Neste ano, no entanto, os brasileiros estão mais por dentro da Jornada. Já há mais de nove mil inscritos de norte a sul do país. E como essa moçada está arrumando grana? Cada um se vira como pode, fazendo todo tipo de sacrifícios. Alguns desistem de fazer outras coisas, abrem mão de determinados bens, em troca da alegria de participar da JMJ.  Outras empenham seu tempo em atividades para arrecadar recursos, e há aqueles também que, humildemente, buscam ajuda. E fazer esses sacrifícios faz parte da peregrinação.

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O que leva o jovem a superar todas as dificuldades e se prontificar a viajar para uma terra estranha? O assessor do Setor Juventude da Arquidiocese de Brasília, padre João Firmino, explica:

– O jovem gosta e acredita nos desafios que a vida propõe e a proposta da JMJ é um grande desafio. É um despojamento pessoal na aquisição de recursos, que leva à confiança na providência divina e não só nos próprios meios. Leva ao crescimento na fé.

Juntando grana

Para arrecadar recursos, o grupo do Santuário São Francisco de Brasília, composto por mais de cem pessoas, faz todos os domingos, depois das missas, barraquinhas de cachorros-quentes, sempre muito apreciados pelos paroquianos.

– A sensação de participar dos eventos de arrecadação é maravilhosa. Pude conhecer algumas pessoas que vão viajar comigo e fazer amizade com elas. Foi uma experiência divertida e muito gratificante, pois o objetivo da arrecadação é uma motivação a mais. A receptividade dos paroquianos me impressionou. Muitas pessoas compraram só para ajudar o grupo – conta a brasiliense Maria Cristina Costa, que está ansiosa para ir a Madri.

Em todas as regiões do país, cada grupo dá seu jeitinho, fazendo barracas com deliciosas guloseimas: galinhada, churrasquinho, feijoada, tortas. Os produtos geralmente são doados, os pais e mães ajudam na preparação e os jovens se encarregam da venda. O lucro obtido é dividido igualmente entre os participantes do grupo.

Montar barraquinhas, porém, não é a única atividade em que os jovens buscam arrecadar dinheiro. Muitas pessoas vendem rifas, fazem e comercializam artesanato, vendem objetos nos semáforos, pedem doações.

– Nestas horas os jovens colocam toda criatividade para trabalhar! Estamos rifando uma câmera digital, estamos batendo de porta em porta pedindo doação dos padres nas paróquias da diocese, vendendo água nas caminhadas como Penitencial e de Ramos – conta Jaqueline Daiane, da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Salvador.

Há também quem está economizando há um tempão. É o caso de Nilson Silva, de Santo Antônio do Monte (MG), cidade que faz parte da Diocese de Luz. Em 2008, ele acompanhou, pela TV, a Jornada de Sidney e resolveu ser peregrino. Desde essa época, ele vem juntando grana, separando um pouquinho do orçamento mensal. Estudante do curso de Letras, teve que escolher entre participar das festas de formatura da turma ou embarcar na grande aventura da JMJ. Escolheu a JMJ.

– Desde o começo, a Jornada despertou em meu coração muito mais empolgação e, pela graça de Deus, não tive dúvidas em fazer a minha escolha – explica.

Preparando o espírito

Levantar fundos, no entanto, não pode ser a única preocupação: a preparação espiritual para a Jornada também é muito importante. Dioceses, movimentos e grupos têm procurado organizar encontros com os jovens para ajudá-los a viver da melhor forma a Jornada, que, afinal, não é um passeio turístico, mas uma peregrinação, em que o coração deve estar aberto ao próximo e o corpo desapegado dos pequenos confortos.

A Arquidiocese de Campinas, por exemplo, vai promover três encontros antes da Jornada: um focado na espiritualidade da JMJ, outro nas atividades que acontecerão em Madri e outro em questões culturais. A Arquidiocese de Brasília promoveu, já em 2010, um encontro quando faltava um ano para o evento.

A preparação espiritual também pode ser feita individualmente. O peregrino pode meditar o lema (“Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”) da Jornada de Madri; estudar a Mensagem do Papa Bento XVI para a Jornada e também os principais textos voltados para a juventude, como as várias mensagens dos papas Bento XVI e João Paulo II aos jovens e o Documento 85 da CNBB; ler o subsídio sobre as Jornadas Diocesanas da Juventude, que explica muito sobre a JMJ; aprender a cantar o Hino da Jornada; conhecer os santos patronos do evento.

O importante é que cada peregrino esteja de coração aberto para receber os frutos de sua participação na Jornada Mundial da Juventude – e para partilhá-los com os outros, inclusive com aqueles que não puderem ir.

E você? O que está fazendo para se preparar para a JMJ? Deixe seu comentário contando pra gente!

Por Moisés de Oliveira Nazário

Foto: Maristela Ciarrocchi