Totus Tuus

Totus Tuus

Percorramos alguns trechos do escrito. Assim escreveu o Pontífice: “…no período em que ia-se configurando a minha vocação sacerdotal (…), meu modo de compreender o culto da mãe de Deus sofreu certa alteração. Estava já convencido de que Maria nos conduz a Cristo, mas, nesse período, comecei a compreender que também Cristo nos conduz a sua mãe.

Houve um tempo em que, de certa forma, pus em discussão o meu culto por Maria… Foi então que veio em minha ajuda o livro de São Luiz Maria Grignon de Montfort, o ‘Tratado da Verdadeira devoção à Virgem Santa’. Nele encontrei a resposta às minhas perplexidades. Sim, Maria aproxima-nos de Cristo, conduz-nos a ele, com a condição de que se viva o seu mistério em Cristo” (Dom e Mistério, Paulinas 1997, pp. 37-38). Na continuação o Papa trata especialmente do lema “Totus Tuus”, que foi retirado do n. 233 do Tratado de Montfort, quando ele ensina um modo simples de renovar nossa total dependência de Jesus (chamada também de “escravidão de amor”) por meio de Maria com as seguintes palavras: “ Totus Tuus ego sum, et omnia mea tua sunt – Sou todo vosso e tudo o que tenho vos pertence, ó meu amável Jesus, por Maria, vossa Mãe Santíssima”.

O Papa Beato faz também um forte elogio a São Luiz, chamando-o de “teólogo de classe”, muito embora condicionado a linguagem do seu tempo, o que obviamente deve ser adaptada para nossos dias, e acrescenta: “Assim, graças a São Luiz, comecei a descobrir todos os tesouros da devoção mariana, a partir de um ângulo, de certa forma, novo” (Dom e Mistério, p.39).

Tenho conhecimento que muitos católicos aproveitam o mês de maio par ler o Tradado da Verdadeira devoção, mesmo sob críticas de alguns doutos, que se obstinam em subestimar ou menosprezar a devoção à Santíssima Virgem. Em nossa Arquidiocese [de Natal] temos a graça de ver uma Comunidade com o carisma montfortino, a Fraternidade Discípulos da  Mãe de Deus, além de tantos outros grupos e devotos, que difundem o carisma da Verdadeira devoção. Todos eles devem seguir firmes na vocação, pois têm a autoridade e o exemplo de um grande Papa para lhes respaldar, devendo apenas ter o cuidado do justo equilíbrio na linguagem empregada, que não pode ser a mesma do época de S. Luiz, como também recorda o Papa. De resto, creio que, a vida de cada um de nós, especialmente dos sacerdotes, poderia ser muito mais autêntica e fecunda se, em vez de tantas sujeições/escravidões fúteis e maléficas, nossa dependência fosse inteira de Jesus através do caminho perfeito e seguro da pura e santa devoção a Maria, Mãe da Igreja.

Padre José Lenilson de Morais

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