Setor Juventude da Diocese de Santo André promove Simpósio Diocesano

Setor Juventude da Diocese de Santo André promove Simpósio Diocesano

“O meu sonho é maior: eu espero que um milhão de jovens, mais ainda, que uma geração inteira, seja, para os seus contemporâneos, uma doutrina social em marcha”. Com estas palavras, o Papa Francisco nos apresentou, durante a Jornada Mundial da Juventude da Polônia, o DOCAT, a Doutrina Social da Igreja em sua forma jovem, para que a juventude, já conhecendo os conteúdos da fé, através do YOUCAT, saiba também como agir no mundo e transformar a realidade em que vive.

Atendendo a este apelo do Santo Padre, o Setor Juventude da Diocese de Santo André preparou um Simpósio Diocesano de Doutrina Social da Igreja, realizado no último dia 15 de outubro, no Externato Santo Antônio, em São Caetano do Sul.

Iniciando o evento, Dom Pedro Carlos Cipolini presidiu a Eucaristia para todos os presentes e, em sua homilia, lançou algumas bases sobre o tema do encontro: “A Doutrina Social está fundamentada na Palavra de Deus”. Além disso, inspirado pelo Evangelho dominical, exortou os jovens a seguirem um outro caminho, ouvindo sempre o convite de Deus. Ao final da celebração, destacou o seu apoio aos jovens, depositando a sua confiança de um mundo melhor pela atuação consciente de cada um deles: “Vocês são um sinal de esperança para a Diocese”, disse, ao enviá-los para as atividades seguintes.

Abrindo a primeira mesa do simpósio, o prof. Alex Villas Boas (PUC/ PR) falou da relação entre a Igreja e a Sociedade, trazendo exemplos da história e demonstrando como esta relação sempre esteve presente. Com isso, ele mostrou que a construção de uma doutrina social se fez necessária para que a sociedade percebesse suas limitações e que não pode desprezar a vida humana.

Uma mudança nesse diálogo foi o Concílio Vaticano II, onde a Igreja mostrou, mais uma vez e de modo mais claro, que partilha das alegrias e tristezas deste mundo; apesar de sua fundação divina, ela deve caminhar neste mundo e expressar as suas ideias de promoção da vida humana. Por fim, chegando ao Papa Francisco, o professor demonstrou que a Igreja caminha para promover uma reconciliação social, onde todos tenham a dignidade humana garantida: “entre as periferias existenciais, as sociais são as mais dramáticas”, concluiu Villas Boas.

Em um segundo momento de reflexão, a prof. Nadir Aparecida da Paróquia São Camilo de Lélis, Região Pastoral Santo André Utinga, foi a responsável de contextualizar a Doutrina Social da Igreja. “O bem comum é o centro da dignidade humana e são os leigos que devem desempenhar as funções políticas”, destacou a professora, citando o Catecismo da Igreja Católica. Ao contrário do que muitos pensam, a Doutrina Social não é um volume fechado, mas sim a reunião de cartas, encíclicas e documentos do magistério que tratam sobre as problemáticas do trabalho, da liberdade humana, da bioética, entre outros assuntos.

O documento marco deste olhar da Igreja à sociedade é a Rerum Novarum, encíclica promulgada em 1891 pelo Papa Leão XIII, que tratava, sobretudo, das condições dos operários da época, buscando uma ordem social justa. Os documentos estendem-se até os dias atuais, especialmente, através do documento Laudato Si, escrito pelo Papa Francisco, falando sobre o cuidado com a Casa Comum, sobre a conservação da vida humana e também da ecologia.

Na terceira e última mesa do dia, Pe. Guilherme Melo Sanches, presbítero da Diocese e secretário episcopal, foi o responsável pela partilha. Ele mostrou à juventude que, juntos, podem fazer a diferença, apoiando parte de sua fala no Sínodo Diocesano que estamos vivendo. O padre destacou como o jovem deve preparar-se para enfrentar as dificuldades atuais: “Um dos perigos que vivemos hoje é o da superficialidade; devemos nos formar para saber responder aos desafios propostos”, afirmou o sacerdote.

A unidade da Igreja se dá por diversas formas: através dos sacramentos, da Palavra de Deus e da sinodalidade e estas expressões da comunhão eclesial não estão dissociadas do mundo, sendo um sinal de esperança para mudar a sociedade. Se “basta um só homem para reformar todo um povo”, como afirma São João Crisóstomo, quanto mais uma juventude, atenta à sociedade em que vive, não fará para evangelizar e espalhar Cristo em todos os lugares, através de suas atitudes?

Além de formação, o dia também contou com três apresentações. A Comunidade Católica Shalom exibiu um trecho da peça “O Canto das Írias”, demonstrando a importância da vida humana para Cristo, que nos ama mesmo com nossos erros e nos chama a um caminho novo. A banda Querigma, da Paróquia Santa Luzia de São Bernardo do Campo animou os jovens, e concluindo as apresentações, jovens da Paróquia São Bento, de São Caetano do Sul, realizaram uma homenagem para Nossa Senhora Aparecida através da dança.

Finalizando o dia, os jovens foram divididos em grupos, onde responderam algumas perguntas, refletindo como deve ser a atuação de seus grupos e como colocar em prática tudo aquilo que foi exposto durante o dia.

Fazemos um agradecimento especial à professora Alessandra, que foi a apresentadora do simpósio e é a responsável pelas aulas do DOCAT na Diocese, e aos demais professores palestrantes; ao Vice-assessor do Setor Juventude, o seminarista José Aparecido e aos representantes do Setor Juventude, que estavam presentes nas mesas do simpósio e trabalharam para a realização do mesmo; e a cada jovem que acolheu o convite e esteve conosco neste grande momento.

Texto e informações: Seminarista Diocesano Gustavo Laureano

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Email