As juventudes na pandemia: desafios para a Pastoral Juvenil

As juventudes na pandemia: desafios para a Pastoral Juvenil

por Dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo Auxiliar de Belém
e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude CNBB.

 

A pandemia tem lançado o mundo numa experiência de sofrimento sem fronteiras, crises generalizadas em todas as áreas; foram atingidos todos os povos, nações, instituições, religiões… ricos e pobres de todos os continentes!

A pandemia está impondo ao ser humano e, sobretudo aos jovens, a dolorosa experiência do distanciamento social, do isolamento para os doentes, da solidão, do medo, da incerteza, de prejuízos múltiplos… Fragilizou-se o sentido da vida, aumentou o adoecimento mental;

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Estão sendo colocados em cheque as seguranças humanas, a política, a economia, as ciências e também o papel da religião e da Igreja;

Nesse tempo de sofrimento percebemos o aumento de movimentos de cunho fundamentalista, intimista, negacionista, tradicionalista;

Somos chamados REPENSAR E REDIMENSIONAR o dinamismo da Pastoral Juvenil. Somos chamados a dar a nossa contribuição do serviço pastoral para com os jovens. Qual pastoral juvenil podemos projetar e estimular?

> Uma Pastoral Juvenil aberta, solidária, ampla, capaz de estimular o repensamento das nossas práticas religiosas e pastorais; muitas vezes, encontramos práticas religiosas marcadas pelo intimismo vazio, como puro consolo psicológico sem estimular mudança;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de reforçar a prática do amor fraterno, de alimentar os vínculos comunitários, o compromisso da Igreja;

> Uma Pastoral Juvenil que reforce a formação catequética e teológica dos jovens, que explore os meios que a tecnologia nos oferece atualmente;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de estimular o aprofundamento dos valores do evangelho, a leitura orante, momentos de estudos e formação;

> Uma Pastoral Juvenil aberta, em saída, que vá ao encontro das mais variadas situações de periferias existenciais capaz de promover ações caritativas e redes de solidariedade;

> Uma Pastoral Juvenil missionária, capaz de aproveitar das atuais circunstâncias para evangelizar, avançar sem medo (mas com prudência), criando novas modalidades de serviços, novos grupos, experiências missionárias;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de estimular projetos de economia solidária na perspectiva do Papa Francisco e educar para a cidadania;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de explorar da melhor maneira possível os atuais meios de comunicação que temos (sobretudo usufruindo da modalidade virtual);

> Uma Pastoral Juvenil otimista (sem negar a realidade), cheia de esperança, inspiradora de ânimo, de contemplação de novos horizontes, capaz de estimular o encantamento;

> Uma Pastoral Juvenil movida pela sensibilidade humana capaz de alimentar a disponibilidade para a escuta ativa (pessoal), sobretudo, por parte dos assessores e outros líderes;

> Uma Pastoral Juvenil pensada e inserida na realidade existencial de cada contexto;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de estar continuamente refletindo e aprofundando o sentido da vida e as mais variadas riquezas (potencialidades) do ser humano, bem como as fragilidades;

> Uma Pastoral Juvenil sensível à totalidade, crítica e aberta ao discernimento, capaz de evitar toda e qualquer tentação de extremismo, ideologias, polarizações, etc;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de continuar investindo na formação e acompanhamento das lideranças, dos conselhos juvenis paroquiais e diocesanos;

> Uma Pastoral Juvenil capaz de abraçar por inteiro a vida de Jesus, o Bom Pastor, Sacerdote, Profeta e daí, uma pastoral que estimule a vivência da tríplice vocação batismal levando-os a serem servidores dos mais necessitados, cuidadores da vida e profeta de uma nova sociedade.

Belém-Pa, 12 de março de 2021
Dom Antônio de Assis Ribeiro, SDB.

 

PACTO PELA VIDA E PELO BRASIL

“Fazemos ainda um apelo particular à juventude. O vírus está infectando e matando os mais jovens e saudáveis, valendo-se deles como vetores de transmissão. Que a juventude brasileira assuma o seu protagonismo histórico na defesa da vida e do país, desconstruindo o negacionismo que agencia a morte.”

As instituições signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Ordem dos Advogados do Brasil, Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, Academia Brasileira de Ciências, Associação Brasileira de Imprensa e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) lançaram na tarde desta quinta-feira, 11 de março, uma nota frente ao quadro de agravamento da pandemia do novo Coronavirus e das suas trágicas consequências na vida do povo brasileiro, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Brasil.

Segundo o documento, intitulado O povo não pode pagar com a própria vida!, “o vírus circula de norte a sul do Brasil, replicando cepas, afetando diferentes grupos etários, castigando os mais vulneráveis”. No documento, as entidades se solidarizam com as famílias que perderam seus entes queridos e aponta a urgente necessidade de maior empenho e integração do três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) do Brasil, e entre estados e municípios, na busca por encontrar soluções para enfrentar a pandemia.

As organizações signatárias do Pacto pelo Brasil fazem um apelo especial à juventude. “O vírus está infectando e matando os mais jovens e saudáveis, valendo-se deles como vetores de transmissão. Que a juventude brasileira assuma o seu protagonismo histórico na defesa da vida e do país, desconstruindo o negacionismo que agencia a morte”, afirma o documento. Veja, a íntegra do documento em pdf, com as logos de todas organizações.

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