Um convite do Papa Francisco para sermos protetores da vida: Encíclica “Laudato Si”

Um convite do Papa Francisco para sermos protetores da vida: Encíclica “Laudato Si”

Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras. Cântico das Criaturas
São Francisco de Assis

Para você o que é Natureza?

Muitas vezes respondemos: o campo, os rios, as flores, as florestas, o mar, os animais…

Enfim, a natureza muitas vezes é vista como um local ou seres distantes, preservados do contato humano. Como um contraponto a cidade e ao homem. Porém precisamos urgentemente rever esta mentalidade. O “bicho” homem também é natureza! Faz parte dela!

Esta ideia é chave para entendermos a encíclica “Laudato Si”, apresentada ao mundo no dia 18 de Junho. A encíclica papal é uma carta dirigida a toda família humana e não apenas a nós católicos. Porém destaca nosso compromisso como cristãos a partir de várias argumentações que derivam da própria bíblia, a fim de dar maior coerência ao nosso compromisso com o meio ambiente.

A mensagem do Papa nos traz o apelo de proteger a nossa casa comum: a Terra! Para tal, Francisco discorre sobre os ecossistemas, a interdependência entre os seres vivos. Esta noção dos ciclos naturais nos faz entender que tudo está interligado.

Seu convite nos desafia a procurarmos respostas diferentes para os modelos econômicos predadores que convivemos. Rever a noção de progresso a qualquer custo, ao consumismo e a cultura do descarte que pressionam a criação divina. Pois precisamos compreender que a água, os minérios, as florestas, devem ser vistos não mais como “recursos”, mas sim como “bens” naturais. Bens de todos. Inclusive das gerações futuras!

O Papa nos chama a atenção para a fragilidade do planeta, que impacta principalmente os mais pobres. São eles os primeiros a sentir os efeitos da destruição de nossa casa. O aquecimento global causado pelo enorme consumo dos países ricos tem repercussões nos lugares mais pobres da terra, especialmente na África, onde o aumento da temperatura, juntamente com a seca, tem efeitos desastrosos nos cultivos agrícolas. As crianças e idosos são também menos protegidos. Um exemplo disso é a poluição do ar, que nos meses com menos chuva aumenta consideravelmente o atendimento deste público na rede de saúde.

Ao abordar o cuidado com a Terra, o Papa também nos convida a estar atentos as nossas relações pessoais uns com os outros. O diálogo e o encontro não podem ser substituídos apenas pela comunicação digital, que podem impedir as riquezas da experiência pessoal. Aliás qual o verdadeiro impacto das tecnologias? Estão a serviço do bem estar humano? Estão a serviço de uma igualdade planetária? Ou apenas a serviço do acúmulo financeiro das grandes corporações?

Quais as responsabilidades do poder público, das políticas locais e internacionais para o cuidado com nosso ambiente? A encíclica “Laudato Si” antes de ser uma encíclica “verde” é uma encíclica que se insere no ensino social da Igreja e, portanto, deixa claro a necessidade que estes debates ocorram de forma sincera e honesta, não se esquecendo dos menos protegidos. Cuidar do meio ambiente é cuidar dos mais fragilizados. Cuidar da Terra é cuidar é nós mesmos. Não podemos mais ignorar estas verdades. Afinal, disto depende a nossa própria sobrevivência.

Luciano Rodolfo de Moura Machado
Educador Ambiental – Diocese de São José dos Campos

Confira a apresentação “Qualidade das Águas – Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul” da palestra do prof. Luciano proferida durante o encontro de assessores de juventude (Aparecida, de 20 a 22/09/15)

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