Os mandamentos da Lei de Deus

Os mandamentos da Lei de Deus

A partir de hoje vou propor – de forma sistemática – uma catequese sobre os Mandamentos da Lei de Deus. Penso que está na hora de refrescar a memória dos nossos cristãos, em particular, dos nossos católicos sobre esse assunto. Afinal, trata-se de sermos coerentes com o Batismo que fez de nós filhos/as de Deus e de vivermos concretamente a nossa fé. Que tipo de filhos somos, se ignorarmos e – pior – se não praticarmos a vontade do nosso Pai expressa nos seus Mandamentos?

Muitos são os que se dizem cristãos, todavia, muitos também são os que esqueceram os Mandamentos de Deus ou por eles pouco se interessam. Há mesmo quem viva como se Deus não existisse.

Aumenta assustadoramente o número das nossas leis simplesmente porque não se observam as dez Leis que Deus nos deu, condensadas em duas por Jesus e, por fim, numa só: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Tudo se resume no amor. Nos Mandamentos estão em jogo três amores que, na verdade, são um só: o amor de Deus por nós, o nosso amor a Deus e o nosso amor aos irmãos.

Expulsemos, pois, da mente e do coração o temor de que os Mandamentos são normas impostas por um Deus voluntarioso e dominador. Pelo contrário, compreendamos que tudo se reduz ao amor. Diz São João: “Amar consiste no seguinte: em viver conforme os mandamentos de Deus” (2 João 6). E explicita: “No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou á perfeição do amor. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro… E este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1 João 4,18-19.21). Jesus, por sua vez, nos interpela: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando” (João 15,14).

Estas palavras contêm todo o espírito com que devemos conhecer, amar e praticar os Mandamentos. É para fortalecer a nossa vontade que Deus nos faz conhecer a sua vontade: sua Lei é para nós um dom. Ela nos estimula a retribuir seu amor de Pai com nosso amor de filhos e filhas e a amar a todos como nossos irmãos e irmãs. Console-nos a palavra do Espírito Santo por boca do salmista: “Quem ama a tua lei tem muita paz, no seu caminho não há tropeço! Espero tua salvação, Senhor, e pratico os teus mandamentos.” (Salmo 118,165-166).

Disse o Papa Bento XVI: “Os Mandamentos, se são vistos em profundidade, são o meio que o Senhor nos dá para defender nossa liberdade tanto dos condicionamentos internos das paixões como dos abusos externos dos mal intencionados. Os «não» dos mandamentos são outros tantos «sim» ao crescimento de uma autêntica liberdade”.

O Papa disse também: “O homem moderno não compreende os Mandamentos; toma-os por proibições arbitrárias de Deus, por limites postos à sua liberdade. Mas os Mandamentos de Deus são uma manifestação de seu amor e de sua solicitude paterna pelo homem. «Cuida de praticar o que te fará feliz” (Deuteronômio 6,3; 30,15s): este, e não outro, é o objetivo dos mandamentos”.

Seja de Jesus a última palavra: “Quem acolhe e observa os meus Mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (João 14,21). Não poderia haver recompensa maior para quem procura ser fiel à vontade de Deus.

Dom Hilário Moser, SDB

Confira os Artigos de Dom Hilário Moser – AQUI.

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Email