Amor e Vocação

Amor e Vocação

Amor e vocação! Duas palavras que não se apresentam passíveis de compreensão, se dispostas separadamente. Não se pode falar de vocação sem se falar de amor, amor daquele que chama e amor daquele que responde favoravelmente ao chamado que foi-lhe feito. Em contrapartida, não se pode falar de amor sem se falar de vocação, afinal, um sentimento que move e que promove, só pode ser dom e graça divina. Já diria o dito popular: “Todo amor termina em vocação”!

A expressão “Vocação” é oriunda do vocábulo latino e significa “chamado”. Sendo assim, vocação é um chamado de Deus a uma vida segundo os Seus propósitos.

Humanos, que somos, nossa primeira vocação é à vida; somos chamados a vivê-la plena e coerentemente. Batizados que somos, nossa segunda vocação é buscar uma vida de santidade, assemelhando e configurando nosso coração ao coração do Cristo. No entanto, a mais perfeita de todas as vocações é o amor, afinal “[…] o amor é o vínculo da perfeição” (Colossenses 3, 14).

Somos em tudo vocacionados, porque fomos e somos chamados. E chamar é característica própria de quem ama, que quer estar perto, que quer resposta, que quer um sentimento sincero, um abraço fraterno… Logo, Aquele que nos chamou quer que respondamos. E, como num ato de total coerência, entregou Sua vida, para que vivêssemos plena e intensamente e respondêssemos ao nosso primeiro chamado, à nossa primeira vocação; mostrou-se caminho, para, por Ele e a Ele, seguirmos numa vida de santidade, respondendo ao nosso segundo chamado. E “[…] amou-nos até o fim” (João 13, 1), para que concretizássemos a mais bela e perfeita de todas as vocações: o amor.

E como vocações específicas, temos o matrimônio (que não é um acordo, um negócio e/ou um evento, mas sim, um sacramento), a famíliar (análoga à vida matrimonial), a vida religiosa e a vida sacerdotal. Seja qual for a nossa vocação específica, é, certamente, vocação.

Ademais, entendamos que o extraordinário, muitas vezes, esconde-se no ordinário; que a divindade se esconde no cotidiano. Não é preciso que o céu se transfigure, que os mares se abram ou que a sarça fumegue para que Ele nos chame, lembremo-nos que o Filho do Homem nasceu numa manjedoura. Que nossos olhos contemplem em nossa vida, a simplicidade e a grandiosidade de Deus!

Como resposta ao chamado, respondamos com alegria, entusiasmo e determinação. Engajemo-nos em nossa paróquia, em nossas pastorais, em nossos movimentos. Afinal, Ele capacita aqueles que chama. Talvez, o maior erro de nossa pregação é afirmar que o jovem é o futuro da Igreja. Decerto não é, ou não somente, o jovem é, antes de tudo, o presente da Igreja, afinal, jovem não vive à espera do “futuro”, jovem constrói um novo “hoje”, jovem é o presente do nosso presente!

Avancemos para águas mais profundas (Cf. Lucas 5, 1-11) e encontremos, antes de tudo, o “profundo” que está dentro de nós, na imensidão de nosso ser.

Desbravando a nossa vida, construamos nosso céu!
Paz e bem!

Renato Vieira Lima – Seminarista da Congregação dos Padres e Irmãos do Sagrado Coração de Jesus.

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