em suas dores existenciais.

O Papa lança um olhar sobre a Pastoral dos Jovens, como uma pastoral de conjunto, que precisa de dinâmica própria, de uma certa flexibilidade, que seja realmente um espaço de partilha da vida e não somente um lugar de formação (CV 204). Neste espaço ninguém deve ser colocado nem deixado de lado (CV 206), nem ricos, nem pobres, nem negros, nem índios, nem mulheres, nem portadores de necessidades especiais. Portanto é preciso ter o olhar de Jesus sobre a juventude, o olhar acolhedor, sem preconceitos e nem discriminação. Todavia, é preciso que se tenha lugares adequados para que pastoral juvenil aconteça. Diz o Papa: “criar lar, é criar família” (CV 217), o que significa tornar as paróquias e estruturas da igreja como lares da juventude, famílias da juventude, criando laços entre geracionais.

Para que isso possa ir acontecendo, “é preciso que os jovens sejam respeitados na sua liberdade” (CV 242), que tenham figuras de referência para os acompanhar. O apelo do Sínodo e do Papa Francisco não é outro senão que a igreja tenha coragem de acompanhar as juventudes, que a igreja reanime a opção preferencial pela juventude, que se tenha padres e leigos capazes de optar e dar a vida pela juventude. Maria, a jovem de Nazaré, ensine a acolher a vida da juventude que se manifesta no ventre da Igreja.

Por: Padre Rudinei Zorzo Coordenador do Serviço de Evangelização da Juventude do Regional Sul 3.

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Email