Entrevista com Padre Jefferson

Entrevista com Padre Jefferson

Padre Jefferson, membro da Comissão da JMJ 2013 conta um pouco sobre o esporte e o Bote Fé na Vida:

– Como começou sua vida esportiva?  

Fui criado com meus pais fazendo esportes. Desde pequeno, tinha costume de acompanhá-los nas corridas rústicas e maratonas. Do atletismo passei para a natação e depois para o karatê. Posteriormente passei para a musculação. Não assumia como um esporte em minha juventude, mas não largava de minha bicicleta. 

– Como é ser pastor e ao mesmo tempo não esquecer da saúde?

Penso que o pastor deve sempre cuidar de suas ovelhas. Mas, ao mesmo tempo, este cuidado deve ser refletivo sobre si mesmo para que tenha as forças necessárias para continuar servindo ao seu rebanho. Já passei por períodos de sedentarismo e de prática de esportes. Minha opção é seguir as raízes familiares e continuar cuidando da saúde.

– De que forma a saúde física e espiritual estão ligadas?

Talvez seja engraçado dizer, mas grandes inspirações me foram dadas na academia correndo na esteira. Penso que, se o corpo está seguindo seu curso de maneira saudável, isto acaba interferindo positivamente à nossa vida espiritual. Isso é a multiplicação da vida dentro de si mesmo!

– Como foi a preparação para o Bote Fé na Vida no estado do Rio de Janeiro?

Foi uma grande aventura! Mas, graças a Deus e o apoio de muitos, fomos aos poucos alcançando o volume de mídias, envolvendo as pessoas, cativando evangélicos e pessoas que, distantes de nossa igreja, se apaixonaram pelo projeto.  

– Quantos inscritos esperam na corrida?

Em todo o estado, espera-se 28.000 participantes. Só em Copacabana esperamos a interação de 10.000 pessoas. O objetivo não é a competição e sim a inclusão de todos na dinâmica da JMJ RIO2013. Nosso setor Pré-Jornada quer cada vez mais envolver as pessoas neste momento especialíssimo que já estamos vivendo. Esta estratégia de fazer isto pelo esporte tem sido uma experiência que com certeza vai deixar um bom legado. O primeiro deles é justamente o fortalecimento da pastoral dos esportes já existente em muitas dioceses.

– Vemos muitos padres, religiosos, religiosos (e bispos) bem acima do peso. Ao que se deve a falta de exercício e cuidado com a saúde no meio do clero?

Com certeza por causa do ritmo de vida. Parece que não, mas temos uma vida muito estressante. Não é fácil ser um religioso nos tempos de hoje. E, diante de tantos sofrimentos e da urgência do ser humano para encontrar-se com Deus, os seus servos muitas vezes esquecem-se de si mesmos para dar o melhor ao próximo. Os pais sabem muito bem do que estou falando. Mas, diante desta cena, lembro-me da passagem que diz: “existe um tempo para cada coisa debaixo do céu”. (Ecl 3,1) Sei também que, muitas vezes, pelo ritmo acelerado, nós religiosos, carecemos de acompanhamentos e vamos deixando sempre para depois . Ir a um especialista muitas vezes se torna realidade apenas quando o tema passa do terapêutico para o patológico. O papel do leigo aqui é fundamental: cuidar de seus pastores também através do incentivo à qualidade de vida.

– Acha que esse tipo de evangelização ajuda a trazer mais jovens para a igreja? 

Com certeza! Vemos muitos projetos que inovam a metodologia evangelizadora. É muito bom quando tratamos o ser humano de uma forma integral. Por isso, os esportes não podem ser esquecidos.

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