Teatro e Espiritualidade: Apaixonamento e Evangelização!

Teatro e Espiritualidade: Apaixonamento e Evangelização!

A série “A arte na Igreja” continua no Jovens Conectados, e hoje é dia de falar de teatro! Quem nunca se emocionou, riu ou chorou em um espetáculo teatral? Apresentaremos  testemunhos e depoimentos de pessoas, que, apaixonadamente, trabalham neste universo fantástico da interpretação, unindo arte e espiritualidade, para anunciar o Reino de Deus.

“O Palco para mim um local de cura, de transformação minha. o Maior beneficiado em atuar sou eu”. Sérgio Texeira, interpretando o “Capanga”, musical Arsenal.

“A Igreja tem necessidade da Arte”, afirma São João Paulo II em sua Carta aos artistas (1999). Muitos homens e mulheres se colocam a disposição para fazer da vida artística, uma forma de evangelização. São pessoas, segundo João Paulo II, que nutrem um profundo apaixonamento e buscam sempre novas maneiras de revelar a beleza de Deus.

Este sentimento é partilhado pela atriz e professora de expressão corporal, Ivete Oliveira Damasceno, que enxerga o teatro como um um instrumento de evangelização transformador. “Sua intensidade eleva  e une  outras artes, resultando em crescimento artístico, espiritual e de entretenimento”, disse Ivete.

Sobre sua experiência no palco, atuando e evangelizando, Ivete diz que “é  um momento de comunhão dos meus dons, da minha vocação, da realização de que estou fazendo aquilo que nasci para fazer. É sempre a hora de abandono pleno a confiança e ao amor de DEUS. Desprendo totalmente o meu servir ao  compromisso de ser artista, e por meio da minha arte me lançar a águas mais profundas e assim evangelizar com beleza e sensibilidade”.

“É essencial a busca pela Técnica”. Ivete Oliveira, atuando no musical “Todas elas em uma”, do Oficina Viva.

Necessidade de Formação para evangelizar pela arte

“É preciso sair da Zona de conforto”, afirma Ivete Oliveira, sobre a necessidade de formação dos artistas que trabalham na Evangelização. “É extremamente necessário  e essencial entender que o Espirito Santo nos move, nos impulsiona, nos inspira; mas cabe a nós multiplicarmos os talentos, sendo assim , é indispensável a busca pela técnica, pela formação, pelo aprimoramento. Sou do teatro e tento constantemente me reciclar, conhecer novas possibilidades de execução da minha habilidade, entender também sobre  música, dança e literatura”, concluiu.

O ator Sérgio Luiz Teixeira da Cruz, acredita que muitas vezes falta mais alicerce formativo para os artistas do que a espiritualidade. “A espiritualidade renova, dá sentido, te diz para que você está fazendo aquilo, mas a técnica ensina como fazer”, e concluiu dizendo que “existe o dom, que é dado por Deus e que nos capacita acima de tudo. Deus faz, Deus age!  Mas existe também a necessidade humana, formativa. Esta necessidade humana pode nos fazer ir além daquilo que nós somos”. “Serjão”, como é conhecido, atuou ano passado no musical Arsenal, do Oficina Viva, onde fez o papel um morador de rua, perverso e violento, chamado de “o Capanga”. O ator, conta que teve que buscar referências em outros personagens com personalidade semelhante na literatura e na dramaturgia nacional, para melhor interpretar este papel.

Roteiro Artístico: Parceria com Deus!

Uma pergunta pode nos vir, no momento em que estamos assistindo a uma peça de teatro – sobretudo quando a trama nos envolve demasiadamente – Como surgiu a ideia de escrever este espetáculo? O fato mais cotidiano ou o mais inusitado, podem certamente ser a fonte da inspiração. Mas, quando a produção artística é fruto de uma inspiração divina, como transformar em texto teatral? Neide Oliveira, consagrada da Comunidade Shalom e também atriz, roteirista, dramaturga e diretora, diz que é preciso ter técnica de roteirização, mas também saber discernir qual a voz que fala no momento da inspiração: a sua própria ou a de Deus.

“Eu acredito que para a gente descrever por meio de um texto teatral, de um roteiro, uma inspiração divina, tem que primeiro ter uma vida de oração, para poder ter essa parceria com Deus na hora de escrever, para você conhecer a Deus,  a voz Dele e saber a diferença entre a voz Dele , a sua voz  e a voz do mundo. Depois, esta inspiração vem sem você programar ou as vezes é pedido que a gente escreva algo específico, então é preciso ter técnica: saber descrever tudo de uma vez, fazer um resumo da ideia, ‘louca’ do jeito que vem e depois sair separando por partes, por cenas”, disse Neide.

A dramaturga alerta para as crises de roteiro ou a existência dos “roteiros clichês” e fala que, para se evitar isto, é preciso assistir outros espetáculos, que não sejam somente os que correspondem ao próprio “conforto visual”. “Saindo deste conforto visual, desse conforto que a gente tem, podemos dizer ‘valha, ele pensou nisso? Coisa que eu nunca pensei…’ Assim, poderemos encontrar, para os problemas de cenas, soluções diferentes das que pensamos sempre”, concluiu.

Produção teatral: alcançando as verdades profundas

Vocação, profissão e paixão, são, para o produtor artístico José Garcia, três coisas que se unem no momento da produção teatral. O ex membro do grupo musical Gen Rosso (Movimento dos Focolares) diz que, quando se produz espetáculos voltados para a evangelização, é necessário alcançar as verdades profundas e estabelecer um relacionamento verdadeiro entre aqueles que estão no palco atuando.

José Garcia, atuando no Musical “Street Light”, do Gen Rosso.

“Nos 13 anos que fiquei no Gen Rosso, aprendi algo lindo: O que está sendo apresentado no palco, tem que ser vivido pelos membros do grupo. Se isto não acontecer, chegará ao público como uma incoerência. Na coerência entre o que está sendo apresentado e o que é vivido pelo grupo artístico, está o êxito destes espetáculos que são meios de evangelização”, disse José García.

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