#PartiuMissão Confira a experiência missionária da Jovem gaúcha na África

#PartiuMissão Confira a experiência missionária da Jovem gaúcha na África

O Portal Eaí?Tchê (da juventude do Regional Sul 3) compartilhou conosco um belíssimo depoimento da jovem Victória Holzbach, da Arquidiocese de Passo Fundo, que desde o ano passado é uma das missionárias enviadas para colaborar na evangelização, em Moçambique, na África. Mais do que pregar o evangelho, o depoimento deixa claro a vivência diária e o cuidado com a vida da população, a partir das experiências locais.

Foto por Victória Holzbach

Há! A Victória é comunicadora e assessora jovem na Arquidiocese de Passo Fundo. Jornalista por formação, ela deixou tudo para servir.

#PartiuMissão Confere aí :

Amigas e amigos,
Estimados padres, leigas e leigos, o desejo de uma Igreja em Saída é que nos une.

Me chamo Victória Holzbach e sou leiga missionária, enviada pela Arquidiocese de Passo Fundo e pelo Regional Sul 3 para Moma, no norte de Moçambique. Sou natural de Passo Fundo e desde criança participo da comunidade da paróquia Catedral Nossa Senhora Aparecida. Os grupos de jovens, o Setor Juventude e a experiência como jornalista da Arquidiocese despertaram ainda mais em mim este desejo missionário. Com 25 anos cheguei a África, em setembro de 2016 e hoje já são 8 meses de missão. Acredito que um mundo muito melhor se constrói quando somos capazes de compreender com compaixão e empatia a cultura, a religião, os costumes, as opções e os contextos sociais, políticos e históricos de um povo.
A Igreja Católica do Rio Grande do Sul mantém há 24 anos este projeto de apoio à Arquidiocese de Nampula, em Moçambique. A pequena vila de Moma, no litoral leste da África, é nossa casa, centro da missão, que acolhe a equipe missionária composta por mim e pelos padres Domingos Rodrigues (Diocese de Bagé), Atílio Zatycko (Diocese de Cachoeira do Sul) e Luiz Alves (Diocese de Itabuna – BA).
Daqui, nos deslocamos para mais de 150 comunidades nas duas paróquias que atendemos. Algumas destas comunidades se distanciam até 110 km de nossa casa, em estradas precárias cortadas por rios e matos. Ainda há aquelas comunidades em que só é possível chegar com Bicicleta ou passo a passo. Mas estes caminhos desafiadores também complementam a nossa alegria na missão.
Aqui, o nosso projeto missionário também se preocupa em ir além do atendimento religioso e sacramental. Atentos à realidade social do povo local, desenvolvemos alguns projetos sociais na Vila de Moma, como uma Biblioteca Comunitária, uma Associação de Fotocopiadoras, um projeto de alfabetização e reforço escolar para crianças e adultos, acompanhamento nutricional para recém-nascidos e produção e distribuição de remédios naturais.

Nossos dias têm tudo, menos rotina. Muitas vezes fazemos planos para o dia seguinte, que são alterados por inúmeros motivos. Ou falta energia, ou o carro estraga, ou surge alguém que precisa de ajuda, ou chove muito e bloqueia a estrada.
Sempre acreditei muito mais no coração das pessoas do que naquilo que aparentam ser. Por isso a simplicidade daqui me encanta. É um país pobre, com pessoas pobres, em sua maioria camponeses. Nossas “roupas de andar em casa” aí são “roupas de ir na missa” por aqui.
São todos muito humildes e desprovidos até do básico para viver, o que faz com que qualquer coisa pequena seja sinal de alegria. Isso torna a vida muito mais simples, porque nos faz perceber o que é realmente essencial.

Para as crianças, em casa há pouco para fazer. Não há caixa de brinquedos, carrinhos, bonecas, videogames, televisão ou tecnologias. Brinquedo é aquilo que se acha na rua, se (re)constrói, se (re)cria. As crianças que vão à escola são poucas e as motivações para irem menores ainda.
As alegrias, desafios e esperanças da missão nos movem e nos fazem seguir caminhando. Neste caminho, esperamos não estar sozinhos. Contamos sempre com as orações daqueles que fogem de uma Igreja tranquila e sonham e lutam por uma Igreja missionária, que arrisca se acidentar para ir ao encontro de suas ovelhas.
Esta construção acontece também através de gestos concretos pela missão, expressos, entre outras formas, na Coleta de Pentecostes. O Espírito Santo que nos fortalece e nos anima, também nos impele a oferecer aquilo que temos no dia 04 de junho, através das coletas de nossas paróquias e comunidades. Em nosso Estado, os valores ofertados neste dia pelos católicos nas celebrações são destinados integralmente para a ação missionária do Regional Sul 3 da CNBB. Dentro desta ação, está o projeto Igreja Solidárias, que envia os missionários e mantem os projetos da missão aqui em Moçambique.

Contamos com a sua sensibilidade e colaboração porque partilhamos da crença de que uma Igreja Missionária é verdadeira testemunha da misericórdia e do amor.
O melhor lugar do mundo é onde somos capazes de ser amantes e amados. Ousemos sempre amar.
Seguimos juntos, em ação missionária pela vida e pelo novo mundo que acreditamos.

Em sintonia,
Victória Holzbach
Leiga Missionária em Moçambique

Testemunho pode edificar vidas: envie o seu!

É um(a) jovem missionário(a) e/ou viveu uma forte experiência de missão? Escreva para nós, você pode fazer um texto curto ou longo. Expresse sua experiência através de palavras e assim, quem sabe você ajuda outros irmãos a encontrarem rumo para sua caminhada.

Envie seu testemunho para o e-mail <noticias@jovensconectados.org.br>, com seu nome completo, cidade, idade e fotos da missão.

do portal eaitche.com.br 

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