Exortação Apostólica Pós Sinodal é dirigida aos Jovens e a todo povo de Deus

Exortação Apostólica Pós Sinodal é dirigida aos Jovens e a todo povo de Deus

“Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!”.

Assim começa a Exortação Apostólica pós-sinodal “Christus vivit” de Francisco, assinada em 25 de março, na Santa Casa de Loreto e dirigida “aos jovens e a todo o povo de Deus”. No documento, composto por nove capítulos divididos em 299 parágrafos, o Papa explica que se deixou  “inspirar pela riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo dos jovens”, celebrado no Vaticano em outubro de 2018.

Confira as palavras-chave do documento:

Primeiro capítulo «Que diz a Palavra de Deus sobre os jovens?»

Francisco recorda que «numa época em que os jovens contavam pouco, alguns textos mostram que Deus vê com olhos diferentes» (6)

Segundo capítulo: «Jesus Cristo sempre jovem»

O Papa aborda o tema dos primeiros anos de Jesus e recorda a narração evangélica que descreve o Nazareno «em plena adolescência, quando regressou para Nazaré com seus pais, depois que estes O perderam e reencontraram no Templo»

Terceiro capítulo: «Vós sois o agora de Deus»

Não podemos limitar-nos a dizer, afirma Francisco, que «os jovens são o futuro do mundo: são o presente, estão a enriquecê-lo com a sua contribuição» (64). Por isso é preciso escutá-los mesmo se «prevalece a tendência de fornecer respostas pré-fabricadas e receitas prontas, sem deixar assomar as perguntas juvenis na sua novidade e captar a sua interpelação» (65).

Quarto capítulo: «O grande anúncio para todos os jovens»
A todos os jovens o Papa anuncia três grandes verdades. Um «Deus que é amor» e, portanto « Deus ama-te. Nunca duvides disto» (112).
A segunda verdade é que «Cristo salva-te». « Nunca esqueças que «Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros» (119). A terceira verdade é que «Ele vive!». «É preciso recordá-lo… porque corremos o risco de tomar Jesus Cristo apenas como um bom exemplo do passado, como uma recordação, como Alguém que nos salvou há dois mil anos. De nada nos aproveitaria isto: deixava-nos como antes, não nos libertaria» (124).

Quinto capítulo: «Percursos de juventude»

O amor de Deus e a nossa relação com Cristo vivo não nos impedem de sonhar, não nos pedem para restringir os nossos horizontes. Pelo contrário, esse amor instiga-nos, estimula-nos, lança-nos para uma vida melhor e mais bela. A palavra «inquietude» resume muitas das aspirações do coração dos jovens» (138).

Sexto capítulo: «Jovens com raízes»

Francisco diz que lhe faz mal «ver que alguns propõem aos jovens construir um futuro sem raízes, como se o mundo começasse agora» (179). Se uma pessoa «vos fizer uma proposta dizendo para ignorardes a história, não aproveitardes da experiência dos mais velhos, desprezardes todo o passado olhando apenas para o futuro que essa pessoa vos oferece, não será uma forma fácil de vos atrair para a sua proposta a fim de fazerdes apenas o que ela diz? Aquela pessoa precisa de vós vazios, desenraizados, desconfiados de tudo, para vos fiardes apenas nas suas promessas e vos submeterdes aos seus planos. Assim procedem as ideologias de variadas cores, que destroem (ou desconstroem) tudo o que for diferente, podendo assim reinar sem oposições.» (181).

Sétimo capítulo: «A pastoral dos jovens»

O Papa explica que a pastoral juvenil foi abalroada pelas mudanças sociais e culturais e os jovens não encontram resposta para as suas inquietudes, necessidades, problemas e feridas» (202). Os próprios jovens «são agentes da pastoral juvenil, acompanhados e orientados, mas livres para encontrar caminhos sempre novos, com criatividade e ousadia». Por conseguinte, «precisa colocar em campo a sagacidade, o engenho e o conhecimento que os próprios jovens têm da sensibilidade, linguagem e problemáticas dos outros jovens» (203).

Oitavo capítulo: «A vocação»
«O ponto fundamental é discernir e descobrir que aquilo que Jesus quer de cada jovem é, antes de tudo, a sua amizade» (250). A vocação missionária tem a ver com o nosso serviço aos outros. «Com efeito, a nossa vida na terra atinge a sua plenitude, quando se transforma em oferta» (254). «Para realizar a própria vocação, é necessário desenvolver-se, fazer germinar e crescer tudo aquilo que uma pessoa é. Não se trata de inventar-se, criar-se a si mesmo do nada, mas descobrir-se a si mesmo à luz de Deus e fazer florescer o próprio ser» (257). E este “ser para os outros” na vida de cada jovem está relacionado com duas questões fundamentais: a formação duma nova família e o trabalho» (258).

Nono capítulo: «O discernimento»

O Papa recorda que «sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião» (279). «Uma expressão do discernimento é o esforço por reconhecer a própria vocação. É uma tarefa que requer espaços de solidão e silêncio, porque se trata duma decisão muito pessoal que mais ninguém pode tomar no nosso lugar» (283). «O dom da vocação será, sem dúvida, um dom exigente. Os dons de Deus são interativos e, para os desfrutar, é preciso pôr-me em campo, arriscar» (289).

A exortação se conclui com «um desejo» do Papa Francisco: «Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre… A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé… E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de esperar por nós» (299).

*Por Dom Nelson Francelino, bispo de Valença (RJ), bispo referencial da juventude Regional Leste 1 e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (CEPJ) da CNBB.

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