Superação: Jovem conta ao Papa como saiu do caminho das drogas

Superação: Jovem conta ao Papa como saiu do caminho das drogas

“Porque amar ao próximo está tão fora de moda?”. Está pergunta fez parte do discurso do voluntário Walmyr Junior, 28, durante o encontro da sociedade civil com o Papa Francisco, na manhã deste sábado, 27. O jovem seguiu com a abordagem, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, destacando a sua transformação de vida após o encontro com Cristo. “Esse amor fora de moda não representa uma afirmação, mas uma provocação. Olhei para a minha própria história. Ou seja, o amor não estava fora de moda, porque estava amando ao próximo”.

Junior saiu da dependência química e hoje se lança em um novo caminho na Pastoral da Juventude (PJ). Enquanto discursava, ele observou que foi na Igreja que conseguiu se afastar das drogas e construir uma nova vida, fincada no amor a Deus e na fé. “Acredito que tinha tudo para fazer parte das estatísticas e ser mais um jovem exterminado pela violência de nossas cidades. Sempre presenciei o tráfico de drogas utilizando-se da juventude para comprar barato. Superei essa realidade quando decidi fazer voluntariado dentro da paróquia. Redescobri o sentido da minha vida que me levou a traçar novos rumos”, destacou.

O jovem, que é formado em história, aproveitou para lembrar de várias situações em que se encontra a juventude: desde incidentes como os jovens que morreram na chacina da Candelária e no incêndio em uma boate em Santa Maria (RS), até os jovens causadores de alguma forma de violência ou até aqueles que participam ativamente da sociedade civil.

Papa Francisco afirmou que vê um cenário de memória e esperança na sociedade. “Nas senhoras e nos senhores, vejo a memória e a esperança: a memória do caminho e da consciência da sua pátria e a esperança que esta, sempre aberta à luz que irradia do Evangelho de Jesus Cristo, possa continuar a desenvolver-se no pleno respeito dos princípios éticos fundados na dignidade transcendente da pessoa”, disse.

Para construir uma nação com responsabilidade, o Sumo Pontífice evidenciou três pontos: “a originalidade de uma tradição cultural, a responsabilidade solidária para construir o futuro e o diálogo construtivo para encarar o presente”. “O sentir comum de um povo, as bases de seu pensamento e da sua criatividade, os princípios fundamentais da sua vida, os critérios de juízo sobre as prioridades, sobre as normas de ação, assentam numa visão integral da pessoa humana. O segundo elemento que queria tocar é a responsabilidade social. Esta exige certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política. Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política, e firme nos valores éticos. Termino indicando o que tenho como fundamental para enfrentar o presente: o diálogo construtivo”, destacou.

O arcebispo da Arquidiocese do Rio, Dom Orani João Tempesta, durante o encontro, também lembrou da importância da juventude na construção de um país mais justo e igual. “Vocês são protagonistas de um mundo novo e de um novo amanhecer. A participação política em busca do bem comum faz buscar uma democracia em que todos tenham vez e voz. Precisamos e devemos confirmar o sonho da justiça, da paz e da solidariedade”, enfatizou.

No final, o Papa recebeu o carinho de crianças da escola de dança do Theatro Municipal e de representações de comunidades indígenas. Eles presentearam o Papa com um cocar que, prontamente, o Sumo Pontífice colocou na cabeça.

Engajamento social: um legado da JMJ

Em entrevista ao site oficial da JMJ Rio2013, Junior revelou que o convite foi uma surpresa, mesmo sabendo que trabalhou muito durante toda a organização da Jornada. “É uma responsabilidade muito grande representar a sociedade civil, que vai além dos cristãos e, então, isso significa me unir a essa sociedade para lutar pela igualdade”, frisou.

Antes do discurso, ele afirmou que pretende experimentar mais de Deus, da Igreja e do Papa. “Enquanto jovem católico, poder recepcionar o chefe maior da Igreja é algo muito grande para a minha capacidade de compreensão limitada, pois além de líder, ele é nosso pastor. Estou na expectativa de acolher esse diálogo, pra experimentar mais de Deus, da Igreja e do Papa. Acredito que o que ele questionou na Via Sacra – que aconteceu nessa sexta-feira, 26, em Copacabana – tem a ver com a capacidade de viver uma realidade que a gente omite. Sendo assim, irei tentar apresentar ao Papa que o projeto de Jesus está sendo vivido pelos jovens em meio à sociedade, é um compromisso social”, enfatizou.

Fonte: JMJ Rio2013

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