Como escolher um bom candidato

Como escolher um bom candidato

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Falta menos de um mês para escolhermos quem ficará à frente do Executivo no Palácio do Planalto e nos estados e também quem ocupará o plenário da Câmara dos Deputados, do Senado e das assembleias legislativas estaduais. Somos 142,8 milhões de eleitores, sendo 56,3 milhões (39% do total) só entre jovens de 16 a 34 anos, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo com a proximidade do dia de ir à urna, há muitas pessoas indecisas. Em quem votar? Quais ideias apoiar? Em qual partido depositar a confiança? Como escolher um bom candidato?

Para o jovem militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Eric Moura, 25 anos, é essencial conhecer o passado e o presente do candidato na hora de fazer a escolha. “Procuro saber se ele nunca se envolveu em corrupção, de qual partido ele é, o que partido dele defende, e acompanho também na Internet e na TV os programas eleitorais”, afirma o jovem que é administrador e mora em Manaus, capital do Amazonas. Só com acompanhamento, avalia Eric, é possível colocar gente honesta e com boas intenções na política.

Na hora da escolha, ele leva em conta, além de o candidato ser ficha limpa (saiba mais sobre a Lei da Ficha Limpa), não comprar votos e apoiar as manifestações da juventude na luta por direitos humanos e qualidade de vida.

Para o coordenador estadual do Ministério de Fé e Política da Renovação Carismática Católica (RCC) do Paraná, Reinaldo Batista, 33 anos, o mais importante é saber se o candidato em suas propostas e em sua vida, defende a vida, respeita a constituição e a dignidade da pessoa humana. “Saber se ele está propondo uma política que favoreça o bem comum, e não seus próprios interesses ou de um pequeno grupo.” De acordo com Reinaldo, é importante analisar pontos como o plano de governo, a coerência sobre o que promete e o que faz, o testemunho de vida pública e as propostas, caso não tenha sido ainda candidato.

Para Felix Siriani, 28 anos, de Americana (SP), a escolha é feita a partir das propostas apresentadas pelos candidatos e partidos, “sempre buscando compreender, ao máximo, o que é possível cada candidato realizar e o que compete a eles”. Felix, membro da Juventude Salesiana, busca o candidato que se aproxima dos mais pobres e apresenta projetos justos e que buscam a igualdade social.

Orientações

Pensando em ajudar jovens como Eric, Reinaldo e Felix, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o “Desafio diante das eleições 2014”, para orientar os católicos a discernir nesse momento tão importante dentro do processo democrático nacional (Você pode conferir o documento na íntegra aqui).

Entre outras orientações, a CNBB fala da importância de acompanhar o processo eleitoral conhecendo a história dos candidatos, em especial, de quem financiou a campanha deles. “O eleitor consciente deve conhecer o passado de seu candidato e averiguar se seu discurso e a prática por ele apresentados se conformam aos valores da ética e do bem comum. É preciso também exercer a missão profética de todo cristão e manter uma atitude de fiscalização e vigilância”, afirma o documento.

O site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza um sistema para conhecer os doadores das campanhas dos candidatos e dos partidos (Confira aqui).

Acompanhamento

Muita gente acha que, após as eleições, a ação do cidadão acaba, que não há mais o que fazer. Porém, depois de eleito o candidato, chega um dos momentos mais importantes do processo político: acompanhar a execução dos planos de governo e promessas de campanha – conferir de perto como os eleitos estão honrando os votos recebidos em seu mandato.

Para Eric Moura, da PJMP, acompanhar o mandato de quem você ajudou a eleger é tão ou mais importante do que votar. “Você precisa saber o que o político está defendendo, de que forma está voltando. Se ele defende os interesses da população ou não. Para isso, as redes sociais, sites e jornais são muito importantes”, afirmou.

Já Reinaldo busca acompanhar os mandatos locais, como de vereador e prefeito, em audiências públicas e reuniões. Para os cargos do Executivo e Legislativo federal e estadual, ele busca ficar atento às decisões que estão sendo tomadas.

O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, lembra que o voto não é o único passo a ser dado pelos cidadãos. “É preciso que, como cristãos, continuemos a contribuir para que haja um diálogo que aponte as mudanças necessárias na consolidação de uma cidadania inclusiva”, afirmou. Segundo ele, é necessário acompanhar, com rigor, o trabalho dos eleitos, monitorando suas ações, projetos e gastos e exigindo que exercitem a representação que receberam.

Formação juvenil

Para o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Eduardo Pinheiro, o cristão deve estar atento para votar em pessoas comprometidas com a defesa da vida de todos os cidadãos, desde a sua concepção natural. Ele ressalta a importância da participação dos jovens nos debates para formação política. “Desde a adolescência, é importante auxiliá-los na percepção dos problemas sócio-econômico-culturais, na sensibilidade diante do sofrimento do próximo, no amadurecimento do exercício de sua cidadania.”

O documento da CNBB vai na mesma linha para reforçar a participação juvenil na comunidade e na sociedade. “Essa pedagogia do engajamento na comunidade deve, por sua vez, motivar um envolvimento real dos jovens na construção de uma sociedade mais justa, impulsionando-os a uma participação mais efetiva nas decisões políticas”, diz o documento.

Vídeos

Também vale a pena conhecer a série “Eleições 2014 – Voto no Brasil”, com seis vídeos que falam do processo político a partir da visão de um jovem, interpelado em diversas situações cotidianas e convidado a agir nos espaços sociais que integra. Saiba mais sobre a série clicando aqui.

Por Tiago Miranda

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