Separados por 10 mil quilômetros, unidos por uma JMJ

Separados por 10 mil quilômetros, unidos por uma JMJ

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Meu nome é Patrícia Paiva, cresci numa favela do Rio de Janeiro e desde sempre minha mãe se preocupou com a minha educação e do meu irmão, visto que muitos jovens se envolviam com o tráfico de drogas e seus destinos estavam fadados à prisão ou à morte prematura.

Havia uma capela perto da minha casa e foi lá que começou a minha caminhada de fé. Fiz primeira comunhão, recebi a crisma, participei de grupos jovens e, mais tarde, quando já morava em outro bairro, comecei a frequentar os encontros da Renovação Carismática Católica e participar das atividades na paróquia local.

O mais curioso é que em todo esse tempo nunca soube sobre a existência da Jornada Mundial da Juventude. Apenas em 2011 vi a notícia de que o Rio de Janeiro sediaria a JMJ seguinte, mas não tinha ideia sobre o que aquilo representava.

Algumas semanas antes da JMJ meu pároco foi informado de que a nossa paróquia fora escolhida para receber a Catequese para o grupo polonês e convidou toda a comunidade para ajudar na recepção, para que tudo corresse bem durante aqueles dias.

Por saber falar inglês, fui escolhida para ajudar com traduções. Eu nunca imaginaria o que estava por vir. Fiz várias amizades com o grupo da Polônia e me alegrei com eles quando o Papa anunciou a próxima JMJ em Cracóvia.

Aquela semana contribuiu para renovar a minha fé de uma forma como nunca imaginei antes. Não podia acreditar que passei tantos anos da minha vida sem saber sobre um evento da Igreja tão importante quanto esse. Só então realmente percebi a grandeza da nossa Igreja Católica e passei a ter mais orgulho da minha fé.

Entre os poloneses que conheci, havia um rapaz de Varsóvia que chamou minha atenção por sua alegria contagiante e jeito simples de ver a vida. Conversamos por horas no último dia da Jornada e antes do grupo partir trocamos contatos para seguir conversando pelas redes sociais. Eu ainda não sabia, mas aquele era o início de uma linda história de amor.

Passamos a nos falar frequentemente pelo Skype e em novembro do mesmo ano ele retornou ao Brasil e me pediu em namoro. Não sabíamos como seria, mas tínhamos a certeza de que Deus quis promover esse encontro para unir dois jovens corações que já haviam sofrido muitas decepções. Ele recebeu uma proposta de emprego e mudou-se para Cracóvia, o que me deixou muito feliz por ser a cidade-sede da próxima JMJ e a qual eu visitei pela primeira vez em dezembro de 2013 e me apaixonei instantaneamente.

Contudo, em 2 de janeiro de 2015, algo inesperado aconteceu. Sofri uma parada cardíaca e fui internada no CTI. Fiquei em coma induzido e no quarto dia, quando despertei, soube que o meu namorado estava lá no hospital para me ver. Depois de uma semana, ele voltou para Cracóvia e retornou ao Rio em fevereiro para passar férias. Eu continuava no hospital e fiz uma cirurgia no dia 13 de fevereiro para implantação de um cardioversor desfibrilador implantável.

Poucos dias antes da cirurgia ele foi ao hospital e me pediu em casamento. Não posso descrever tamanha felicidade. Depois que me recuperei, decidimos que moraríamos em Cracóvia até a Jornada Mundial da Juventude e depois deixaríamos que Deus nos guiasse. Nesse período fui aceita como voluntária internacional no Comitê Organizador Local da JMJ Cracóvia 2016 e desde maio de 2015 colaboro no Departamento de Comunicação.

Expresso toda a minha gratidão a Deus por essa segunda vida, já tão maravilhosa. E pelo Piotr, meu noivo, que como por uma inspiração divina, decidiu ir para a JMJ Rio 2013 apenas a 4 meses do evento. Nosso casamento está marcado para o dia 27 de novembro de 2015, que não por acaso, é o dia de Nossa Senhora das Graças, com quem eu tive uma visão durante o tempo em que estava internada, e que com certeza está constantemente intercedendo por nós.

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