A música que os índios sul-americanos tocavam nas missões jesuíticas estará na JMJ

A música que os índios sul-americanos tocavam nas missões jesuíticas estará na JMJ

A música teve um papel fundamental nas Missões Jesuíticas do Paraguai, pela especial sensibilidade e habilidade dos índios guaranis com relação a esta arte. Desde o começo, os jesuítas aproveitaram o valor evangelizador da música e do canto e os converteram em pilares da educação e da formação cristã dos índios.

Por este motivo, a música terá também um papel especial na mostra da JMJ, de 28 de julho a 9 de setembro, na igreja do Sagrado Coração de Madri.

Luis Szarán (http://www.luisszaran.org/) é diretor de orquestra, compositor e pesquisador musical. Dirige a Orquestra Sinfônica da cidade de Asunción (OSCA), no Paraguai, e a Orquestra de Câmara Philomusica de Asunción. É considerado o principal pesquisador da música das Reduções guaranis, a quem se deve o resgate e a revalorização de inúmeras peças musicais das Missões.

Em 15 de agosto, na apresentação oficial da exposição sobre as Reduções Jesuíticas na JMJ, ele dará uma conferência sobre a música nestas missões. O maestro paraguaio chega a Madri com uma orquestra de jovens de “Sonidos de la Tierra” (http://www.sonidosdelatierra.org.py/), um programa de inserção juvenil. Esta orquestra dará um concerto durante e depois da sua conferência.

O maior compositor da música interpretada nas Reduções foi o jesuíta italiano Domenico Zipoli (1688-1726) que, curiosamente, jamais pisou nas Reduções, pois morreu muito jovem em Córdoba (Argentina), em 1726. Seu estilo é típico da época, com o emprego do contraponto e diversos instrumentos típicos da música barroca. Uma das suas peças mais famosas é a “Missa de Santo Inácio”, interpretada ainda hoje em muitas Reduções no dia da festa do santo, em 31 de julho.

No dia 27 de julho, durante a inauguração da exposição, será oferecido um concerto desta Missa, a cargo deMatritum Cantat Coro y Orquesta, da Universidade Pontifícia Comillas, na igreja de São Francisco de Borja de Madri.

A música nas Reduções

Cada Redução teve seu coral e seus maestros de música, que tocavam vários instrumentos, como harpa, órgão, trompas, trompetas, fagotes e maracas. A música e o canto acompanhavam cada momento do dia: a Missa, a catequese, o trabalho no campo, a vida nos lares e a oração.

A fama das partituras e dos músicos guaranis foi conhecida não somente nas principais cidades da América do Sul, mas também na Europa, chegando aos ouvidos do Papa Bento XIV.

A liturgia da Missa nessas igrejas foi certamente muito rica, levando em consideração a grande variedade de arranjos polifônicos do Ordinário da Missa, que permite afirmar que, nas funções litúrgicas das Reduções, se empregava com certa preferência um coral polifônico e uma orquestra, como ocorre com a “Missa de Santo Inácio”, de Zipoli.

Da Agência Zenit

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