Qual a ligação de Carlo Acutis com o Brasil?

Qual a ligação de Carlo Acutis com o Brasil?

Ele morreu com apenas 15 anos, de uma leucemia fulminante. Breves anos sobre a terra, mas vividos com uma intensidade espiritual admirável, a ponto de indicar com convicção: “Nossa meta deve ser o infinito, não o finito. O infinito é nossa Pátria. Sempre nos esperam no Céu“. O Papa Francisco, na Exortação post-sinodal, citou o Venerável Carlo Acutis como exemplo para os jovens, também pelo bom uso que fazia das novas tecnologias em favor da evangelização.

Amor pela Eucaristia

Nascido em Londres, este jovem italiano, que passou boa parte de sua breve vida entre Milão e Assis, era um jovem “normal”com hábitos semelhantes aos seus parescom a diferença que na sua agenda, havia um encontro com Jesus na Eucaristia, na Santa Missa, que costumava frequentar diariamente. Isso desde sua Primeira Comunhão, como nos conta Irmã Francisca Erineuda Firmino Bento, das Irmãs Missionárias Capuchinhas, que têm sua casa ao lado da Igreja de Santa Maria Maior, em Assis, onde está o corpo de Carlo.

“Para quem não sabe, quem era Carlo Acutis? Carlo Acutis era um jovem. O que este jovem fez de extraordinário na vida? A única coisa que ele fez na vida foi ser apaixonado por Jesus Eucarístico. Um jovem que faz a Primeira Eucaristia com sete anos de idade, e que depois de sua Primeira Eucaristia tinha este grande desejo de comungar diariamente o Corpo de Cristo. Então nós temos um jovem normal, como qualquer outro, que estava com os amigos, que viajava, que jogava bola, que andava de bicicleta, que estava sempre com o computador, mas ele tinha, como diz seu agendamento diário com Jesus Eucarístico. Então ele era um jovem de Milão, e com 15 anos de idade foi descoberta esta doença, a leucemia, então  teve uma leucemia fulminante, que depois da descoberta durou menos de dois meses. Então ele, a família tinham condições financeiras, então ele vinha muito para Assis, porque a família tinha uma casa em Assis. Então aqui era a Paróquia de Carlo, então ele vinha muito nesta paróquia todos os dias participar da Missa.”

Santo da internet?

Sua paixão por Jesus Eucarístico, aliada à facilidade com que se movimentava nas modernas tecnologias, fez com que organizasse uma exposição na internet dos Milagres Eucarísticos. Queria compartilhar com o maior número possível de pessoas a riqueza que havia descoberto:

“O desejo de Carlo, ele por ser muito inteligente, muito inteligente também como engenheiro, na informática. E se ele for santo, ele vai ser o santo da internet, porque ele queria que todas as pessoas do mundo fossem apaixonadas por Jesus Eucarístico. Então o que ele fez? Ele fez uma mostra de Milagres Eucarísticos através da internet, porque ele queria que qualquer jovem, qualquer pessoa que estivesse ali no computador, de improviso pudesse até encontrar Jesus ali. … E ele não entendia. Ele dizia: “Eu não entendo que os nosso estádios de futebol existem filas quilométricas de pessoas, nos shows tem filas quilométricas de pessoas, e onde nós devemos ter filas quilométicas não temos, que é nas igrejas para adorar Jesus. É este sinal que realmente eu acredito muito que o mundo precisava, o mundo gritava por um testemunho de jovens, porque nós pensamos que santo é só padre, freira, mas não, nós somos chamados a ser santos. E para a a santidade o que vai fazer a diferença são os nossos atos. Então nós somos convidados a rezar por esta beatificação.”

Atenção aos mais necessitados

Sua intimidade com Jesus, revelava-se também na proximidade e abertura aos outros, especialmente aos mais necessitados, sem nenhuma distinção de raça ou religião. Um emigrado que trabalhava em sua casa, proveniente das Ilhas Maurício, diz que se converteu pelo exemplo de Carlos, mais do que por suas palavras:

“E podemos dizer também, ele foi este sal da terra, né, porque quando fazemos uma comida, quando não tem sal, a comida não é boa. Ou então quando tem sal demais, ela também não é boa. Mas o interessante é que o sal não se vê. Ele é transparente. E ele foi este sal, que mesmo diante da sua classe social, ele não esqueceu dos pobres. Ele saía, levava comida para os pobres que estavam na rua, dava às vezes o próprio sapato quando tinha algum que não tinha, que estava descalço, ajudava muito. Só que ele fazia estas coisas e ninguém sabia. A família não sabia. Quando ele morreu, no dia do seu velório, tinha tantos pobres, e a mãe se perguntou: “Por que tem tantos pobres?” E os pobres disseram: “Ele é nosso amigo, ele vinha nos visitar”. Então ele foi um pouco deste sal.”

Ligação com o Brasil

Seus restos mortais foram transladados para o Santuário do Despojamento em Assis, em 6 de abril do corrente, a pedido do arcebispo de Assis-Nocera Úmbria-Gualdo Tadino, Dom Domenico Sorrentino. A sede do episcopado fica ao lado da Igreja de Santa Maria Maior, que é cuidada pelas Missionárias Capuchinhas. Justamente ali, diante do túmulo de Carlo, Irmã Francisca nos fala de sua ligação com o Brasil:

“Ele morreu no dia de Nossa Senhora Aparecida, então a mãe tem muito carinho, a família tem muito carinho. A mãe diz assim: “Eu não entendo. Carlo nunca foi ao Brasil, mas tem esta ligação muito forte. Ele morreu no dia de Nossa Senhora Aparecida, está numa Paróquia em que o padre é brasileiro, se chama Carlo, tem as Irmãs capuchinhas brasileiras que estão cuidando do Carlo, e o milagre que está sendo avaliado é no Brasil”. Então ela diz assim: “Eu não entendo”. Então a gente pede que o nosso povo brasileiro, que é um povo fervoroso, nas nossas devoções, rezem pela beatificação deste jovem. Estamos pedindo que ele interceda pela nossa juventude no Brasil, que ele possa ajudar a salvar muitos jovens a sair das drogas, da violência, e que leve para Deus.”

por Vatican News

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