Papa Francisco: jovens estão virtualizados e devem “aterrissar” na realidade

Papa Francisco: jovens estão virtualizados e devem “aterrissar” na realidade

Os jovens estão virtualizados e perdem o contato humano; é necessário que “aterrissem no mundo real”. Esta é a ideia que o Papa Francisco compartilhou durante encontro com representantes da Diocese de Roma na última segunda-feira, dia 14 de maio, na Arquibasílica de São João de Latrão, a catedral da cidade eterna.

Quando o Vigário da Diocese de Roma, Dom Angelo Donati, perguntou ao Santo Padre quais impressões teve da reunião pré-sinodal com a participação dos jovens em março, Papa Francisco recordou a visita que fez dias antes na Scholas Ocurrentes com a participação de aproximadamente 50 jovens de diversos países, como Colômbia, Argentina, Moçambique, Brasil e Paraguai.

“Quando cheguei, fizeram barulho e eu me aproximei para cumprimentá-los. Poucos me deram a mão. A maioria ficou com o celular na mão, no alto, dizendo que queria uma selfie. Eu pensei: este é o mundo deles, o mundo real, e não o contato humano. Isto é grave. São jovens ‘virtualizados’. O mundo das comunicações virtuais é coisa boa, mas quando se torna alienante, te fazem esquecer de dar as mãos. Cumprimentam com os celulares. Eram felizes de me verem, de falarem comigo, mas a autenticidade deles demostravam assim. Devemos fazer os jovens aterrissarem no mundo real, tocarem a realidade, sem destruir, contudo, as coisas boas que traz o mundo virtual”, disse.

Papa Francisco ainda acrescentou que acredita que as obras de misericórdia e o contato com os mais velhos ajudam os jovens a sentirem o mundo real. “Fazer algo pelos outros porque isto os concretiza, os faz ‘aterrar’ no mundo real, entrar em um relacionamento social. Lembro-me de dizer, no ano passado, sobre o jovem ‘desenraizado’. Porque se você vive em um mundo virtual, você perde suas raízes. Os jovens devem encontrar suas raízes através do diálogo com os idosos. Um dos problemas mais difíceis na minha opinião hoje dos jovens é este: que eles são desenraizados. Eles têm que encontrar suas raízes, sem voltar atrás; eles têm que encontrá-las para continuar”, concluiu o pontífice.

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