Portugal tem Fórum sobre os jovens, a fé e o futuro

Portugal tem Fórum sobre os jovens, a fé e o futuro

A propósito do Sínodo dos Bispos do passado mês de outubro, o Creu – Centro de Reflexão e Encontro Universitário, animado pelos jesuítas no Porto em Portugal, promoveu no sábado, dia 10 de novembro, um Fórum sobre os jovens, a fé e o futuro. Uma iniciativa que reuniu cerca de 300 jovens e que teve como objetivo fomentar uma larga e aberta reflexão sobre a Igreja, como salientou o diretor do Creu, padre Carlos Carneiro:

“O primeiro objetivo é suscitar um debate aberto, uma conversa franca sobre a juventude e todos os mundos que são tocados pela juventude: o mundo da família, o mundo da escola, o mundo dos amigos, o mundo da política, da arte, essas coisas todas que fazem parte dos mundos juvenis. Uma das vocações deste centro universitário não é apenas a de ser um centro de encontro, é também de ser de reflexão. E, portanto, reunimo-nos para pensar, para nos escutarmos, para ouvirmos, e neste caso para sabermos o que é que aconteceu durante o Sínodo da Juventude em Roma, quais foram as propostas apresentadas, quais foram os temas mais debatidos, quais foram os que ficaram esquecidos, quais foram aqueles que agora ficam como apelo para um trabalho de continuidade…”.

Esta iniciativa dos grupos de jovens animados pelos jesuítas no Porto teve um caráter transversal procurando reunir famílias, pré-universitários, universitários, profissionais, educadores e sacerdotes refletindo sobre o tema da juventude.

Sobre o Sínodo o padre Carlos Carneiro, sublinha a relevância do método e do estilo dos trabalhos desenvolvidos como sendo um bom exemplo para o futuro:

“Para muitos dos delegados do Sínodo, senhores cardeais, senhores bispos, os outros delegados e os próprios jovens, o método de trabalho de escuta, taco a taco, entre um jovenzinho vindo do fim do mundo e um senhor cardeal habituado, digamos assim, a um tipo de liderança, de repente verem-se num plano de quase igualdade a discutir as mesmas coisas, a refletir, a pensar, construindo um sentir da própria Igreja em relação a este mundo, de facto para alguns foi mesmo desconcertante. Não sei se houve resistências, mas de facto, este estilo de trabalho, de escuta, de resposta, de procura, eu acho que depois se vê, talvez numa parte do próprio documento, quando se faz um apelo enorme a uma atitude de discernimento, de acolhimento, de escuta profunda, de um trabalho que é de intercolaboração”.

Presente nesta iniciativa dos jesuítas no Porto o Provincial da Companhia de Jesus em Portugal, o padre José Frazão, que foi um dos oradores sublinhando a necessidade de tornar fecunda a escuta que a Igreja faz dos jovens:

“Aquilo que eu quis sublinhar aqui na minha apresentação foi este desejo que é louvável e é necessário da parte da Igreja, do atores pastorais, dos bispos, etc, de ouvirem. Creio que também é insuficiente se for uma recepção passiva do que possa vir da parte da juventude e depois não termos os meios, as práticas e a capacidade de iniciar e acompanhar processos que depois permitam tornar fecunda essa mesma escuta. No fundo creio que a escuta é só uma parte da operação de comunicação”.

Sobre a importância do espírito sinodal referido pelo Papa Francisco no final do Sínodo, o padre José Frazão afirma que esse “é o caminho que a Igreja precisa de fazer” na prática:

“Esse caminho sinodal é o caminho que a Igreja precisa de fazer. E para que o percorra, e o Vaticano II já vai há algumas décadas, mas para que o percorra é preciso querer percorre-lo. Não basta ter uma boa intenção de viver em sinodalidade, isto é, de fazer um caminho com outros, mas é necessária uma conversão que implique essa empatia de fundo, essa capacidade de distanciamento, e ao mesmo tempo, podermos deslocar-nos em conjunto. Eu creio que é esse o caminho que cabe fazer na prática”.

Por: Vatican News.

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